A Guarda Costas

XXIII - I'm Yours

Como você age se suas ações não são interpretadas da forma correta?

No meu caso, depende. Se for alguém que não tenho apreço, não perco tempo me explicando. Sou responsável pelo o que falo e pelas minhas ações.

A forma que outra pessoa interpreta não é minha responsabilidade, mas se for alguém que tenho algum tipo de consideração, é claro que vou me explicar até ser compreendida. 

Só que no momento, não há tempo.

Não posso explicar pro garoto e não quero que ele entenda errado, então... 

— Vem comigo! 

— O quê? 

— Está agindo como se eu estivesse escolhendo entre dois interesse amoroso e não é o caso — Mergulhei nos olhos dele — Não há o que escolher, é você, então se não consegue lidar com isso, me espera em casa com o Cho, mas se você conseguir, vem comigo. 

Jeon suspirou contendo a raiva — Vamos acabar logo com isso! 

• • •

O garoto não deu uma palavra o caminho todo, mas ainda assim segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos sem soltar. Vou fingir que não é por ciúmes. 

Ele olha em volta — Ele tem dinheiro? 

— Tem.

— E você sabe a senha — Conclui ao me ver digitando na fechadura eletrônica. 

Assenti — Quer me perguntar mais alguma coisa antes de entrarmos? 

— Gosta mais dele ou de mim? 

— De você, mas você me deixa mais brava do que qualquer outra pessoa no mundo. 

Ele fez um grande bico e entramos.

Uma das coisas que sempre admirei no Adam, é a organização e limpeza dele. Comparado aos Brasileiros, os estadunidenses são bem porcos, mas não era o caso da família dele. 

Herança asiática. 

A higiene pessoal e limpeza da casa sempre foram impecáveis.

Me assusto ao ver a casa virada do avesso. Há garrafas de soju vazias por toda parte. Latas de cerveja e garrafas de vodca.

— Adam — O chamo alto — Eu cheguei. 

— Eu to’ aqui — A voz ecoa do quarto dele. 

A porta estava aberta, então fomos até o quarto. 

Estava pior do que o resto da casa. 

Além das embalagens de bebida, havia incontáveis pacotes de salgadinhos e marmitas pelo chão. 

Jungkook ficou em pé na porta e eu sentei na cama. 

Adam estava deitado de bruços com a cara enfiada no travesseiro chorando de forma desolada. 

— Está bebendo há quantos dias, Adam? 

— To’ com tanta saudade dele, marota. Por isso bebi tanto. 

— Quantos dias, Adam?

— Sete.

— Qual foi a última vez que comeu? 

— Há dois dias. 

— Bebeu água hoje?

Ele negou com a cabeça e cobriu o rosto com as duas mãos — Não consigo nem olhar pra você. Não era pra me ver assim.