L - Fallin

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Já teve a sensação de que alguém se cansou de você?

Sem dramas, é exatamente isso. 

O garoto suspirou várias vezes e olhou pro lado buscando paciência.

— Não vou ser ingênuo e pensar que é uma coincidência. Mais uma vez está acusando os meus irmãos — outro suspiro — Parece que chegamos a um impasse. Você os acusa, eu digo que não é eles, você não me convence e eu também sou incapaz de te convencer. 

Assenti sentindo uma pontada de tristeza no peito — Respondi a sua pergunta mesmo sabendo que ia te magoar.

— Não sei se a culpa é minha por perguntar ou sua por responder de forma tão direta. 

Contraí os lábios formando uma linha fina — Não acho que há um culpado. Tudo isso é uma merda. Essa situação... — Neguei com a cabeça.

Houve um silêncio longo. 

Não sabia mais o que dizer e nem ele.

O clima bom desapareceu e estávamos desconfortáveis. 

— Posso te fazer uma pergunta idiota? — O garoto assentiu sem dizer nada — Você ama o Junghyun? 

Ele sorriu sem humor. 

Como se fosse óbvio. 

— Sim. 

— E a Minji? 

O garoto assentiu — No momento optei por me afastar, mas o amor de irmão ainda está aqui. 

Desviei o olhar e segurei o cenho enquanto o franzia — Obrigada por responder. 

— Você quer jantar ou tomar banho primeiro?

— Tomar banho — Olhei pra ele, mas o garoto encarava o vazio. 

— Ok. Vamos tomar banho e depois comer. 

• • •

Seguimos o plano. 

Banho, comida, dentes escovados e cama. 

Não trocamos uma palavra.

É desconfortável porque não somos assim. 

Estamos no meu quarto deitados na cama. 

O abajur está ligado. 

O garoto está mexendo no celular e eu encaro a katana em cima de mim. 

Observo a arte no tsuba que não consegui ver antes. No primeiro momento, achei que fosse um tigre, mas vendo de perto, se trata de uma pantera negra. 

É mais do que lindo, é perfeito. 

Muito adequado.

— Quer que eu apague a luz? 

Não olhei pra ele. Essa guerra fria é drama demais. O que aconteceu não foi bem uma discussão, mas estamos agindo como se fosse. 

É dramático demais. 

— Você que sabe! — Ainda olhava o tsuba. 

Vi pela visão periférica ele mexendo na capa do celular. 

— Toma! — Me ofereceu a mão com a palma virada para cima. 

— O que é isso? — Olhei pra algo pequeno e prata brilhando no meio de sua mão. 

— Aishi... — O garoto sentou na cama impaciente e segurou o meu pulso com cuidado. Ele abriu a minha pulseira, encaixou outro berloque e fechou em seguida — Estava esperando a sua espada chegar pra te dar. 

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