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Mia tinha uma parte de si que gostaria de correr pra os braços da ruiva e outra que morria de vergonha desse ato. Nina observava a insegurança da amiga e colocou a mão no ombro da mesma, como um sinal de apoio.

- Quer que eu vá com você? - O tom doce da fotógrafa fez Mia concordar como uma criança, o pódio já havia ocorrido, Bergmann abraçava seu Carolana por um período longo e tinha um sorriso largo nos lábios.

- E se ela não quiser que eu vá? - Mia disse e viu a amiga rir.

- Ela te ama, Mia. - A mais vela franziu as sobrancelhas. - Ela só não assumiu em voz alta, mas vocês se amam. - Nina disse e esticou sua mão. - Vamos?

- Vamos. - A mulher respirou fundo e caminhou com o foco na ruiva que havia se separado da central, a atenção dela permanecia em outra de suas companheiras agora, Ana Cristina com Ana Cecília no colo, a garotinha sorria e deixou um abraço na amiga de sua irmã. Nina soltou a mão da mais velha e deixou que ela terminasse o caminho sozinha.

- Cadê a Mia? - A jornalista ouviu a mais nova delas perguntar para Júlia, que virou o rosto e encontrou a garota perto dela. - Aqui, você viu? Juju e Ana ganharam. - Ela disse animada e Mia sorria com a cena.

- Elas merecem demais, né? - Mia disse e viu a pequena concordar. - Oi. - Mia disse envergonhada assim que as Anas se foram e Júlia a abraçou.

- Esse colar realmente faz magia. - Júlia disse com os olhos fechados e em um abraço apertado com a garota.

- Você faz magia. - Mia disse e deixou um beijo na bochecha da ruiva. - Parabéns, Meu Amor. - Mia disse sorrindo e sentiu a garota apertar sua mão. Um mundo apenas dela havia se formado.

- Eu gostei de você com essa camiseta. - Júlia disse e virou a mais baixa, enquanto observava-a.

- Posso usar sempre, se quiser. - Mia disse e viu a ruiva concordar. - Gostei de ver a futura mãe dos meus filhos jogando.

- Pode ver sempre, se quiser. - Júlia disse e deixou um beijo na bochecha da garota. Ambas se deram mais um abraço apertado e demorado. - Você já imagina que elas vão querer comemorar, né? E que você está mais que convidada.

- Só se eu puder te dar um beijo de parabéns. - Mia disse se afogando nos olhos claros da mais alta.

- Só um? - Júlia disse antes de ouvir seu nome ser chamado e virar rapidamente, assim abraçando seu irmão, Mia podia jurar que havia acabado todo o oxigênio do mundo naquele momento. Seu coração corria no peito, ela não queria atrapalhar o momento, não queria incomodar, então caminhou de volta a Nina, deixando a família Bergmann só.

——

Mia continuava com o nome de Júlia estampado nas costas quando encontrou o time a comemorar, a maioria estando com o agasalho da seleção.

- Olha, já tá com a camiseta da namorada? - Rosa disse para Mia assim que lhe encontrou, fazendo a garota sorrir envergonhada.

- Pré-namorada. - Mia disse fazendo Cristal rir.

- Achei uma boa definição. - Rosa disse e Roberta se juntou a elas, deixando ainda mais engraçada a conversa, Rosaberta era uma combinação hilária.

- Como você aguenta? - Mia disse pra Cristal.

- Sorte minha que a Roberta não vive grudada com a Rosa, se não. - A mulher disse fazendo com que a jornalista sorrisse com a graça. Assim, continuaram a conversa, até que a mais baixa entre elas sentiu duas mãos em sua cintura e um corpo grudado ao seu.

- Oi fujona. - Júlia disse deixando um beijo em sua bochecha, com isso recebendo milhares de frases tirando sarro de seu momento fofo. - Com licença, posso falar com minha mulher?

- Não, ela é muito legal, vai embora você. - Rosa disse e recebeu uma repreensão dupla das outras mulheres da roda. - Vai lá, vê se pede em namoro.

