XLI - Love Me Like You Do

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Considerando tudo o que já aconteceu, é uma péssima ideia eu sair armada pra todos os lugares? 

Se não fosse pelo último evento, não carregaria uma pistola pra algo como hoje. É a casa da Hana e ninguém além dos amigos íntimos foram convidados, mas agora vai ser assim.

Vou carregar uma arma comigo até pra comprar pão. 

O rosto dele estava coberto pela máscara, mas os olhos transmitiam nervosismo. 

— Não atira. Meu nome é Miguel Lee. Sou amigo da Hana noona. 

— Meu Deus — Ouvi a voz da Hana se aproximando, mas não tirei os olhos dele — Ta’ tudo bem, Beck. 

— Você disse que todos os convidados já estavam aqui. 

— Ele disse que não ia conseguir vir.

— Por que entrou sorrateiramente? 

— Eu trouxe um lança confete e ia estourar assim que entrasse. 

— É verão. Por que diabos você está com a cara coberta? 

Ele não respondeu. 

— Beck, ta’ tudo bem — Hana continuava intervindo. 

— Responde à pergunta, Miguel.

— Estou me recuperando de uma gripe e a noona está...

Pelo visto, ele sabe que a Hana ta’ grávida, mas não tem certeza se ela já contou.

— Se você é um amigo, não vai ligar se eu conferir o seu lança confete, não é?

— Contanto que não me mate.

Me aproximei segurando a pistola apenas com uma mão. Tateei a linha de cintura dele e achei o cano de papelão. Tirei da cintura e dei uma olhada. Não parecia violado.

— Estoura — Entreguei pra ele. 

Miguel respirou de forma profunda e suave, girou a base do lança confete apontando pra onde não havia ninguém. Houve um estouro seguido de uma chuva de papéis metalizados prata. 

Guardei a minha arma e o único som era da música tocando no fundo. 

Não há como negar o clima tenso que ficou. 

— Prazer em te conhecer, Miguel Lee. Sou a Beck, guarda costas do Jeon Jungkook — Olhei pra trás e todos me olhavam perplexos — Vou checar a entrada — Saí deixando a bagunça pra trás.

Acendi a lanterna do celular e comecei a verificar entre os carros. Ouvi os passos na minha direção e não precisei olhar pra trás pra saber que eram do garoto. 

— Beck, você ta’ bem? 

— Sim. Acho a entrada desse castelo um pouco vulnerável, vou sugerir algumas coisas pra Hana. 

— O que foi aquilo lá dentro? 

— Aquilo o quê?

— Você acabou deixando as pessoas assustadas. Por que não conversa com o Miguel e se desculpa? 

Virei o copo ficando em frente a ele e escorei minha lombar em um dos carros. 

— Você já foi ameaçado diversas vezes, colocaram uma bomba no seu apartamento, um rastreador no seu carro, tentaram atirar em você na garagem… Preciso lembrar do que houve da última vez? A Hana disse que mais ninguém viria, um homem que eu nunca vi entrou na casa com o rosto coberto e levou a mão na cintura de forma suspeita. Não vou me desculpar por fazer o meu trabalho.

O garoto ficou calado por um tempo e me olhava com o cenho franzido. 

— É, você está fazendo o seu trabalho. 

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