Capítulo 29

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¤Miguel
Depois do almoço, converso com Clarita, na varanda, sobre algo que quero fazer para Joelma.¤
-Clarita: Huuummm... todo romântico. [Sorri]
-Miguel: Ela merece... isso e muito mais. E mesmo assim, aqui não tá dando de fazer muita coisa, né?
-Clarita: Dependendo do horário, eu acho que dá.
-Miguel: É, mas hoje não deu. E fora da rotina, quero fazer algo legal pra ela.
-Clarita: Sim, eu adorei a sua ideia.
-Miguel: Faz tempo que não mexo naquele barco, né?
-Clarita: Sim, tem que ver se ainda presta, para vocês não ficarem ilhados.
-Miguel: Verdade. Vou resolver isso tudo essa semana, irei fazer a surpresa na segunda, pois assim não corremos risco de sermos pegos, pois na segunda-feira quase ninguém vai pra lá.
-Clarita: Acho que ninguém vai em qualquer dia da semana.
-Miguel: O que é perfeito. Mas é que falo também do movimento na praia.
-Clarita: Sim, sim.
-Joelma: Do que conversam? [Aparece na varanda]
-Clarita: Aaahh... sobre o meu aniversário, mês que vem, 17 anos.
-Joelma: Vai ter festa?
-Clarita: Não, só o nosso jantar e o bolinho, é a tradição.
-Joelma: Ah, sim.
-Miguel: Dormiu bem, meu amor? [Abraça Joelma por trás]
-Joelma: Não, eu só coloquei a Bel para dormir, não quis dormir hoje.
-Miguel: Ah, sim. Quer deitar um pouco comigo? Posso te fazer uma massagem.
-Joelma: Esse pedido é um pouco tentador. [Sorri] Mas quero fazer alguma coisa gostosa para a Bel comer quando acordar.
-Miguel: Você é muito fofa com os nossos filhos. [Beija o rosto de Joelma] Quer ajuda?
-Joelma: Não vai trabalhar agora pela tarde?
-Miguel: Não, hoje eu tirei o dia de folga para a família.
-Joelma: Jura? [Vira e olha nos olhos de Miguel]
-Miguel: Sim, eu juro sim.
-Joelma: Ah, Miguel... que legal. Nossa, eu adoro quando você fica em casa.
-Miguel: Eu também... é maravilhoso qualquer tempo que passamos juntos. [Dá um selinho em Joelma]
-Clarita: Acho lindo vocês dois juntos. Falto morrer de amor, eu quero um romance assim. [Sorri]
-Miguel: Ah... eu só quero que isso dure pra sempre.
-Joelma: Eu também. [Sorri para Miguel]

****************

¤Rafael
Não falo com o meu "pai" desde que ele me deu um tapa na cara... ao chegar em casa, da faculdade, o encontro na porta, conversando com um homem que eu nunca vi na vida.¤
-Leonardo: Oi, filho. Tudo certo?
-Rafael: Sim, está tudo certo. Quem é esse cara?
-Leonardo: Um detetive, ele vai cuidar do caso da sua mãe, não é o que você quer?
-Rafael: Depois de quase dois meses?
-Leonardo: Eu tive esperança de que ela iria voltar.
-Rafael: Aham, sei. [Entra em casa]
-Leonardo: Escuta aqui, eu quero que vá atrás dessa mulher nem que seja no inferno. Mas, o seu trabalho só estará completo quando você tirar a vida dela. Isso se já não fizeram isso, né? O que vai facilitar. Porém, quero o corpo, para provar que o serviço foi bem feito. Entendeu?
-Detetive: Sim, pode deixar.
-Leonardo: Isso, que bom que entendeu. Eu quero sim a Joelma de volta, porém, morta.

