Capítulo 47

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Capítulo 47: Retorno ao Império do Portão da Morte

Sans observava o horizonte da montanha onde se encontrava seu reino flutuante. Uma sensação nostálgica o atingia, relembrando o tempo em que passou sua infância no Império do Portão da Morte. Esse império era um local sombrio e misterioso, mas de extrema importância em sua vida. Ele sentia que havia chegado o momento de retornar, de revisitar aquele lugar.

Chamando seu fiel companheiro A-1, ele deu ordens a B-2 para cuidar do reino e das montanhas enquanto estivesse fora. "Cuide de tudo, B-2. Vou fazer uma viagem rápida. Não deve demorar muito."

B-2, um guerreiro disciplinado, assentiu e respondeu com firmeza. "Sim, mestre. Pode deixar tudo sob meu comando."

Com isso, Sans e A-1 se dirigiram ao limite da montanha e, sem hesitar, saltaram para fora do reino flutuante. O vento cortante batia contra seus rostos enquanto eles caíam a uma velocidade vertiginosa em direção ao solo. Em questão de minutos, o cenário mudou drasticamente, e logo estavam diante do vasto e sombrio território do Império do Portão da Morte.

A aura sombria do lugar continuava a mesma. Era um império dominado por criaturas de poder sombrio, vassalo de Britânia, mas de uma independência feroz. No entanto, Sans sabia que sua chegada seria inesperada e talvez até recebida com desconfiança, dado o tempo que havia se passado desde sua partida.

Enquanto o reino flutuante de Sans aproximava-se da borda do Império, Kilua e Ashura, dois dos guerreiros mais poderosos daquele território, observavam atentos. Eles notaram a aproximação de Sans e A-1, questionando quem seria o audacioso a voar sobre aquele território sem temer represálias do Olimpo, cujos deuses não costumavam tolerar a aproximação de outras forças.

Kilua, com seus olhos brilhantes e aura elétrica, comentou para Ashura. "Quem teria coragem de sobrevoar essa terra sem o menor receio? Deve ser alguém de grande poder... ou de grande tolice."

Ashura, sempre mais calculista e menos propenso a conclusões apressadas, apenas assentiu. "Seja quem for, terá de responder por suas ações. Vamos interceptá-los."

Enquanto isso, Britânia também estava em alerta. Lancelote, sempre pronto para a guerra, preparava seu exército, acreditando que o reino flutuante de Sans passava perigosamente perto do território Margoniano. No entanto, naquele momento, Sans não estava interessado em Britânia ou nas ações de Lancelote. Seu foco era o Império do Portão da Morte.

Assim que Sans e A-1 tocaram o solo sombrio do Império, foram imediatamente abordados por Kilua e Ashura, ambos prontos para questionar os recém-chegados. Kilua foi o primeiro a falar, com um tom firme e inquisidor.

"Quem são vocês?", Kilua perguntou, seus olhos faiscando enquanto avaliava os dois estranhos. "E o que pensam que estão fazendo ao sobrevoar este território sem permissão?"

Sans, com um sorriso nostálgico no rosto, olhou para Kilua e Ashura. Ele já havia sentido suas presenças desde que chegou, mas queria ver como reagiriam. Com uma calma impressionante, ele falou: "Como vocês estão? Sentiram saudades?"

Kilua, imediatamente, reconheceu a aura de Sans. Mesmo que sua aparência pudesse ter mudado um pouco desde que o viram pela última vez, sua alma era inconfundível, especialmente para Kilua, que havia sido um de seus alunos. Ele franziu o cenho, incrédulo por um momento, antes de abrir um sorriso largo e debochado.

"Não pode ser... Só se passaram três anos desde que nos separamos. Como você não o reconhece, Ashura?" Kilua riu, zombando de seu companheiro.

Ashura, que ainda estava confuso, olhou para Kilua e depois para Sans. Suas sobrancelhas se franziram em concentração, e ele finalmente reconheceu a aura familiar. Seu coração acelerou, e sem pensar duas vezes, ele correu em direção a Sans, com os braços abertos.

Sans, surpreso com a reação calorosa, deu um passo para trás, mas antes que pudesse ser envolvido pelo abraço inesperado, A-1 interveio, com sua voz fria e autoritária. "Quem é você para abraçar o mestre desse jeito?"

Ashura parou abruptamente, olhando para A-1 com olhos arregalados. Ele piscou algumas vezes, sem acreditar na cena diante de si. "Mestre? Você encontrou um discípulo, Sans? Quando isso aconteceu?"

Sans, com um sorriso leve e um toque de humor, respondeu com simplicidade: "De certa forma, sim. Além de treiná-lo, também o criei."

O choque no rosto de Ashura era inconfundível. Ele ficou de boca aberta, incapaz de processar a informação de imediato. Como alguém que não era um semideus poderia criar vida? Ele conhecia Sans o suficiente para saber que havia muito mais em sua história do que aparentava, mas ainda assim, essa revelação era surpreendente.

"Você... o criou?" Ashura repetiu, incrédulo. "Mas... mas isso não é algo que qualquer um pode fazer. Como você conseguiu, Sans?"

Sans deu de ombros de maneira despreocupada, mas seus olhos brilhavam com um conhecimento profundo. "Digamos que as coisas mudaram um pouco desde a última vez que nos vimos. Eu não sou mais o mesmo."

Kilua, sempre o mais relaxado, se aproximou de A-1, observando-o de perto. "Então, esse aqui é sua criação? Fascinante... É incrível o quanto você evoluiu, Sans. Três anos, e você já está criando seres desse nível."

A-1, sempre leal, manteve-se em silêncio, mas não desviou o olhar de Kilua, observando-o com cautela. Sans balançou a cabeça, ainda sorrindo. "Muitas coisas mudaram desde que eu parti, mas é bom ver que vocês ainda estão por aqui. Kilua, Ashura, parece que vocês dois continuam tão poderosos como sempre."

Ashura finalmente se recompôs e deu um passo para trás, recuperando seu semblante sério. "Sim, mas parece que você nos deixou muito para trás. Enquanto nós apenas treinamos, você... se tornou algo mais."

Sans assentiu. "De certa forma, sim. E agora, eu voltei para rever o Império do Portão da Morte. Precisamos conversar com os líderes daqui e verificar como as coisas estão."

Kilua cruzou os braços e sorriu. "Se você está aqui, então o Império está seguro. Vamos ver o que o futuro nos reserva."

Com isso, os três seguiram em direção aos portões principais do império, enquanto A-1 observava silenciosamente. A reunião dos antigos amigos estava apenas começando, e o destino do Império do Portão da Morte estava prestes a mudar.

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