Capítulo 16: A União dos Reinos e o Peso da Coroa
A barreira mágica finalmente se dissipava, revelando a paisagem antes isolada e agora inundada por uma nova luz de liberdade. Kilua estava à frente, observando enquanto seus discípulos, Arthuria, Astrid, Moon, e Sans, saíam lentamente da barreira. Todos estavam mais fortes, mais sábios, e prontos para encarar o mundo exterior com suas habilidades aprimoradas.
Logo após a saída da barreira, as notícias da fusão dos reinos chegaram até eles. O Reino de Kilua e o Reino de Ashura haviam se unido oficialmente, formando um único e poderoso império. Kilua e Ashura agora compartilhavam a mesma autoridade sobre ambos os territórios, unificando suas forças e criando um dos maiores impérios conhecidos até então. O Império do Portão da Morte nascia com um poderio sem igual, e a aliança de dois líderes tão formidáveis significava que poucos se atreveriam a desafiá-los.
No entanto, essa união trazia consigo novas responsabilidades e desafios. Ashura, sempre determinado a aprimorar suas habilidades e os talentos dos que estavam sob sua tutela, decidiu que era hora de todos os discípulos, incluindo seus filhos adotivos, entrarem em reclusão de treinamento. Ele prometeu que os treinaria pessoalmente, moldando-os para que pudessem se tornar as forças mais temidas do novo império.
Kilua concordou com a decisão, sabendo que o crescimento contínuo de seus discípulos era essencial para a segurança e prosperidade do império. Um a um, Arthuria, Astrid, Moon e Sans se despediram dela, seguindo Ashura até as profundezas das montanhas para iniciarem seu isolamento.
Quando todos estavam prontos para começar, Kilua se virou para Ashura e perguntou: "Você cuidará bem deles, não é? Precisamos que sejam fortes, mas também sábios e equilibrados."
Ashura sorriu com confiança. "Você tem minha palavra. Eles sairão deste isolamento mais poderosos do que nunca."
Com isso, as portas do local de treinamento foram fechadas, selando Ashura e os discípulos em um profundo silêncio, onde o único som que se ouvia era o bater dos corações ansiosos por aprendizado.
Kilua suspirou aliviada por um momento, até que um mensageiro apareceu correndo, ofegante, com um pergaminho nas mãos. Ele se ajoelhou diante de Kilua, entregando-lhe a mensagem.
"Imperatriz Kilua," começou o mensageiro, "eu trouxe notícias urgentes de Ashura antes de sua reclusão."
Kilua abriu o pergaminho rapidamente, seus olhos correndo pelas palavras. Era uma breve nota de Ashura, informando que ele havia decidido entrar em reclusão profunda junto com os discípulos, deixando a responsabilidade de governar todo o território para ela, enquanto ele treinava.
Kilua sentiu uma onda de irritação e frustração crescer dentro dela. "Ele me deixou para cuidar de tudo sozinha? Isso não estava nos planos!" resmungou ela, esmagando o pergaminho em suas mãos.
Ainda assim, sabendo que não tinha outra escolha, Kilua decidiu começar sua nova tarefa imediatamente. Ela olhou para os relatórios do território de Ashura, esperando encontrar uma situação estável, mas o que viu a fez franzir o cenho. As cidades sob o domínio de Ashura estavam em um estado lastimável. A miséria era evidente, com pouca infraestrutura, recursos escassos, e uma população que mal conseguia sobreviver.
Kilua respirou fundo, tentando controlar sua irritação. "Isso vai ser trabalhoso," murmurou para si mesma. Ela sabia que transformar aquele território seria um desafio gigantesco, mas não tinha outra escolha. O futuro do império dependia disso.
Determinada, Kilua começou a traçar um plano. Primeiro, precisaria estabilizar a economia local e melhorar a infraestrutura. Mas antes de qualquer coisa, precisaria garantir que o povo pudesse se alimentar adequadamente. Para isso, decidiu usar uma de suas habilidades mais temidas: o Controle de Alma.
Kilua sabia que essa habilidade tinha seus riscos e que poderia ser vista como algo cruel, mas nas circunstâncias em que se encontrava, ela a considerava necessária. Com um movimento de mão, ela lançou sua magia sobre as cidades mais pobres, colocando toda a população sob hipnose. Ordenou que todos começassem a cultivar as terras com as sementes de batata e trigo que lhes forneceu. Eles obedeceram sem questionar, movendo-se como autômatos para plantar e garantir a colheita futura.
"Isso vai dar certo," Kilua sussurrou para si mesma, tentando se convencer. Ela sabia que estava tomando um caminho sombrio, mas também sabia que, para salvar o império, às vezes era necessário sujar as mãos.
Com o tempo, Kilua esperava que seus esforços rendessem frutos e que, quando Ashura e os discípulos saíssem de seu isolamento, encontrassem um império próspero, governado com firmeza e sabedoria. Mas até lá, ela teria que lidar com os desafios sozinha, carregando o peso de um império nas costas, enquanto seus aliados buscavam força nas montanhas distantes.