A sexta-feira daquela semana havia chegado e com ela, Camila sentia que seus pensamentos sobre os diários estavam se esvaindo quase que por completo, mas para que aquilo realmente acontecesse, a mulher precisou guardá-los em um canto do guarda-roupas que era pouco utilizado e aquela simples escolha de tirá-los de seu campo de visão, estava sendo a melhor decisão que poderia ter tomado. Camila também estava focada no trabalho, a agência organizaria outro evento naquele final de semana e aquele fato ajudou ainda mais para que seus pensamentos não ficassem vagos, dando assim a oportunidade para que pudessem ser preenchidos novamente com o que não queria.
A correria com os preparativos para o evento estava mais que evidente para que qualquer um pudesse ver e a mulher preferia quando tudo era agitado daquela maneira em sua vida profissional, mas não em sua vida pessoal e como se fosse mais uma obra do destino em tirar Camila de sua breve calmaria, o celular da Latina começou a tocar e quando os castanhos se direcionaram para a tela do aparelho e viu nome de Aurora, mulher o atendeu no mesmo instante.
-Tia?! - A Latina soou receosa, era muito raro quando a mais velha entrava em contato por ligação, na maioria das vezes enviava uma mensagem, porém aquele ato lhe causou algumas sensações estranhas e dentre todas elas, Camila soube identifcar apenas uma. Temor.
-Camila, querida. - A voz em tom de desespero deixou a Latina em total alerta fazendo com que o medo se intensificasse lhe atingindo por completo. - Eu preciso que venha para Miami o quanto antes.
-O que aconteceu? - A mulher de olhos castanhos espalmou sua mão livre na mesa e se levantou da cedeira chamando a atenção de Veronica que estava ao seu lado.
-Não tenho tempo para explicar tudo agora, mas seu pai está internado e eu preciso que venha o mais rápido possível. Chegando aqui nós conversamos. - A Latina sentiu um calafrio percorrer seu corpo ao mesmo tempo em que suas pernas fraquejaram, mas não soube dizer onde encontrou forças para se manter de pé.
-Preciso que me diga ao menos qual é a situação dele. - Os olhos marejaram. Camila se sentia totalmente incapacitada de fazer algo e naquele momento se praguejava por ter se mantido longe por tantos anos e tudo o que vinha à sua mente, era que deveria ter confiado muito mais em seus intintos quando sentiu que algo estava acontecendo.
-Alejandro está muito mal. Apenas venha! - As batidas em seu coração pareciam querer saltar para fora de seu peito e a sensação do choro preso na garganta se fez presente. As mulheres não prolongaram o assunto e logo se despediram. Aurora tinha pressa, precisava da presença da sobrinha.
Após finalizar a ligação, Camila manteve seu olhar perdido em um ponto qualquer de sua sala. Sua mente vagava para o mais longe que podia enquanto criava centenas de suposições com relação ao que poderia ter acontecido e ao perceber que sua chefe estava sem reação alguma, Iglessias tocou calmamente no ombro da mulher a fazendo sair de seu transe. Já havia entendido que a situação era grave.
-Eu preciso falar com minha irmã. - As palavras soaram baixas e Veronica nada respondeu, apenas buscou pelo celular que ainda estava na mão da Latina e procurou pelo nome de Sofia e quando iniciou a ligação, devolveu o aparelho para Camila que levou até seu ouvido de modo automático. O toque da chamada se tornava insistente e demorado. - Qual é Sofia, me atende. - As palavras murmuradas foram ditas após o quarto toque e o desespero começava a tomar conta da mulher.
-Estou ligando para Lauren. - Iglessias se prontificou em fazer a ligação de seu próprio celular e entregou na mão da Latina enquanto recebia o outro que se mantinha em chamada. Sabia que tinha uma maior chance da morena atender aquela ligação e estar próxima de sua cunhada.
-Oi, Veronica. - A voz da Italiana soou animada, achou que a mulher de cabelos lisos poderia estar ligando para resolverem algo sobre o casamento, mas quando a morena de olhos verdes ouviu a voz de sua noiva, seu corpo se tensionou no mesmo segundo.
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Building Love
Fanfiction[CONCLUÍDA] Camila Cabello, vinte e nove anos e empresária. Em sua agência de casamentos, a Latina ama ouvir as mais diversas histórias de amor dos casais que conhece, porém em sua vida pessoal, o trauma de infância faz com que mulher crie uma redom...