Capítulo 27 O Poder da Criação

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Capítulo 27: O Poder da Criação

Sans estava no topo da montanha, sentindo o vento frio chicotear sua pele enquanto contemplava o oceano vasto que se estendia à sua frente. A espada dada por Juliano, o Coelho Dourado, repousava ao seu lado, mas o que realmente chamava sua atenção era o poder pulsando dentro de si, resultado do despertar de sua nova linhagem: a Linhagem da Criação do Mundo.

Ele sabia que essa linhagem deveria conceder-lhe habilidades extraordinárias, mas ainda não tinha certeza de como usá-las. "Linhagem da Criação do Mundo," murmurou para si mesmo, tentando compreender a profundidade de seu novo poder.

Decidido a explorar o que sua linhagem poderia fazer, Sans começou com algo simples: criar uma fogueira. Ele sabia que muitos magos podiam conjurar fogo com um simples pensamento, e ele deveria ser capaz de fazer o mesmo agora. Fechando os olhos, ele visualizou uma fogueira à sua frente, imaginando as chamas quentes dançando sobre a madeira. Ele tentou sentir o calor, ouvir o crepitar do fogo.

Mas quando abriu os olhos, nada havia mudado. O espaço diante dele permanecia vazio, sem fogo, sem calor. Sans franziu a testa, frustrado. Tentou novamente, e depois mais uma vez, mas o resultado foi sempre o mesmo: nada.

"Não é assim que funciona," pensou, começando a entender. Ele estava tentando forçar algo sem realmente compreender o que significava criar. A criação, ele percebeu, não era apenas conjurar algo a partir do nada; era entender a essência do que se desejava trazer à existência.

Sans voltou a fechar os olhos, mas desta vez, em vez de apenas visualizar o fogo, ele se concentrou em compreender o que o fogo realmente era. Pensou na madeira seca, cheia de resina, pronta para queimar. Imaginou o calor intenso necessário para iniciar a combustão, e como o oxigênio alimentava as chamas. Ele se concentrou na química envolvida, na transformação da matéria à medida que o fogo a consumia, transformando madeira sólida em luz e calor. Pensou no cheiro da fumaça, no som das chamas crepitando, e no calor que irradiava.

Focando em todos esses detalhes, Sans sentiu algo diferente dentro de si. Uma energia suave, mas poderosa, começou a fluir. Ele a guiou para o espaço à sua frente e, com um pequeno esforço final, abriu os olhos.

Ali, bem diante dele, uma pequena fogueira crepitava suavemente, suas chamas alaranjadas dançando sobre pedaços de madeira que ele sabia que não estavam ali antes. A fogueira estava quente, real. Sans sentiu uma onda de satisfação. Ele havia conseguido. Criara algo do nada.

Mas ele sabia que isso era apenas o começo. Se ele podia criar uma fogueira, o que mais poderia fazer?

Ainda contemplando as chamas, Sans teve uma ideia. E se ele tentasse criar uma forma de vida? O pensamento o excitou e ao mesmo tempo o assustou. Criar vida era algo incrivelmente complexo, mas ele queria tentar, queria saber até onde seu poder poderia levá-lo.

Decidido, Sans fechou os olhos novamente e, desta vez, visualizou um sapo. Não apenas a aparência externa, mas a estrutura interna também: os músculos, os ossos, os órgãos. Ele se lembrou de uma aula de biologia de sua vida passada, onde estudara a anatomia de um sapo. Concentrou-se nas pequenas coisas que faziam um sapo ser um sapo — a textura da pele úmida, a maneira como seus músculos se moviam, a respiração calma e rítmica.

Assim que visualizou tudo isso, tentou usar seu poder para trazê-lo à existência. Mas, ao contrário da fogueira, isso foi muito mais difícil. Ele falhou na primeira tentativa, e na segunda. Repetiu o processo várias vezes, ajustando sua visão, focando nos detalhes, tentando entender o que estava faltando.

Finalmente, após várias tentativas, ele sentiu uma pequena pulsação de energia entre suas mãos. Abriu os olhos lentamente e, para sua surpresa, havia um pequeno sapo sentado ali, olhando para ele com olhos curiosos.

Sans ficou boquiaberto. Ele realmente tinha criado uma vida! O sapo estava vivo, respirando e se movendo. Era um ser simples, mas estava ali por causa dele.

A alegria que Sans sentiu ao ver a pequena criatura viva foi indescritível. Ele sabia que estava apenas arranhando a superfície do que poderia fazer com esse novo poder, mas esse era um começo promissor. Agora, ele sabia que, com paciência e prática, não havia limites para o que ele poderia criar.

A jornada para entender e dominar completamente sua linhagem ainda estava apenas começando, mas Sans estava pronto para enfrentar qualquer desafio que surgisse. Afinal, ele era agora o herdeiro de um poder que moldou o próprio mundo, e estava determinado a usar isso para proteger aqueles que amava.

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