Aquele Idiota 2 - 27_ Ele está morto

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Ayla

Depois que voltamos para casa, Dylan tentou me acalmar, mas eu estava inquieta. Sentia que, a cada passo que Clara dava, ela se aproximava mais de nós, como uma sombra ameaçadora.

- Não é só sobre o que você faz, Dylan. É sobre como ela está tentando me atingir. - Minha voz saiu mais baixa, mas ainda cheia de raiva.

- Eu sei, amor. Mas você precisa confiar em mim. Por favor, anjo. - Ele segurou meu rosto, me forçando a encará-lo.

Por mais que suas palavras fossem reconfortantes, minha mente ainda estava presa no olhar provocativo de Clara e na pasta que ela deixou.

- E essa pasta? - Perguntei, apontando para o objeto que ele ainda segurava.

- Não faço ideia do que tem aqui. - Ele suspirou, sentando no sofá e abrindo o conteúdo.

Dentro havia algumas folhas com desenhos e anotações, mas algo chamou minha atenção: um pequeno bilhete dobrado no meio dos papéis.

- O que é isso? - Peguei o papel antes mesmo que Dylan pudesse reagir.

Abri o bilhete e li em voz alta:

"Querido Dylan, você é muito mais que um talento. Espero que possamos nos ver em breve para conversar sobre 'assuntos importantes'. Clara."

Minha mão tremeu, mas meu tom foi firme.

- Isso aqui é só mais uma prova do que essa quenga quer!

Dylan pegou o bilhete, bufando de frustração.

Antes que pudéssemos discutir mais, o som de uma notificação no meu celular ecoou pela sala. Olhei para a tela e senti meu estômago revirar.

Era mais uma mensagem.

"Você realmente acha que ele é só seu? Clara está apenas começando."

- Merda. - Eu murmurei, minha mão apertando o celular.

Dylan se aproximou, vendo a mensagem junto comigo. Sua expressão de calma desapareceu, dando lugar a uma fúria contida.

Eu simplesmente me levantei indo para o quarto, deixando ele sozinho na sala.

(...)

Dylan

Eu fiquei parado no meio da sala, encarando o bilhete. O clima, que já estava tenso com a Clara agora, porra, parecia sufocante. Minha mente girava em círculos, tentando conectar os pontos.

Joguei o bilhete de Clara em cima da mesa com um movimento brusco, sentindo a raiva pulsar em cada músculo. Quem quer que estivesse mandando essas mensagens, estava brincando com fogo. Ayla é minha, e eu faria qualquer coisa para protegê-la.

Fui em direção ao quarto, onde ela havia se trancado. Bati levemente na porta.

— Anjo, deixa eu entrar.

Silêncio.

Suspirei, encostando a testa na madeira fria.

— Ayla, por favor. Eu só quero conversar.

Depois de alguns segundos, ouvi o clique da fechadura. A porta se abriu, revelando Ayla sentada na cama, os olhos vermelhos. Ela segurava o celular com força, como se ele fosse o causador de toda a dor que sentia.

— Dylan, eu não sei mais o que fazer. — Sua voz quebrou, e eu senti meu coração se apertar.

Fechei a porta atrás de mim e me sentei ao lado dela. Segurei sua mão, tentando transmitir alguma segurança.

— Vamos descobrir quem está por trás disso, eu prometo.

— E se Clara estiver envolvida? E se... — Sua voz falhou, e ela desviou o olhar.

— Clara não tem nada. — Minha voz saiu firme, talvez mais do que eu pretendia. — Ela pode tentar, Ayla, mas você sabe que meu coração é seu. Não tem espaço para ninguém mais.

Ela me olhou, seus olhos brilhando com uma mistura de dúvida e esperança.

— E se ela não parar? E se essa pessoa... — Ela respirou fundo, como se tivesse medo de dizer o que realmente pensava.

— Então, eu faço ela parar. — Minhas palavras saíram quase como uma ameaça. Não sabia quem estava por trás disso, mas eu tinha certeza de uma coisa, ninguém mexeria com a minha mulher.

Ela se inclinou contra meu peito, e eu a envolvi com meus braços, sentindo seu corpo relaxar aos poucos. Era isso que eu queria: ser o lugar onde ela se sentisse segura, apesar de tudo.

Depois de alguns minutos de silêncio, Ayla falou baixinho:

— E se for o Marcos?

Esse pensamento tinha passado pela minha cabeça antes, mas ouvi-la dizer em voz alta fez tudo parecer mais real. Porém, essa porra não faz sentido. O filho da puta está morto.

— Não pode ser. Ele está morto, meu bem.

— E se ele não estiver?

— Vamos resolver isso, eu juro. — Apertei seus ombros levemente. — E eu vou cuidar da Clara também.

Ayla assentiu, mas seus olhos mostravam que ela ainda estava cheia de dúvidas.

— Só... fica comigo, Dylan. Eu não quero passar por isso sozinha.

— Sempre, anjo. Sempre.

(...)

Depois que Ayla adormeceu, fui para a sala, sentindo que não conseguiria descansar até descobrir algo. Peguei o bilhete de Clara novamente, analisando cada palavra. Não era só um flerte barato. Parecia calculado, como se ela soubesse exatamente como mexer com Ayla.

Peguei meu celular e digitei uma mensagem rápida para a louca da Mirella:

"O sua quenga. Preciso de um favor".

"Para de coisar com a Maevie e me responde, porra."
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Continua...

Aquele IdiotaOnde histórias criam vida. Descubra agora