Capítulo 76: Recuperando Forças nas Fontes Termais
Após mais um dia exaustivo de treinamento, Sans se sentia frustrado. Seus músculos, ainda recuperando a força e a mobilidade, não respondiam como ele desejava. Mesmo com o apoio de suas irmãs e de Rukia, o processo de recuperação parecia interminável. Cada pequeno progresso era compensado por dores e limitações que o faziam lembrar de tudo o que ele perdeu durante os dois anos em que esteve preso entre a vida e a morte.
Foi nesse momento que Ashura e Apolo o abordaram com uma proposta que Sans não esperava.
— Sans, por que você não tira um dia para relaxar? — Ashura sugeriu, colocando a mão sobre o ombro de Sans. — Sei que está focado no seu treinamento, mas às vezes descansar é tão importante quanto lutar.
Sans franziu o cenho, um tanto relutante.
— Descansar? Não posso me dar esse luxo agora, Ashura. Ainda estou longe de recuperar meus movimentos completos.
Apolo, com seu semblante sempre calmo, se aproximou, apoiando-se em uma árvore próxima.
— O que Ashura está tentando dizer, Sans, é que seu corpo precisa de tempo para se curar completamente. Forçar demais agora pode atrasar sua recuperação. Vamos para as fontes termais. O calor pode ajudar a relaxar seus músculos e acelerar o processo de cura.
Sans hesitou por um momento, mas sabia que ambos estavam certos. Ele vinha se cobrando demais e talvez uma pausa fosse realmente o que seu corpo precisava.
— Tudo bem. — Ele finalmente concordou, soltando um suspiro. — Mas só por um tempo.
As fontes termais do Santuário do Sol eram lendárias. Situadas em um vale isolado, cercadas por montanhas e vegetação exuberante, as águas quentes eram conhecidas por suas propriedades curativas. Ao chegarem, Sans, Ashura e Apolo foram recebidos pelo vapor suave que se elevava das piscinas naturais, envoltos em um ambiente de paz absoluta.
Sans se aproximou das águas com uma certa hesitação, ainda sentindo a rigidez em seus membros. Ashura e Apolo já haviam mergulhado, suas silhuetas relaxadas indicavam que o ambiente era perfeito para o descanso que todos mereciam.
— Venha, Sans, a água está ótima. — Ashura o incentivou, esticando o braço como se fosse puxá-lo para dentro.
Sans, finalmente se permitindo relaxar, entrou lentamente na água. A sensação do calor ao redor de seus músculos cansados foi imediata. Era como se toda a tensão acumulada estivesse sendo drenada, suavizada pelo toque quente da água.
— Isso... é bom — Sans murmurou, fechando os olhos por um momento, sentindo seu corpo começar a relaxar de um jeito que não experimentava há muito tempo.
— Viu? Eu te disse. — Apolo comentou, recostado em uma pedra próxima. — A pressa nunca foi sua aliada, Sans. Às vezes, o equilíbrio vem do descanso.
Ashura, sempre o mais enérgico do trio, riu levemente.
— Você sempre foi teimoso, Sans. Mesmo quando éramos mais jovens. Mas agora você precisa dar um tempo para o corpo se ajustar ao ritmo. E quem sabe... pode ser que essa pausa te ajude a recuperar os movimentos mais rápido.
Sans abriu os olhos e olhou para os dois. Era estranho estar ali, em um momento de calma, depois de tudo o que tinha acontecido. Mas, ao mesmo tempo, ele sabia que não poderia se afundar apenas na frustração.
— Talvez vocês estejam certos. — Ele admitiu, sentindo o calor da água suavizando a dor em suas pernas e braços. — Acho que nunca me dei conta de como estava forçando demais.
Ashura assentiu, recostando-se também.
— Exatamente. Força é importante, mas saber quando recuar também é.
Enquanto o trio conversava, o vapor das águas e o ambiente ao redor criavam uma atmosfera de tranquilidade. Sans sentia que, embora estivesse longe de se recuperar completamente, aquela pausa era um passo importante para sua jornada.
— Vocês sempre sabem o que dizer, hein? — Sans sorriu levemente, apreciando o momento. — Mas devo admitir, estou grato por estarem aqui. Tudo isso seria muito mais difícil sem vocês.
Apolo olhou para o céu, uma expressão calma em seu rosto.
— Estamos aqui por você, Sans. Sempre estivemos.
O silêncio que se seguiu foi confortável. As palavras não eram necessárias naquele momento. Apenas o som da água e o farfalhar suave das árvores ao redor preenchiam o ambiente, criando uma sensação de paz rara para Sans. Ele sabia que, quando saísse dali, teria de enfrentar a dura realidade de sua recuperação. Mas, por enquanto, estava tudo bem.
E, pela primeira vez em muito tempo, Sans sentiu esperança verdadeira em seu coração.
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