Capítulo 65: A batalha Acaba
O campo de batalha no Reino de Sans era um cenário desolado. O chão estava manchado de sangue, corpos jaziam em todas as direções, e a fumaça pairava no ar como um lembrete amargo da destruição que acabara de ocorrer. A outra parte corrompida do Coelho Dourado, agora triunfante após forçar a retirada de Losos, marchava em direção às Cinco Montanhas com seu exército de Titans. Seus olhos, cheios de um desejo insaciável por destruição, estavam fixos em um único objetivo: eliminar sua contraparte "boazinha" de uma vez por todas.
A-1, B-2 e Hall, guardiões leais e implacáveis do reino de Sans, se postavam firmes à frente da entrada das Cinco Montanhas. Sabiam que, apesar de sua força, o inimigo que se aproximava era devastador. Mas não hesitavam, suas expressões eram determinadas. Cada um deles sabia o que estava em jogo. Proteger a parte boa do Coelho Dourado e Sans era sua missão final.
A outra metade corrompida chegou à base da montanha com uma risada sinistra ecoando, o som reverberando pelas pedras.
— Vocês realmente acham que podem me impedir? — disse ele, sua voz cheia de desprezo. — Minhas garras já sentem o gosto da vitória.
O exército de Titans se espalhou, cercando a entrada das montanhas. A-1 e B-2 avançaram primeiro, seus corpos se movendo em perfeita sincronia. Eles eram máquinas de guerra projetadas para enfrentar qualquer adversário, mas contra um inimigo como a parte corrompida do Coelho Dourado, sabiam que essa seria sua última batalha.
A-1 rugiu ao investir com uma lança de energia concentrada, atingindo um dos Titans diretamente no peito, perfurando sua armadura e explodindo-o em pedaços. B-2 cobria o flanco, destruindo dois Titans com um único golpe de seu martelo de guerra. Os dois lutavam como se fossem uma extensão um do outro, mas os Titans eram implacáveis e o número era esmagador.
Enquanto isso, Hall, o terceiro guardião, permaneceu ao lado da parte boa do Coelho Dourado, seu escudo erguido, protegendo seu mestre. Mas ele sabia que a barreira não duraria para sempre.
A batalha era intensa, cada golpe dos guardiões levava Titans ao chão, mas o avanço continuava. A horda parecia interminável, e a parte corrompida do Coelho Dourado observava tudo com um sorriso cruel, sem sequer levantar um dedo para ajudar seu exército.
Em um golpe brutal, A-1 foi atingido por um Titan imenso, suas defesas falhando. A lâmina afiada do Titan atravessou seu peito, fazendo com que ele caísse de joelhos. Seus olhos brilharam uma última vez antes de apagarem. A-1 estava morto.
B-2, vendo seu companheiro cair, rugiu de fúria, redobrando seus ataques. Mas logo foi cercado por um grupo de Titans maiores e mais fortes, que o esmagaram sob o peso de seus golpes brutais. B-2 caiu logo depois, seu corpo mecânico destruído além de qualquer reparo.
Agora, apenas Hall permanecia. Seus braços tremiam sob o peso de seu escudo, e o número de Titans ao seu redor aumentava. Ele sabia que não poderia durar muito mais tempo.
— Não vou permitir que você o toque! — gritou Hall, suas palavras dirigidas à parte corrompida do Coelho Dourado, que se aproximava lentamente, com um sorriso maligno no rosto.
Com um último esforço, Hall ativou uma explosão de energia, sacrificando-se para destruir o maior número possível de Titans. A explosão reverberou pelo campo de batalha, levando vários inimigos junto com ele, mas não foi o suficiente. Hall morreu em seu ato final de proteção, e os Titans restantes, liderados pela parte corrompida, seguiram em direção à entrada da câmara onde o Coelho Dourado boazinha estava escondido.
A parte boa do Coelho Dourado, debilitada e enfraquecida pela luta anterior, sentia a aproximação de sua contraparte corrompida. Sabia que estava perto do fim. A energia do inimigo era esmagadora, e não havia mais ninguém para protegê-lo.
Foi então que Sans chegou. Gravemente ferido pelas batalhas anteriores, seu corpo ainda sangrava, mas sua determinação era inabalável. Ele não permitiria que o Coelho Dourado fosse destruído.
Sans se aproximou do Coelho Dourado ferido e olhou diretamente para sua outra metade corrompida, que agora estava a poucos metros de distância.
— Você acha que pode simplesmente tomar o que não é seu? — disse Sans, sua voz ecoando pelas montanhas. — Não vou permitir isso.
O Coelho Dourado, em sua forma enfraquecida, olhou para Sans com gratidão e determinação.
— Eu... não posso continuar assim. — disse ele, sua voz fraca. — Eu preciso me fundir novamente. Só assim poderei deter essa parte corrompida de mim.
Sans assentiu. Ele sabia que a fusão era a única chance. Com um último ato de sua magia, Sans canalizou o poder que lhe restava para ajudar o Coelho Dourado a se fundir com sua metade corrompida. A fusão começou.
A parte corrompida do Coelho Dourado rugiu de fúria ao sentir o processo começar. Tentou resistir, mas o poder de Sans e da parte boa era esmagador. Aos poucos, as duas metades se tornaram uma só, e o novo Coelho Dourado, agora completo, se ergueu.
A fusão era completa, e o poder que emanava dele era incomensurável. Ele olhou para o exército restante de Titans, que agora hesitava, e então para Sans.
— Eu sou completo novamente. — disse o Coelho Dourado, sua voz profunda e reverberante. — E agora, não há mais necessidade de lutar.
Sem mais uma palavra, o Coelho Dourado, agora mais poderoso do que nunca, ordenou ao seu exército que se retirasse. Em questão de segundos, o caos que havia se instalado no Reino de Sans começou a desaparecer, e o campo de batalha, antes dominado por gritos e destruição, ficou silencioso.
A vitória foi esmagadora, e em apenas três minutos, a parte corrompida do Coelho Dourado havia conquistado o que parecia ser impossível. Mas agora, fundido com sua outra metade, ele não tinha mais interesse em continuar a guerra.
Sans ficou em silêncio, observando o novo Coelho Dourado partir com seu exército. O preço da batalha havia sido alto. A-1, B-2 e Hall estavam mortos. O exército de golens também havia sido destruído, e restavam apenas oito guerreiros vivos, gravemente feridos.
O Reino de Sans, outrora um lugar de paz e proteção, agora estava em ruínas, e ele sabia que seria necessário mais do que magia para reconstruí-lo.
Mas, por enquanto, o silêncio reinava. E com ele, a promessa de um novo começo.
