Capítulo 67

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Capítulo 67: Encontros Sob o Céu Desolado

Ashura e Kilua avançavam rapidamente pelas ruínas do reino destruído. A poeira, o cheiro de sangue e o silêncio pesado eram sufocantes. Eles se entreolharam brevemente, suas expressões endurecidas pela preocupação, antes de continuarem a busca por seus filhos adotivos, Sans e Nick.

Ao longe, uma voz familiar quebrou o silêncio.

— Ashura! Kilua! — gritou Moon, sua figura correndo na direção deles.

Ashura e Kilua se viraram rapidamente e viram Moon, suas roupas sujas de terra e seus olhos brilhando de lágrimas contidas. Ela correu até eles e, sem hesitar, os abraçou apertadamente. Apesar das circunstâncias sombrias, a reunião com Moon trouxe um raro momento de alívio.

— Faz tanto tempo... — Moon suspirou, seu rosto pressionado contra o peito de Ashura.

Kilua a acariciou levemente no ombro, oferecendo um sorriso fraco.

— Sentimos sua falta também — disse Kilua.

Depois de um longo abraço, Moon se afastou, sua expressão séria retornando enquanto perguntava:

— Vocês encontraram Sans e Nick? Meus irmãos... vocês os viram?

Ashura balançou a cabeça, seu rosto endurecendo novamente.

— Estamos aqui para isso também. Não conseguimos encontrá-los ainda, mas continuamos procurando — ele respondeu.

Juntos, os três começaram a avançar pelas ruínas, encontrando-se com Astrid e Merlim, que já aguardavam nas proximidades. Merlim, mestre de Moon e Astrid, estava em silêncio, observando a destruição ao redor. Mesmo que ela não fosse ligada emocionalmente aos acontecimentos, uma preocupação oculta brilhava em seus olhos.

Eles continuaram a busca, atravessando os escombros e áreas devastadas, sentindo que algo os puxava para mais perto de seus entes queridos desaparecidos. Após algum tempo de procura, a energia de Apolo e Kimi, que estavam à caça de sua filha Nika, os atingiu como um trovão no horizonte.

Ao se aproximarem, os grupos finalmente se encontraram, e Ashura e Kilua cumprimentaram Apolo e Kimi com um aceno breve.

— Vocês encontraram alguém? — perguntou Apolo, enquanto seus olhos varriam os destroços ao redor.

— Ainda não... — respondeu Ashura, mas seu tom revelava a urgência que sentia.

— Nika ainda está desaparecida também — disse Kimi, visivelmente agitada. — Não podemos parar até que todos estejam seguros.

Com essa determinação, o grupo seguiu, sentindo que algo se aproximava. Foi então que encontraram um grupo gravemente ferido: Yoko, Rukia, Nika, Toga e Yamato, todos juntos e em um estado alarmante. Sangue e ferimentos cobriam seus corpos, e a respiração de alguns era tão fraca que mal podiam ser ouvidos.

Apolo se ajoelhou ao lado de Nika, seu rosto congelado em uma máscara de preocupação profunda. Ashura observava Yoko e Rukia, sua impotência evidente. Por mais que quisessem ajudá-los diretamente, as feridas eram graves demais para seus poderes.

— Não podemos curá-los sozinhos — murmurou Ashura, seu punho cerrado de frustração.

— Precisamos encontrar Sans, Nick e Arthuria... talvez eles possam ajudar de alguma forma — disse Apolo, levantando-se ao lado de Ashura.

Com os feridos estabilizados temporariamente, o grupo prosseguiu, a ansiedade crescendo. Após algum tempo, eles finalmente encontraram Nick e Arthuria, as duas igualmente feridas, mas conscientes. Elas foram levadas rapidamente até o grupo de garotas que usavam magia de recuperação, criando uma cena tocante e intensa enquanto as feridas eram tratadas.

A magia de cura pairava no ar, brilhando suavemente enquanto cada uma das jovens fazia o possível para restaurar as forças dos feridos. Nick e Arthuria fecharam os olhos, exaustas, mas a sensação de alívio por estarem entre os seus era palpável.

Porém, o pior ainda estava por vir.

Após duas horas de buscas incansáveis, eles finalmente encontraram Sans. Mas o estado em que o encontraram quase quebrou o espírito de todos. O corpo de Sans estava crivado de buracos, com um grande e profundo buraco no centro do peito, o que parecia indicar que ele havia sofrido uma batalha intensa e desesperadora.

Ashura, ao ver seu filho adotivo naquele estado, ficou completamente abalado. Ele caiu de joelhos, seus olhos arregalados em choque. Kilua ficou paralisada, suas mãos cobrindo a boca para sufocar o grito de dor que lutava para sair.

Apolo se aproximou, sua mão pousando no ombro de Ashura em um gesto de consolo silencioso. Ele então pegou o corpo de Sans nos braços, embora sua própria dor fosse evidente.

— Ele ainda respira... mas está fraco. Vamos levá-lo até as garotas, rápido — disse Apolo, sua voz cheia de uma urgência calma.

Enquanto Apolo carregava Sans até o grupo de curandeiras, Moon, ao ver o estado de seu irmão, teve um colapso emocional. Ela gritou de terror e desespero, seu corpo caindo ao chão enquanto soluços incontroláveis a dominavam.

— Não... Sans, por favor... não me deixe... — ela chorava, seus olhos inchados pelas lágrimas.

Astrid, por outro lado, fechou os olhos, recusando-se a olhar diretamente para o estado de seu rival mais novo. O choque a envolvia de maneira silenciosa, mas profunda.

Kilua e Kimi quase perderam o controle ao ver o estado de Sans. Para Kilua, Sans era seu filho adotivo, a criança que ela cuidou e protegeu. Para Kimi, ele era praticamente seu genro. Ambas correram até ele, desesperadas para usar toda a magia de cura que conheciam, na esperança de que ele acordasse.

— Você não pode morrer, Sans! — gritou Kilua, suas mãos tremendo enquanto a magia de cura brilhava intensamente entre seus dedos.

Kimi, ao seu lado, estava com os olhos arregalados, lutando para manter a calma enquanto aplicava sua própria magia de cura.

Depois de horas de trabalho árduo, os outros feridos começaram a acordar, mesmo com seus corpos ainda em estado crítico. Um por um, eles foram estabilizados o suficiente para serem transportados.

Com a ajuda de todos, os sobreviventes foram levados ao Santuário do Sol, governado por Apolo. Lá, cada um foi colocado para descansar, seus corpos exaustos, mas suas vidas preservadas, ao menos por enquanto.

No entanto, o corpo de Sans permanecia imóvel, o brilho da magia de cura ainda pulsando ao seu redor, mas sem sinais de resposta imediata. A tensão no ar era palpável. A esperança de todos dependia de que Sans, o guerreiro mais resiliente, pudesse vencer mais essa batalha.

E enquanto o sol se punha sobre o Santuário, um silêncio pesado tomava conta de todos, enquanto aguardavam, cheios de esperança e medo, que Sans despertasse da beira da morte.

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