LII - To Be Human

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Já teve a certeza de que havia alguma coisa errada com você?

Não me refiro a incertezas, desconfianças, achismos... 

É uma convicção. 

Chorei por horas depois do sexo. 

Foi muito estranho, nunca tinha acontecido. 

Não daquele jeito.

Já senti um prazer profundo irradiando pelo meu corpo. Tão forte que a única resposta do meu corpo foram lágrimas. 

Dessa vez, quando o JK estava dentro de mim, senti o orgasmo se aproximando. 

Como se o êxtase desse passos.

Mas ao mesmo tempo, toda a angústia que engoli veio junto. 

Essas ondas de sentimentos estranhos que apertam o meu peito. 

Engoli todas elas e achei que as tinha vencido. 

Só que elas vieram de uma só vez. Pegaram carona no orgasmo e me inundaram.

Não conseguia parar de chorar. 

O que tem de errado comigo? 

Estou preocupada que a sasaeng mate o garoto? 

Sim, desde o dia em que fui contratada. 

Isso não é novidade. 

Estou sofrendo porque todos os caminhos me levam a prisão e consequentemente farão com que me separe do garoto? 

Claro, nada de novo. 

Meu pai reaparecendo e me fazendo sentir como uma criança vulnerável? 

Isso é um filme repetido. 

É como se eu não tivesse controle do meu corpo ou das minhas emoções e isso está muito errado. 

Sempre estou no controle de tudo.

Depois do que aconteceu na noite anterior, o garoto me fez vir ao médico. 

Ele me obrigou, na verdade. Assumiu o modo JK. 

Não há ninguém na clínica além de mim e da médica.

Ela concordou em me atender meia hora antes do horário de abertura. 

Cuidadoso da parte dela. 

— O que te faz pensar que está com uma doença cardíaca?

Sem motivo algum eu encarava  o mini boneco no canto da mesa da doutora. 

É daqueles anatômicos que mostram todos os órgãos.

— Ando sentindo uns apertos estranhos no peito. Falta de ar e a sensação de que meus batimentos estão desacelerando. 

— Houve alguma grande mudança em sua vida recentemente? 

Não estava esperando por essa pergunta. Comecei a encarar o coração do boneco. 

— Meu pai foi internado em uma clínica para dependentes, tem um assassino perseguindo o meu namorado que por acaso é o meu cliente — Dei uma pausa pra tentar me explicar melhor — Sou guardas costas. Sabe — Dei de ombros — Coisas da vida. 

— Lembra quando os sintomas começaram? 

Puxei pela memória. Tentei fazer isso de forma breve. Como um filme acelerado desde o dia em que o senhor Park me chamou para trabalhar.

Acho que sorri lembrando de como o garoto era tolo quando eu era apenas sua guarda costas. 

O dia do pagode...

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