- Vai se fuder, Rosa, cuida do seu que eu cuido do meu. - Júlia disse enquanto puxava Mia junto a si.

- Se não namora não é sua.

- Babaca. - Júlia disse e continuou caminhando com a jornalista até um lugar mais calmo, onde não havia praticamente ninguém, apenas passagens rápidas.

- Oi. - Mia disse olhando para a mais nova quando ela parou de andar e a encarou.

- Oi, eu posso fazer uma coisa? - Júlia disse segurando a cintura da menor que concordou, Bergmann aproximou seu rosto da garota e a beijou, suas mãos firmes a pressionavam contra a parede branca, Mia aproveitava para sentir a textura dos cabelos ruivos e da camiseta brasileira. Bergmann desuniu os lábios delas e passou a distribuir selinhos por todo o pescoço da garota, parando ao lado da orelha da mesma. - Você sabe que a medalha não foi minha maior conquista em Paris, né? - A voz rouca deixou Mia fraca, a garota segurou firme os ombros de Júlia e respirou fundo.

- O que foi, Bergmann? - Mia disse e sentiu os olhos da garota nos dela, Júlia sorria sem vergonha alguma, ela não gostado de esconder nada que morava em seu peito.

- Você, Mia. - A ruiva disse sem enrolação e recebeu um carinho em sua bochecha. - Eu não sei se você tem essa visão, mas pra mim foi.

- Bergmann, eu não sei se eu sou mais valiosa que uma medalha de ouro, mas eu tenho certeza que ter você aqui comigo é uma das coisas mais incríveis que já me aconteceu. - Mia fazia carinho nos fios ruivos e sentiu um beijo rápido. - Você já parou pra pensar como o destino quis que fossemos nós?

- Meu coração sempre quis você. - Júlia disse sorridente. - Desde quando você entrou naquela quadra, com uma camisa amarela, um sorriso lindo e uma confiança grande, naquele momento eu senti meu coração correndo em sua direção. - Júlia juntou as testas delas.

- Bergmann, posso te contar uma coisa. - Mia disse e ouviu uma concordância. - Naquele dia, eu acordei cedo, tomei café sozinha e observei um casal de mulheres mais velhas, com um filho, pensei como queria viver aquilo, mas na tranquilidade que vi elas, sabe? - Mia disse e viu a garota concordar novamente. - Eu pensei que não fosse pra mim isso, mesmo que seja algo que admiro, mas eu quero viver isso com você, Juju.

- Então, você me quer com você até velhinhas? - Júlia disse e Mia riu de seu modo de falar, foi uma das frases mais fofas que a garota disse.

- Eu te quero pra sempre. - Mia disse e deixando um beijo no lábio da garota. - Se você quiser, eu vou fazer tudo pra isso ser a coisa mais perfeita do mundo.

- Mesmo sabendo que ficaremos meio longe?

- Bergmann, você tem algo sobre mim, você não tem noção do quanto eu sou rendida por você. - Júlia não conseguia nem responder, seu coração estava pulando de alegria, a mulher que ela estava apaixonada a queria pra sempre, a ruiva escondeu sua cabeça no pescoço da morena e a envolveu em um abraço.

- Você me deixou com vergonha. - Essa foi a resposta da ruiva. - Você deixa sua mulher dormir com você?

- Minha mulher? - Mia disse sorrindo.

- Sua mulher. - Bergmann confirmou. - Eu sou inteirinha sua, Gatinha.

- Então, Júlia Bergmann é a minha mulher? - Mia disse e viu a ruiva concordar. - Eu acho que vou fazer uma camiseta escrito isso.

- Pode fazer, é a maior verdade do mundo. - Júlia disse. - Você deixa?

- Óbvio, Linda. - Mia disse a puxando para outro beijo. - Eu sempre vou querer você comigo.

——

Capítulo com alto índice de boiolagem, espero que gostem.

Chamego - Julia BergmannOnde histórias criam vida. Descubra agora