Capítulo 70

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Capítulo 70: O Reino de Necronacia

Sans continuava correndo sem rumo, sua mente girando em torno da última visão que tivera de A-1, B-2 e Hall. Agora, perdido no que parecia ser uma terra de ninguém, ele avistou algo diferente no horizonte. As névoas se dissiparam, revelando o que parecia ser um reino obscuro, onde sombras e espíritos perambulavam sem descanso. Ele havia encontrado o Reino de Necronacia, um lugar perigoso, conhecido por corromper as almas que não foram aceitas em nenhum dos cinco reinos do julgamento.

Sem ter outra opção, Sans continuou sua jornada por entre as ruínas e neblinas que cercavam Necronacia. De repente, ele ouviu um som terrível, como ossos se arrastando contra o chão. Ele virou-se e viu uma criatura gigantesca surgindo das sombras. Um Gashadokuro, um yokai enorme feito de ossos, com seu corpo de esqueleto incompleto correndo atrás de Sans. Seus passos faziam a terra tremer.

— Ótimo, mais uma coisa pra correr atrás de mim... — Sans resmungou, girando sobre os calcanhares e começando a correr o mais rápido que podia.

Mas logo percebeu que não estava sozinho na fuga. Ao tentar mudar de direção, Sans se chocou com outra figura: um Ceifador de Almas, sua foice brilhando à luz fraca do reino. O ceifador atacou com um golpe rápido, mas Sans conseguiu desviar, rolando para o lado e correndo novamente.

— É oficial, eu estou ferrado... — ele murmurou para si mesmo, sentindo o perigo aumentar.

Enquanto corria, Sans tentava formular um plano. Ele lembrou-se de histórias que ouviu sobre os Yokais, criaturas que podiam se conectar com o mundo humano, tendo descendentes e histórias místicas. Se havia Yokais aqui, talvez houvesse uma conexão com o mundo dos vivos.

Após mais alguns minutos de fuga desesperada, Sans avistou um novo inimigo à frente: um Tengu, com suas asas imponentes e máscara assustadora. Sem tempo para hesitar, Sans conjurou uma bola de fogo nas mãos e lançou-a diretamente no peito da criatura. A explosão foi rápida e mortal, reduzindo o Tengu a cinzas. Sans, agora com um par de asas assadas em mãos, continuou andando enquanto comia.

— Nada mal... até que tem sabor, — ele comentou, mastigando, enquanto olhava ao redor em busca de uma conexão com o mundo.

Horas se passaram, e Sans avistou ao longe uma estrutura semelhante a uma torre de alquimia. Algo sobre aquele local o chamou, uma força mística que parecia emanar de dentro. Ao entrar na torre, ele logo se viu face a face com o guardião do local: uma criatura chamada Chupa-cabra. A criatura avançou em direção a Sans, olhos brilhantes e garras afiadas, pronta para devorar sua alma.

Luta: Sans vs Chupa-cabra

O Chupa-cabra saltou sobre Sans, suas garras mortais buscando perfurar a alma etérea de Sans. Com um movimento ágil, Sans desviou do ataque e conjurou outra bola de fogo, arremessando-a diretamente contra o peito do monstro. O impacto fez o Chupa-cabra recuar, mas ele não desistiu. Com um rugido feroz, a criatura voltou a avançar, suas presas à mostra.

— Você não aprende, né? — Sans provocou, movendo-se rapidamente para o lado e lançando mais uma série de chamas na direção do Chupa-cabra.

A criatura tentou atacar novamente, mas Sans conjurou uma parede de fogo entre eles. A criatura hesitou por um segundo, o suficiente para Sans saltar sobre ela e desferir um golpe final com sua magia. Uma explosão de luz brilhou no ambiente, e o Chupa-cabra caiu morto no chão, derrotado sem que Sans sofresse qualquer ferimento.

— Fim de jogo, — disse Sans, sorrindo enquanto se afastava do corpo derrotado.

Ao explorar mais a torre, Sans encontrou uma sala escondida onde um livro antigo estava pousado em um pedestal. O título gravado na capa chamou sua atenção: "Shikigami". Ao abrir o livro, Sans leu a primeira página, que descrevia o que era um Shikigami: uma criatura invocada ou controlada pelo usuário, mas que só podia afetar almas.

— Interessante... — ele murmurou, sentindo o poder do livro ressoar em sua alma.

Com o conhecimento do Shikigami em mãos, Sans deixou a torre e continuou sua jornada pelo reino de Necronacia. Ele vagava sem rumo, até que, em determinado momento, se deparou com uma mulher estranha parada no caminho. Seus lábios estavam cortados de orelha a orelha. Sans reconheceu a lenda imediatamente.

— Kuchisake-Onna... — ele disse, estreitando os olhos.

Ela se aproximou e, com um tom sinistro, perguntou:

— Eu sou bonita?

Sans, com seu típico sarcasmo, respondeu:

— Na verdade, você é feia demais...

A ira da mulher foi instantânea, e ela avançou para atacá-lo. A luta foi rápida, mas sem dificuldades para Sans. Ele desviou dos golpes da mulher e, com um ataque preciso de sua magia, a derrotou. Sem perder tempo, usou sua nova habilidade Shikigami para armazená-la em sua técnica, capturando sua primeira entidade.

Agora, com a Kuchisake-Onna sob seu controle, Sans sentiu um poder crescente em si. Ele continuou explorando Necronacia em busca de criaturas ainda mais poderosas. Foi então que, ao longe, avistou uma raposa enorme, com pelagem branca e linhas vermelhas pelo corpo — um Kitsune.

— Interessante... — ele disse, ao se aproximar da criatura de trinta metros de altura.

Sans capturou o filhote com sua habilidade Shikigami, mas o que ele não esperava era que, instantes depois, a mãe do filhote retornasse. Ela era ainda maior e mais aterrorizante, trazendo uma caça consigo.

— Agora eu tô lascado... — Sans pensou, já correndo o mais rápido possível para fugir da mãe furiosa.

Após alguns dias de fuga e batalhas incessantes, Sans finalmente encontrou uma saída de Necronacia. Uma passagem para o mundo humano se abriu diante dele. Porém, ao tentar atravessá-la, ele percebeu que ainda estava em sua forma de alma.

— Isso vai ser um problema... — ele murmurou, pensando em como retornar completamente ao mundo dos vivos.

Sans agora precisava descobrir uma maneira de atravessar completamente, mas sabia que, com os novos poderes que havia adquirido, talvez estivesse mais perto de retornar do que imaginava.

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