*****

¤Joelma
Da quinta para sexta-feira, eu passo a madrugada toda tendo pesadelos. Neles vejo muita água, nevoeiro e mato... mato para todo lado, estou sozinha num barco e escuto uma voz estranha atrás de mim, então sou jogada na água.¤
-Joelma: Ai, meu Deus! [Senta na cama]
-Miguel: Joelma...
¤Miguel
Já estou acordado quando a Joelma desperta. Porém, ainda deitado, esperando a coragem de levantar. Eu sento ao lado dela na cama e seguro a sua mão, que está gelada.¤
-Miguel: O que foi, meu amor? Tá tudo bem?
-Joelma: Não, eu... eu tive um pesadelo... um pesadelo horrível, eu... eu... eu... fui jogada na água, tinha muita água, eu me afogava e...
-Miguel: Ei, calma, calma... foi só um pesadelo, eu tô aqui com você. Já até amanheceu, meu bem, não tem nada de errado acontecendo.
-Joelma: Ah, Miguel... [Abraça Miguel] será que isso não é um sinal?
-Miguel: Um sinal?
-Joelma: Eu não sei... mas algo em mim diz que alguém quer me fazer mal.
-Miguel: Isso não existe, meu amor, fica calma. Joelma, enquanto eu estiver ao seu lado, ninguém vai te fazer mal.
-Joelma: Promete?
-Miguel: Sim, eu prometo. Prometo sim.
¤Joelma
Fico abraçada em Miguel, até que resolvemos levantar para tomarmos um banho.
Depois, vamos para a cozinha, tomar café. Nossos filhos saem assim que chegamos, então ficamos por alguns minutos sozinhos.¤
-Miguel: É, eu tenho que ir.
-Joelma: Não pode ficar hoje?
-Miguel: Não, amor, a oficina tá cheia de trabalho, já sobrecarreguei os meus dois funcionários naquele dia, não posso ficar fazendo isso constantemente. E hoje é sexta-feira, amanhã é sábado, chego meio-dia e podemos passar o resto do final de semana abraçadinhos um no outro, topa?
-Joelma: Topo.
-Miguel: Cadê o meu beijo antes d'eu ir?
-Joelma: Ah, não... eu te deixo no carro.
¤Joelma
Levanto da mesa com Miguel e vamos até a varanda. Levo a minha xícara junto, e antes dele entrar no carro, ficamos conversando um pouco.¤
-Joelma: Vai demorar chegar hoje?
-Miguel: Um pouquinho, pois irei ao mercado. Quer alguma coisa?
-Joelma: Morango.
-Miguel: Tá bom. [Beija a testa de Joelma] Ainda nem fui e já estou com saudade de você.
-Joelma: Eu também. [Acaricia o rosto de Miguel] Se eu fosse rica, você não teria que trabalhar nunca mais, ficaria o dia todo comigo, cuidando da casa e dos nossos filhos.
-Miguel: Ah, se você fosse rica... [Fica sem jeito] é, tá certo. Enfim, preciso ir.
¤Joelma
Vejo Dayana na janela da casa de Dani. Sério, o que essa mulher quer?! Affs! Isso me causa um nojo, porque não sei por qual motivo, não consigo olhar para ela com bons olhos, é como se fosse uma intuição.¤
-Miguel: Ei... [Segura o queixo de Joelma] O que foi?
-Joelma: Nada... [Respira fundo] não é nada.
-Miguel: Você tá bem, Jô?
-Joelma: Sim, não se preocupa... eu tô bem sim. [Engole em seco]
-Miguel: Hum. Tchau, meu amor.
-Joelma: Tchau, meu bem. [Dá um beijo no rosto de Miguel] Se cuida e volte em segurança.
-Miguel: Pode deixar. [Se afasta de Joelma]
-Joelma: Ei...
-Miguel: Oi. [Encara Joelma]
-Joelma: Eu acho que te amo.
-Miguel: Eu não quero ter a certeza. [Sorri]
-Joelma: Por quê?
-Miguel: Porquê você disse que pra ter certeza só se você ficar longe de mim e eu não aceito isso.
-Joelma: É, eu sei, por isso que disse.
-Miguel: É, né? [Sorri] Te vejo mais tarde.
-Joelma: Tá bom, estarei aqui esperando por você.
▪︎ Na janela da casa de Dani, Dayana observa Joelma e Miguel, enquanto Dani mexe no computador. ▪︎
-Dayana: Quero saber até onde esse romance vai durar.
-Dani: O que disse, Day?
-Dayana: Nada, irmãzinha... nada. Só acho que serei o pesadelo de uma certa vizinha sua.
-Dani: Não tô entendendo, dá para falar mais alto? É que tô concentrada aqui e...
-Dayana: É besteira, não se preocupa... é apenas uma besteira.

Joelma - Sem Memória Onde histórias criam vida. Descubra agora