POV IV - Jungkook

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Já passei por uma caralhada de coisas. 

Situações que nunca virão a público. 

Mas uma certeza eu tenho:

Um filha da puta quase ter atirado na minha mulher foi a pior delas! 

Foi o pior dia da minha vida. 

Foi mais assustador do que qualquer ameaça escrita. 

Mais desesperador do que acordar ensanguentado. 

Mais aterrorizante do que alguém entrando na garagem e atirando contra mim. 

Só de lembrar sufoca. 

É uma mistura de medo e ódio. 

Se eu pudesse matá-lo com as minhas próprias mãos... 

O senhor Park deu uma bela surra naquele verme nojento. 

Prestamos depoimento, o filha da puta foi preso e fomos liberados. 

Cancelei todos os compromissos de hoje. 

O senhor Park nos deixou no apartamento e foi embora. 

Pediu para os seguranças a paisana ficarem atentos. 

Beck está tomando banho e eu estou esperando. 

Ela ficou muito abalada, nem parecia estar no mesmo mundo que eu. 

Não olhou nos meus olhos uma vez sequer. 

Mas é compreensível. 

Mesmo sendo treinada, é uma situação foda. 

Ela saiu do banheiro de cabeça baixa. 

— Fiz um café — Mostrei a xícara na mesa de cabeceira. 

Beck não se moveu.

O cabelo estava molhado. 

— Quer que eu finalize seu cabelo? — Nenhuma resposta — Quer comer? — Sem reação — Quer deitar? Podemos ficar abraçados e... 

Eu ia abraçá-la, mas assim que dei um passo em sua direção fui empurrado. 

Ela me empurrou. 

Forte. 

Com as duas mãos espalmadas no meu peito. 

Não entendi. 

— Beck? 

Ela nunca fez isso. 

— Não toca em mim. 

— Amor... 

— Acabou! 

— O quê? — Ri não porque era engraçado, mas porque era absurdo. 

— Eu te falei desde o primeiro dia, Jeon. Meu trabalho era te proteger e se algo desse errado, eu morreria por você. 

— Beck, isso é ridículo. Isso tudo foi antes... 

— Antes do que?

— De eu te amar! Como assim? Acha que eu ia ver você em perigo e não intervir? 

— Conversamos sobre isso. Várias vezes, Jeon — Ela balançava a cabeça negativamente — Você se salva. Você é a prioridade... Eu te avisei tanto. 

— Porra, Beck! A minha prioridade é você! Você é a minha vida.

— E se ele tivesse atirado? 

— EU NÃO ME IMPORTO! 

Ela deu um passo pra trás e finalmente me olhou. 

Com desprezo. 

Magoada. 

Decepcionada. 

Seria melhor se não tivesse olhado.

— Eu morreria por você, Jeon. No começo porque era o meu trabalho e no fim porque te amo. Sem pensar, sem hesitar, sem lamentar... Morreria nessa e em outras vidas, mas eu nunca — Engoliu a seco com a voz trêmula — Jamais permitiria que você se sacrificasse por mim.

— Não posso aceitar isso — Senti o choro formando na minha garganta — Eu prefiro morrer do que permitir que alguém te machuque. 

— Hoje — As lágrimas caíram de seus olhos — Você me machucou mais do que se eu tivesse levado um tiro. 

— Por favor... Não diz isso! 

— O meu coração foi destruído, Jeon — Ela chorava mais — Foi a pior sensação que já senti em vida. Nem se todos os meus ossos quebrassem não doeria tanto. 

— Beck... Não diz isso — Agora eu estava chorando tanto quanto ela. 

— Não consigo fazer isso, Jeon. Eu não acredito que fez isso — Beck cobriu o rosto com as duas mãos. 

— Por que a gente não se acalma? Vamos conversar mais tarde ou amanhã, eu... 

Dei um passo pra frente e ela deu outro pra trás. 

— Não há o que conversar, Jeon. 

— Desculpa. Me perdoa. Hem, Beck. Eu fui estúpido, não vou mais fazer... Eu... Me desculpa...

O som do choro dela se misturou com o meu. 

É desesperador ver a minha Beck chorar e não poder abraçá-la. 

Quero pegá-la no colo e dizer que tudo vai ficar bem. 

Que foi só um susto. 

Que já passou.

Que o filha da puta vai apodrecer na cadeia. 

Que vou protegê-la... 

Ela tem que me perdoar. 

Não podemos nos separar. 

Não posso perdê-la. 

Ela é a mulher que eu amo. 

Eu só quero a Beck. 

Quero fazê-la feliz. 

Pra sempre.

Beck enxugou as lágrimas com o dorso da mão e respirou fundo contendo o choro. 

— Vai ser difícil no começo, mas depois vai ser mais suportável. 

— Beck! 

— Eu já havia falado isso, mas dessa vez preciso que respeite. Não quero que toque em mim se não for por questão de segurança. 

Por que ela não me escuta? — Beck!

— Não pense em entrar no meu quarto sem permissão e nem em dormir comigo como fazia antes de namorarmos. 

— Rebeca Kim! 

— Não ultrapasse meus limites ou peço demissão e nem sua guarda costas serei mais. 

— Amor — Ela olhou pra mim — Por favor... — Suspirei e contraí a mandíbula — Não faz isso com a gente. 

— Acabou, Jeon. Nosso relacionamento encerra aqui. 

E de repente

O pior dia da minha vida acabou de piorar. 

Perdi o meu amor.

Está tudo destruído.

O que eu faço?

Como vou juntar meu coração arruinado?

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