Capítulo 25

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¤Miguel
Quando acordo na manhã seguinte, Joelma ainda dorme, grudada em mim, totalmente nua, apenas coberta com o edredom. Eu pensei que me sentiria culpado, porém, me sinto bem e completo. Beijo a bochecha dela e saio do quarto, quero fazer o café da manhã, algo bem gostoso para nós dois.¤
¤Joelma
Quando desperto, não vejo Miguel na cama, me sento e tento me manter acordada. Minha virilha está dolorida e eu sorrio ao lembrar o motivo.
Levanto da cama, coloco uma camisa de Miguel e a minha calcinha. Faço um coque no cabelo e vou até a cozinha, onde encontro o meu marido fazendo o café da manhã.¤
-Joelma: Que cheiro bom, o que é?
-Miguel: Ah, você acordou...
-Joelma: Sim, morrendo de fome.
-Miguel: Ah, amor, eu ia levar seu café da manhã na cama.
-Joelma: Ai, amor, desculpa... atrapalhei a surpresa então.
-Miguel: Não, tudo bem.
-Joelma: Se quiser, posso voltar pra cama e fingir que estou dormindo. [Sorri]
-Miguel: Não, precisa, meu amor. [Dá um selinho em Joelma] Bom dia.
-Joelma: Bom dia... muito bom dia. [Abraça Miguel] O que está fazendo?
-Miguel: Panquecas.
-Joelma: Já quero. [Se aproxima do fogão]
-Miguel: Quem permitiu que você usasse a minha camisa? [Abraça Joelma por trás]
-Joelma: Fiquei com preguiça de colocar outra.
-Miguel: E colocou a minha? Que menina sapeca. [Faz cócegas em Joelma]
-Joelma: Ai, amor... ai, amor... [Sorri] não faz, por favor!
-Miguel: Fofa. [Dá um selinho em Joelma]
-Joelma: Só isso que mereço?
-Miguel: Você me merece por completo.
¤Miguel
Puxo Joelma para mais perto de mim, a deixando na pontinha do pé quando a beijo a boca. Não quero outra coisa no mundo, apenas ficar com a minha amada, só eu sei como estou feliz.
Escuto a porta da sala se abrir e os meus filhos logo aparecem na cozinha.¤
-Clarita: Que zoada é essa? Gente?
-Miguel: Crianças...
-Enzo: Vocês estavam... vocês estavam se beijando?
-Joelma: Ah, filho...
-Gabriel: Estavam?
-Joelma: Oi, meninos... então, nós...
-Miguel: Estávamos nos beijando sim. Estamos nos dando a oportunidade de nos envolver... de... de sermos um casal de verdade. [Abraça Joelma]
-Clarita: Ah... legal... ficamos felizes por vocês.
-Enzo: Sim, verdade.
-Isabel: O papai e a mamãe estão juntos? Que maneiro!
-Joelma: Que maneiro, né, meu amor?
-Isabel: Sim, é muito maneiro.
-Miguel: Tô fazendo o café da manhã, vocês vão querer?
-Clarita: Sim, por favor. Eu só vou guardar as coisas.
-Gabriel: Eu vou com você, Clarita.
-Clarita: Então vamos.
▪︎ Clarita e Gabriel saem da cozinha ▪︎
-Gabriel: Clarita... onde fica o "não se apeguem"? O que houve?
-Clarita: Eu não sei, Gabriel.
-Gabriel: Ele pediu pra gente não se apegar nela e agora...
-Clarita: Melhor deixar acontecer, né? Até ele quebrou a promessa, quem somos nós para falar algo?
-Gabriel: Mas isso não se torna perigoso? Olha como o papai olha pra Joelma... da mesma forma que olhava para a nossa mãe, Clarita, ele está apaixonado por ela.
-Clarita: É, Gabriel, eu sei... na verdade, eu sempre soube, ele está apaixonado, ele gosta dela... não temos o que fazer.
-Gabriel: Tá bom. Eu só espero que... que isso dê certo.
-Clarita: Vai dar certo... eu tenho certeza que vai.
