Capítulo 90

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-Rafael: Não, a senhora não é uma assassina!
-Joelma: Rafael...
-Rafael: Ele vai ter o que merece, mas não por suas mãos. [Pega o vidrinho de veneno da mão de Joelma]
-Joelma: Ai, filho... [Abraça Rafael]
-Rafael: Calma, mãe... não entre em desespero, lembre-se dos bebês, foca nos bebês, por favor.
-Joelma: Eu tô tentando... mas acho que irei perder mais essa batalha.
-Rafael: Não, não vai. Continua tentando, vai dar tudo certo. Preciso que faça uma coisa pra mim.
-Joelma: O quê?
-Rafael: Dê sonífero para Leonardo. [Entrega um frasco para Joelma] Ligue o seu GPS, vou lhe buscar às 02:00 horas da manhã, consegue segurar as pontas até lá?
-Joelma: Irei tentar.
-Rafael: A senhora é uma mulher espetacular, mostre o que consegue fazer, mas sem o matar, por favor.
-Joelma: Pode deixar.
-Leonardo: Joelma, vamos?
¤Joelma
Leonardo entra na cozinha, sirvo o chá dele, e ele me chama de desastrada por eu ter derrubado a xícara no chão. Saímos de casa para o aeroporto, pegando um helicóptero para Angra dos Reis.
Ficamos numa pousada de frente para a praia. Sinto o cheiro do mar e lembro da casa de Miguel... que saudade de todos os momentos que passei com o meu amado e meus filhos.¤
-Leonardo: Vá se trocar, temos uma lua de mel para aproveitar.
-Joelma: O que te faz acreditar que irei dormir com você?
-Leonardo: Clarita, Isabel, Enzo e Gabriel. É suficiente pra você?
¤Joelma
Quando Leonardo fala os nomes dos meus filhos, meu coração gela e então engulo em seco, indo até o banheiro trocar de roupa.
Coloco uma lingerie branca e fico olhando no espelho a minha barriguinha, imaginando como vai ser quando ela crescer.
Volto para o quarto, morrendo de nojo, porém, me sentindo segura por Rafael, que disse que vem me buscar.¤
-Leonardo: Ficou linda.
-Joelma: Eu quero champanhe antes, posso?
-Leonardo: Precisa estar bêbada para ir para a cama comigo? [Sorri] Ok, por mim, tudo bem.
¤Joelma
Abro o champanhe e coloco o sonífero na taça de Leonardo, depois o sirvo, sem ele perceber.¤
-Leonardo: Um brinde ao nosso casamento. [Brinda com Joelma]
-Joelma: Espero que você seja a pessoa mais infeliz do mundo!
-Leonardo: Esse cargo já é seu, querida.
-Joelma: E também espero que queime no fogo do inferno e que a sua alma fique vagando por toda a eternidade sentindo um grande tormento.
-Leonardo: Eu também amo você.
¤Joelma
Leonardo me beija e eu sinto nojo, o empurrando e limpando a boca. Ele me joga na cama, beijando o meu corpo, me causando ânsia de vômito, me sinto enojada por fazer isso com o assassino do amor da minha vida. Então, vou pra cima dele, seguro os seus braços com as minhas pernas, pressionando contra a cama e minhas mãos vão em seu pescoço.¤
-Joelma: E agora?
-Leonardo: O que você está fazendo?
-Joelma: Eu vou matar você! [Aperta o pescoço de Leonardo] O que acha? [Sorri] Não é bom?! Como se sente agora?
¤Joelma
Eu sinto fogo nos olhos, uma sensação de satisfação extrema ao apertar o pescoço de Leonardo.¤
-Leonardo: Se falhar, eu mato você! [Fala quase sem ar]
-Joelma: Mata nada! Você está dopado de sonífero... vai fazer efeito agora. Durma bem, Leonardo.  E reze para não amanhecer morto... ou quem sabe, morto mesmo!
¤Joelma
Largo o pescoço de Leonardo e levanto da cama correndo, ele até tenta levantar, mas deita novamente, pegando no sono.¤
-Joelma: Idiota! [Dá um tapa na cara de Leonardo] Você é idiota!
¤Joelma
Vou até o banheiro e tomo um banho. Depois, sento numa cadeira de frente para porta principal, esperando por Rafael. Por curiosidade, pego o celular de Leonardo, desbloqueando-o com a digital dele. Porém, só vejo alguns dados do banco, nada totalmente comprometedor.¤
-Joelma: Você é tão imbecil, homem. Como pude me casar contigo? Que nojo sinto de mim mesma... eu realmente fui uma burra!
