O barulho incessante e diferente de cada aparelho telefônico espalhado pelas mesas ali dentro, soava escandalosamente e incansavelmente naquele ambiente. O que para a mulher parecia ser uma guerra constante pela atenção de um "pelo amor de Deus, me atenda logo", para as diversas pessoas ali dentro, parecia soar como música para seus ouvidos, como se estivessem em algum tipo de festa.
Naquele momento a mulher praguejou a pessoa que teria inventado disponibilizar tantas opções de toques para um único aparelho que não fosse o celular.
- Meu Deus, será que ninguém aqui tem a capacidade motora de atender a porcaria desse telefone?
Camila esbravejou em voz alta para que toda sua equipe fosse capaz de ouvir e em menos de dois segundos, o soar insistente do telefone foi cessado por um de seus colaboradores que finalmente atendeu a ligação. A mulher respirou alivia por conseguir voltar à atenção para a tela do notebook à sua frente e se concentrar em seu trabalho.
A movimentação de pessoas dentro daquele ambiente estava grande, dentre seus próprios funcionários e terceiros que prestavam serviços à agência, as pessoas não paravam de andar de um lado para o outro. Movimentação essa que ocorria sempre que um evento estava prestes a acontecer.
Os detalhes finais eram todos revisados e supervisionados pela Latina que buscava acompanhar tudo de perto para que seus clientes saíssem felizes e satisfeitos, o que consequentemente a deixava exausta a cada final de dia por se doar tanto ao trabalho.
- Mila, o fornecedor de flores ligou. - Ashley parou em frente de sua mesa conseguindo a atenção da mulher responsável por tudo aquilo. - Disse que não irá ter a quantidade de tulipas necessárias para a data do casamento. - A mulher informou já esperando o possível surto que viria da Latina.
- Eu só posso ter colado chiclete na cruz pra isso estar acontecendo. - Camila se recostou na cadeira, passou a mão por seus cabelos longos e fechou seus olhos. Aquela estava sendo uma semana difícil com os fornecedores em geral. - Apenas resolva isso Ashley, eu sei que você é capaz.
A outra mulher a sua frente assentiu com um manear de cabeça e seguiu em direção a sua mesa em busca da resolução do problema. Camila pegou seu celular o colocando dentro da bolsa, apoiou a mesma em seu ombro e se levantou caminhando em direção a porta. A mulher só precisava respirar profundamente para se acalmar e clarear a mente na tentativa de resolver as questões sem maior estresse.
Camila não precisou andar muito para avistar a cafeteria da qual não comparecia há um bom tempo. Abriu um sorriso e apenas seguiu até alcançar uma das diversas mesas espalhadas pela calçada.
A mulher sempre gostou de frequentar aquela cafeteria francesa, porém de algum tempo pra cá, estava sendo quase que impossível. Fazia meses que a Latina não colocava seus pés ali e ao sentar-se em uma das cadeiras, pode respirar profundamente e agradecer por ter tido a ideia de ir para lá.
Ao ouvir seu celular tocar, Camila resmungou algo inaudível até mesmo para sua pessoa e buscou pelo aparelho dentro da bolsa.
Mal levou o celular ao seu devido lugar e já pode ouvir a voz estridente do outro lado. - Onde você se meteu? Te vi saindo e mandei mensagens, mas você não me responde. - Uma lufada de ar escapou pela boca da mulher em total frustração por não conseguir ficar cinco minutos sequer em silêncio consigo mesma.
- Eu só vim buscar um café, Vero! - Camila fez um sinal para o garçom se aproximar.
"E tentar ficar um pouco sozinha" sua própria voz sussurrou em sua mente.
- Se esqueceu que tem horário marcado com a Srta. Indecisão para a prova final do vestido?
- Merda! - Camila sussurrou pressionando seus olhos por ter saído tão afoita da agência e ter se esquecido daquele compromisso.
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Building Love
Fanfiction[CONCLUÍDA] Camila Cabello, vinte e nove anos e empresária. Em sua agência de casamentos, a Latina ama ouvir as mais diversas histórias de amor dos casais que conhece, porém em sua vida pessoal, o trauma de infância faz com que mulher crie uma redom...