-Gabriel: Você acha que quando ela recuperar a memória continuará amando o nosso pai?
-Clarita: Ela apenas irá recuperar a memória, não irá perder os sentimentos... eu acho.
-Gabriel: Eu tô com medo.
-Clarita: Não é hora de pensar o pior, Gabriel... vai dar certo.
¤Clarita
Mais tarde, depois do almoço, Joelma deita com Isabel no meu quarto e as duas conversam até o sono bater. Eu pego o meu celular e vou para a varanda de casa, olhar a rua. Meu pai chega do mercadinho e senta ao meu lado, me observando por alguns segundos.¤
-Miguel: Tô te achando um pouco calada, quer me falar algo?
-Clarita: Não, nada.
-Miguel: Clarita... o que houve? Minha filha, eu te conheço, tem algo te incomodando, o que está acontecendo? É por culpa da Joelma?
-Clarita: Não, não é isso, papai... eu... eu fico feliz por vocês, o senhor sabe, eu sempre torci para que isso acontecesse, porém, agora... agora tô com medo de... de... ah, sei lá... talvez ela até te ama de verdade, mas... será que o sentimento continuará o mesmo depois dela recuperar a memória? Eu falei ao Gabriel que sim, mas não tenho total certeza disso... tenho medo... medo dela ferir o senhor, medo do senhor sofrer novamente, como sofreu quando a mamãe morreu. Eu não tô pronta para te ver tendo outra perda... são perdas diferentes, mas as duas doem, e doem muito.
-Miguel: Não se preocupa, meu amor... [Abraça Clarita] não irei sofrer dessa vez, eu sei que ela me ama e... e eu realmente não sei como a personalidade dela estará quando a recuperação de memória acontecer, mas, algo em mim diz que ficaremos sim juntos, porque o que sentimos vai muito além de uma simples memória.
-Clarita: Que assim seja, papai.
-Joelma: Amor, você quer a minha ajuda na hora de fazer o jantar? [Aparece na varanda]
-Miguel: Sim, pode ser.
-Joelma: Clarita, tá tudo bem com você?
-Clarita: Sim, mamãe, está sim... não se preocupe. Eu vou dar um passeio na praia, depois eu volto, tudo bem?
-Joelma: Sim, tudo bem.
¤Joelma
Clarita sai andando e eu fico observando ela, até que ela some. Miguel se levanta e me abraça, acariciando o meu rosto e me dando alguns selinhos.¤
-Joelma: Tá tudo bem com a nossa primogênita?
-Miguel: Sim, está sim... não se preocupa, meu amor, ela está bem sim.
-Joelma: Hum. Enfim, vamos nos apressar? Temos que cortar os legumes e...
-Dayana: Miguel? [Se aproxima da varanda]
-Miguel: Dayana... oi, como você está?
-Dayana: Estou bem... tô chegando agora, sabe me dizer se a Dani tá em casa? Eu vim de surpresa. [Sorri]
-Miguel: Ah, ela está em casa sim, encontrei o Dênis no mercadinho, ele disse que iria comprar um peixe e que voltava logo pra casa, porque a Dani quer preparar o jantar cedo hoje.
-Dayana: Ah, então vou logo lá.
-Miguel: Sim, vai sim.
-Dayana: Desculpa, que desastrada eu sou... quem é essa moça?
-Miguel: Ah, essa? Essa... essa é...
-Joelma: Esposa. Eu sou a esposa dele, né, Miguel?
-Miguel: Sim... minha esposa.
-Dayana: Esposa? E desde quando você se casou? [Sorri]
-Joelma: Ué? Temos quatro filhos, a mais velha tem 16 anos, então já tem anos que somos casados.
-Dayana: Espera, sua filha tem 16 anos?
-Joelma: Sim, a Clarita.
-Dayana: Não, é que... você é a mãe dos quatro filhos de Miguel?
-Joelma: Sim, sou eu sim. Você é a irmã da Dani e não sabia disso?
-Dayana: Desculpa, é que não é essa a história que eu sei.
-Joelma: E qual é a história que você sabe?

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