Já passei por uma caralhada de coisas.
Situações que nunca virão a público.
Mas uma certeza eu tenho:
Um filha da puta quase ter atirado na minha mulher foi a pior delas!
Foi o pior dia da minha vida.
Foi mais assustador do que qualquer ameaça escrita.
Mais desesperador do que acordar ensanguentado.
Mais aterrorizante do que alguém entrando na garagem e atirando contra mim.
Só de lembrar sufoca.
É uma mistura de medo e ódio.
Se eu pudesse matá-lo com as minhas próprias mãos...
O senhor Park deu uma bela surra naquele verme nojento.
Prestamos depoimento, o filha da puta foi preso e fomos liberados.
Cancelei todos os compromissos de hoje.
O senhor Park nos deixou no apartamento e foi embora.
Pediu para os seguranças a paisana ficarem atentos.
Beck está tomando banho e eu estou esperando.
Ela ficou muito abalada, nem parecia estar no mesmo mundo que eu.
Não olhou nos meus olhos uma vez sequer.
Mas é compreensível.
Mesmo sendo treinada, é uma situação foda.
Ela saiu do banheiro de cabeça baixa.
— Fiz um café — Mostrei a xícara na mesa de cabeceira.
Beck não se moveu.
O cabelo estava molhado.
— Quer que eu finalize seu cabelo? — Nenhuma resposta — Quer comer? — Sem reação — Quer deitar? Podemos ficar abraçados e...
Eu ia abraçá-la, mas assim que dei um passo em sua direção fui empurrado.
Ela me empurrou.
Forte.
Com as duas mãos espalmadas no meu peito.
Não entendi.
— Beck?
Ela nunca fez isso.
— Não toca em mim.
— Amor...
— Acabou!
— O quê? — Ri não porque era engraçado, mas porque era absurdo.
— Eu te falei desde o primeiro dia, Jeon. Meu trabalho era te proteger e se algo desse errado, eu morreria por você.
— Beck, isso é ridículo. Isso tudo foi antes...
— Antes do que?
— De eu te amar! Como assim? Acha que eu ia ver você em perigo e não intervir?
— Conversamos sobre isso. Várias vezes, Jeon — Ela balançava a cabeça negativamente — Você se salva. Você é a prioridade... Eu te avisei tanto.
— Porra, Beck! A minha prioridade é você! Você é a minha vida.
— E se ele tivesse atirado?
— EU NÃO ME IMPORTO!
Ela deu um passo pra trás e finalmente me olhou.
Com desprezo.
Magoada.
Decepcionada.
Seria melhor se não tivesse olhado.
— Eu morreria por você, Jeon. No começo porque era o meu trabalho e no fim porque te amo. Sem pensar, sem hesitar, sem lamentar... Morreria nessa e em outras vidas, mas eu nunca — Engoliu a seco com a voz trêmula — Jamais permitiria que você se sacrificasse por mim.
— Não posso aceitar isso — Senti o choro formando na minha garganta — Eu prefiro morrer do que permitir que alguém te machuque.
— Hoje — As lágrimas caíram de seus olhos — Você me machucou mais do que se eu tivesse levado um tiro.
— Por favor... Não diz isso!
— O meu coração foi destruído, Jeon — Ela chorava mais — Foi a pior sensação que já senti em vida. Nem se todos os meus ossos quebrassem não doeria tanto.
— Beck... Não diz isso — Agora eu estava chorando tanto quanto ela.
— Não consigo fazer isso, Jeon. Eu não acredito que fez isso — Beck cobriu o rosto com as duas mãos.
— Por que a gente não se acalma? Vamos conversar mais tarde ou amanhã, eu...
Dei um passo pra frente e ela deu outro pra trás.
— Não há o que conversar, Jeon.
— Desculpa. Me perdoa. Hem, Beck. Eu fui estúpido, não vou mais fazer... Eu... Me desculpa...
O som do choro dela se misturou com o meu.
É desesperador ver a minha Beck chorar e não poder abraçá-la.
Quero pegá-la no colo e dizer que tudo vai ficar bem.
Que foi só um susto.
Que já passou.
Que o filha da puta vai apodrecer na cadeia.
Que vou protegê-la...
Ela tem que me perdoar.
Não podemos nos separar.
Não posso perdê-la.
Ela é a mulher que eu amo.
Eu só quero a Beck.
Quero fazê-la feliz.
Pra sempre.
Beck enxugou as lágrimas com o dorso da mão e respirou fundo contendo o choro.
— Vai ser difícil no começo, mas depois vai ser mais suportável.
— Beck!
— Eu já havia falado isso, mas dessa vez preciso que respeite. Não quero que toque em mim se não for por questão de segurança.
Por que ela não me escuta? — Beck!
— Não pense em entrar no meu quarto sem permissão e nem em dormir comigo como fazia antes de namorarmos.
— Rebeca Kim!
— Não ultrapasse meus limites ou peço demissão e nem sua guarda costas serei mais.
— Amor — Ela olhou pra mim — Por favor... — Suspirei e contraí a mandíbula — Não faz isso com a gente.
— Acabou, Jeon. Nosso relacionamento encerra aqui.
E de repente
O pior dia da minha vida acabou de piorar.
Perdi o meu amor.
Está tudo destruído.
O que eu faço?
Como vou juntar meu coração arruinado?
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A Guarda Costas
FanfictionNessa obra temos Jeon Jungkook, o vocalista do grupo BTS de k-pop mundialmente famoso. Mas o preço da fama é alto e JK está em apuros. Não é errado dizer que nosso mocinho precisa ser salvo, mas de quem? Por quê? E a pergunta de um milhão de dólares...