¤Joelma
02:00 horas da manhã, Rafael chega num carro, me deixando aliviada. Saio da pousada, me aproximando dele.¤
-Rafael: Vamos? [Desce do carro e se aproxima de Joelma]
-Joelma: Sim, vamos. Peguei o celular dele, vai nos servir?
-Rafael: Sim, melhor a gente levar. Vamos pegar o helicóptero e voltar.
-Joelma: E o carro?
-Rafael: Não se preocupa, já falei com o dono, ele vem buscar mais tarde.
-Joelma: Filho, quando a gente chegar, vamos para um hotel, preciso dormir, estou cansada... e eu não quero voltar para aquela casa. Aí, de manhã, vamos ver os meus filhos. Meus únicos pedidos, por favor.
-Rafael: Sim, sim.
-Joelma: Aliás, melhor a gente ir ver as crianças assim que a gente chegar, pois o Leonardo não vai chegar lá antes da gente.
-Rafael: As crianças não estão lá, mamãe... o Leonardo não vai encontrar nenhuma delas, então relaxa. Eu já resolvi essa parte.
-Joelma: Confesso que estou magoada com a história de você e Amanda...
-Rafael: Mamãe, por favor.
-Joelma: Mas, obrigada por tudo isso... eu realmente fico feliz.
-Rafael: Sim... ok.
-Joelma: E o velório do Miguel... como está sendo? [Se emociona]
-Rafael: É algo complicado, depois a gente fala sobre isso.
¤Joelma
Saio com Rafael e pegamos o helicóptero voltando para a cidade do Rio de Janeiro.
Ao chegarmos, vou para um hotel com ele.
Chorando a perda de Miguel, acabo adormecendo.
Na manhã seguinte, quando acordo, tem um belo café da manhã pra mim, e um bilhete do meu filho.¤
📃Me encontre no teatro que a senhora mais gosta, tenho uma coisa para lhe mostrar.
-Joelma: No teatro? Ué?
¤Joelma
Tomo meu café, me arrumo e vou até o teatro. Estou de vestido branco de renda, colado, e na minha cabeça, já dá de ver a minha barriguinha, mesmo que eu esteja com poucas semanas... coisa de mãe.
Ao chegar no teatro, eu entro e não vejo nada, nem ninguém. Porém, a luz do palco se acende e eu vejo tudo tão claro, a vista chega a doer. Então olho o amor da minha vida saindo de de trás da cortina.¤
-Joelma: Miguel? Miguel! [Se emociona]
¤Joelma
Eu saio correndo e subo no palco, abraçando e beijando Miguel. Estou incrédula, isso não pode ser verdade.¤
-Joelma: Mas eu vi... eu vi você caindo do penhasco... morrendo. Eu...
-Miguel: Foi tudo um plano, tudo mentira. Mas o Leonardo precisava acreditar que fosse real, você tinha que ficar desesperada para poder dar certo.
-Joelma: Meu Deus! [Acaricia o rosto de Miguel] Eu pensei que tinha perdido você pra sempre. Amor...
-Miguel: Fiquei preocupado com você e o bebê, mas era a única forma do Leonardo acreditar.
-Joelma: Dos bebês.
-Miguel: O quê?
-Joelma: Dos bebês. [Segura a mão de Miguel em sua barriga] São gêmeos.
-Miguel: Joelma... [Se emociona]
-Joelma: Vamos ter dois bebês, amor.
-Miguel: Ah, Joelma... [Dá vários selinhos em Joelma] Te amo, te amo, meu amor! Obrigado por essa felicidade. Caramba!
-Joelma: Eu fico feliz em ver que você está aqui... que me ama e que vai ficar ao meu lado agora. Estamos livres?
-Miguel: Sim, já temos provas suficientes contra Leonardo, agora ele sofrerá todas as consequências dos atos dele.
-Joelma: Ah, que alívio me dá. E eu pensava que havia perdido você.
-Miguel: Me perdido? Não... você nunca vai me perder. [Limpa as lágrimas de Joelma] Eu prometi que iria segurar a sua mão quando você fosse ter o bebê... aliás, os bebês, né? Não foi? [Acaricia a barriga de Joelma] Eu vou cumprir com a minha palavra.
-Joelma: Eu amo você.
-Miguel: Eu também te amo, Joelma. Eu te amo pra caramba! Eu morreria de verdade por você.
-Joelma: Não fale isso. [Sorri] Bobo... meu bobo.

Joelma - Sem Memória Onde histórias criam vida. Descubra agora