Capítulo 50: A Forja de Fogo Negro
Após deixar o Império do Portão da Morte, Sans voltou ao seu castelo, a mente agitada com os últimos acontecimentos. Ele não podia deixar de pensar no presente que havia deixado com Kilua e Ashura, a runa que o Coelho Dourado havia confiado a ele. Não era uma decisão fácil, mas ele sabia que era necessário para fortalecer seus aliados e garantir a segurança do reino. Mesmo assim, sentia um vazio, como se uma parte de sua própria força tivesse sido entregue.
Enquanto caminhava pelos corredores do castelo, seus pensamentos se voltaram para algo mais prático, mais direto. Ele tinha em mente a criação de algo que poderia não apenas repor o poder que sentia ter perdido, mas também superar o que ele já possuía. Algo que pudesse transformar o campo de batalha com sua mera presença.
No silêncio do seu laboratório, Sans começou a trabalhar. Ele estendeu a mão e conjurou uma poderosa pedra de maná com o Atributo Fogo Negro. O fogo negro, uma chama que consumia até a própria luz, era uma de suas criações mais perigosas. Controlá-lo requeria uma habilidade absurda, e poucos no mundo podiam sequer suportar sua presença. No entanto, Sans sabia que, nas mãos certas, essa energia seria uma arma definitiva.
Logo após criar a pedra de maná, Sans focou em outra necessidade. Ele precisava de um metal que fosse digno de canalizar essa energia. Ele reuniu o que restava do raro metal Igritanil, uma substância única que tinha a capacidade de conduzir e amplificar o poder do fogo negro. O metal, comparável ao adamantium em termos de durabilidade, tinha uma resistência impressionante e seria perfeito para forjar uma arma que pudesse canalizar essa energia destrutiva.
Com 20 quilos de Igritanil diante de si, Sans convocou Hall, o Mestre Ferreiro, para dar início ao projeto. Hall, que estava descansando, logo percebeu a urgência no chamado de Sans. Quando ele chegou ao laboratório e viu a pedra de maná de fogo negro e o metal raro, soube que estava prestes a criar uma obra-prima.
— Vamos trabalhar nisso imediatamente, Mestre Sans — disse Hall, a voz firme, mas com uma excitação palpável.
Por três dias e três noites, Hall trabalhou incansavelmente, moldando o Igritanil com o fogo negro, infundindo cada golpe de seu martelo com precisão e poder. Ele sabia que a criação de uma espada dessa magnitude exigia toda a sua habilidade, e que qualquer erro poderia resultar em um desastre. Mas Hall não era um ferreiro comum. Cada martelada, cada polimento, era feito com a maestria de alguém que havia dedicado toda sua vida à forja.
No final do terceiro dia, Hall emergiu da forja, segurando nas mãos uma espada de rara beleza e poder. A lâmina era negra como a noite, com um brilho profundo e sinistro que parecia devorar a luz ao seu redor. O fio da espada brilhava com um leve tom vermelho, mostrando o fogo negro pulsando dentro dela. A arma era leve ao toque, mas carregava consigo um poder incomensurável. Hall sabia que estava diante de sua maior criação.
Ele caminhou até Sans, que o esperava pacientemente, e estendeu a espada.
— Está pronta, Mestre — disse Hall, com um leve sorriso de orgulho.
Sans pegou a espada em suas mãos, sentindo o poder fluir através dela. Ele agradeceu Hall com um aceno de cabeça, sabendo que essa arma não era apenas uma ferramenta de combate, mas uma verdadeira obra-prima.
— Excelente trabalho, Hall — disse Sans. — Esta espada irá mudar o curso de muitas batalhas.
Com a espada em mãos, Sans caminhou em direção ao dormitório de Yoko. Ele sabia que Yoko era a pessoa certa para empunhar uma arma com tal poder. Seu domínio sobre a magia e a força física fariam dela a guerreira perfeita para liberar todo o potencial da espada.
Chegando à porta do dormitório de Yoko, Sans bateu levemente.
— Yoko, preciso falar com você — disse ele, a voz calma.
A porta se abriu, revelando Yoko, com os olhos levemente curiosos.
— Mestre Sans? — perguntou ela, surpresa ao vê-lo ali.
Sans estendeu a espada em direção a ela.
— Esta é para você, Yoko. É uma espada forjada com Igritanil, imbuída com o poder do fogo negro. Apenas você pode controlá-la plenamente. Com essa arma, você estará mais preparada para as batalhas que estão por vir.
Yoko pegou a espada com ambas as mãos, sentindo o peso e a energia que emanava dela. Seus olhos se arregalaram levemente ao perceber o poder contido na lâmina.
— Eu... nem sei o que dizer — disse Yoko, surpresa e grata.
— Apenas use-a com sabedoria. Ela foi feita para você — respondeu Sans, com um leve sorriso.
Yoko inclinou a cabeça em sinal de respeito, compreendendo a responsabilidade que acabava de receber.
— Eu prometo, Mestre Sans. Esta espada será uma extensão da minha força, e eu lutarei por nosso reino com tudo o que tenho.
Sans acenou e deu um passo para trás, observando Yoko enquanto ela começava a se familiarizar com a nova arma. Ele sabia que, nas mãos dela, a espada seria uma força imparável.
Com sua tarefa cumprida, Sans se afastou, sentindo-se um pouco mais aliviado. Agora, com a espada em boas mãos, ele sabia que estavam prontos para o que quer que viesse.