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Júlia tinha os cabelos bagunçados, os lábios avermelhados e a respiração fora de seu controle. Mia estava ofegante enquanto repousava sua cabeça no peito da mais nova, tendo um sorriso bobo nos lábios.

- Queria saber o motivo do sexo ser tão diferente depois de ficar tempos sem te ver. - Mia deixou seu pensamento ser falado e ouviu uma risada fresca de Julia.

- Tesão acumulado, Amor. - A ruiva disse e selou os lábios com a mais velha mais um vez. - Você sempre me destrói na primeira noite, isso aqui é mais puxado que um treino para final de campeonato.

- Vai se fuder, Julia. - Mia disse revirando os olhos.

- Também te amo, Vida. - Júlia disse sorrindo. Mia levantou a cabeça e olhou para a porta.

- Você ouviu? - Júlia negou e sentiu medo de um possível espírito maligno estar na porta. Totalmente diferente de Mia, que se levantou, colocou a camiseta que estava sobre a cama e sua calcinha, jogando as mesmas peças de Júlia pra a mesma. - Coloca isso! - A ruiva fez o pedido rapidamente e ao olhar novamente em direção da namorada a viu com Fefe no colo. - O que foi, Fe? - Mia disse com o pequeno tendo seu rosto afundado no pescoço da mais velha, que fez uma careta para a namorada. - Você teve pesadelo? - Mia disse encostando a porta e se sentando na cama com o garotinho, Júlia observava a cena, já que não sabia como poderia ajudar.

Assim que o mais novo separou seu rosto da pele da tia, Júlia viu os olhos avermelhados do pequeno, que denunciavam um choro silencioso. A ruiva olhava em desespero para Mia que apenas tinha o garoto em seu colo.

- Fefe, quer deitar aqui com a gente? Podemos conversar se você quiser. - Júlia disse e chamou a atenção de ambos da família Borges. Mia sorriu em direção dela, já o garotinho engatinhou até o meio das mulheres e se aconchegou ali, Júlia estava com uma mão tocando Mia, ela queria estar junto da garota a todo o tempo, enquanto a mulher fazia carinho nos cabelos lisos do menino.

- Tinha um monstro, titias. - O menino começou a falar e observava a reação das mulheres, que houveram a história atentamente. Era nítida a angústia que o garotinho sentia. - Eu não quero dormir e ver o monstro.

- Fica aqui, a gente te protege, qualquer coisinha vamos estar aqui. - Mia disse deixando um beijo na testa do sobrinho.

- Você pode acordar a gente qualquer coisa, ok?

- Tá bom. - Ele disse com um pequeno sorriso. O silêncio se instaurou no quarto, cada um buscava o sono para adormecer, porém Júlia não conseguia de nenhuma forma, em contra partida Mia logo estava entretida com seus sonhos. - Tia Juju, você tá acordada? - O garotinho disse baixo e a mais velha concordou. - Você vai vir morar com a gente de vez em quando igual a tia Mia?

- Não, querido, vou vim visitar vocês. - Júlia disse e sentiu o garoto se movimentar para perto dela. - A titia mora longe, não vou conseguir vir sempre.

- Tudo bem. - Ele disse abaixando o olhar. - Mas, você e minha tia namoram, né? - Júlia concordou. - Vocês não tem que morar juntas?

- Não, pequeno, vamos demorar um pouquinho pra morar juntas.

- Mas um dia vão? - Júlia concordou. - E vocês vão me dar priminhos? - Ele disse animado e com um sorriso enorme.

- Não sei, Fefe. - Júlia disse sincera. - Você gostaria de ter priminhos?

- Sim, mas não igual a Manu, tem que ser criança igual eu, assim podemos brincar.

- A Manu logo vai estar brincado com você. - Júlia disse de modo gentil. - Sabia que eu sou irmã mais velha igual você.

- É? Sua irmã é neném também? - Júlia sorriu enquanto negava.

- Não, ele é grande já, mas também já quis brincar com ele e ele era neném, mas por enquanto eu, a tia Mia, sua mãe, seu pai, nós brincamos com você, tudo bem?

- Sim, a tia Mia sempre brinca comigo, mamãe e o papai não conseguem correr bastante igual ela.

- Amanhã podemos brincar, mas primeiro precisamos descansar um pouquinho, tá bom? - Júlia viu o garoto concordar.

- Antes, posso te fazer uma pergunta? - Júlia concordou. - Você mora muito longe? Eu nunca vou conhecer sua casa?

- Eu moro bem longe, mas podemos ver de um dia você ir na minha casa, tudo bem? - Ele concordou e se ajeitou para finalmente adormecer.

(...)

Júlia acordou e viu que estava sozinha na cama de casal, a garota se levantou e foi até o banheiro, assim vendo que havia uma notificação de Mia em seu celular.

"Bom dia, Amor. Eu, minha irmã e as crianças estamos no quintal, assim que acordar me avise, eu vou aí se quiser. Te amo 🧡"

Júlia viu que a mensagem havia sido enviada à duas horas e se questionou se sua cunhada a acharia dorminhoca, a ruiva avisou a namorada que havia acordado e que estava prestes a tomar banho, Mia avisou que logo entraria para encontrar Júlia.

Não demorou para que Mia abrisse a porta do quarto e desse de cara com Júlia vestindo uma regata branca, um shorts larguinho e com seus cabelos molhados espalhados pros ombros.

- Bom dia. - Mia disse deixando a mão na cintura da ruiva e a observando.

- Bom dia, tá tudo bem? - Júlia disse observando os olhares de Mia.

- Tudo ótimo. - Mia disse e deixou um beijinho em Júlia. - Você é muito linda, só isso. - Mia fez com que um sorriso surgisse no rosto da mais nova. - Você disse pro Felipe que vamos ter filhos?

- Não, eu disse que não sabia. - Júlia disse e viu Mia sorrir.

- Você quer ter filhos?

- Eu não sei, mas possivelmente e você?

- Possivelmente. - Mia disse e fez Júlia revirar os olhos. - Acho que podemos conversar melhor sobre isso algum dia, se for pra você ter filho vai ser comigo.

- Isso tava mais que óbvio, né? - Júlia disse deixando um beijo na testa da mais velha.

- Eu te amo muito, Juju. - Mia disse e sentiu a mão de Júlia em sua bochecha, assim deixando leves carinhos com seu polegar.

- Eu te amo muito, Mia. - Júlia disse com os olhos grudados nos de Mia. - Eu acho que nunca vou conseguir me acostumar com sua beleza, você é tão perfeita, Meu Amor. - Um beijo leve, calmo e amoroso foi o início daquele dia.



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Chamego - Julia BergmannOnde histórias criam vida. Descubra agora