XXI - Certain Things

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Vocês já seguraram uma arma? 

Quem começa a praticar tiro, a sensação é maravilhosa.

Você aprende a manusear, os fundamentos do tiro e técnicas de segurança.

Pulando a parte teórica, o primeiro tiro assusta um pouco.

Você sente a sua mão esquentar enquanto o ferro toca a sua pele, sua visão mira no alvo, seu coração acelera segundos antes de puxar o gatilho e aí você atira.

A primeira sensação é o susto. O barulho estrondoso surpreende seu corpo e você não estava preparado para a pressão que seria, mas esse susto é só nos primeiros segundos.

Ao ver o furo no alvo, mesmo não acertando nos pontos principais, seu corpo é tomado por adrenalina. Seus batimentos aceleram, uma estranha sensação de felicidade corre nas suas veias e o susto passa instantaneamente.

Você se prepara para os próximos tiros e já fica mais confiante.

A sensação é boa.

É viciante.

É assim com tiro esportivo.

Em campo é um pouco diferente. A sensação de êxtase ao atirar é a mesma, mas o treinamento é mais avançado.

Você aprende a atirar em diferentes situações, a sacar a arma mais rápido que seu oponente, em qualquer distância, em movimento e em vários cenários.

Não é só atirar.

Seu corpo, concentração, raciocínio lógico, senso de combate e cada aspecto do seu ser precisam estar conectados.

Você deve pensar, mas também deve agir.

Se pensar demais, você perde.

Se agir por impulso, você se fode.

É preciso ter o equilíbrio perfeito e isso não é adquirido.

Você pode até treinar e melhorar com o tempo, mas é preciso ter os instintos aguçados pra ter a mente e as ações conectadas.

E eu tenho.

Meus pensamentos e os movimentos do meu corpo são um só.

Não penso pra depois agir.

Não atiro pra depois pensar.

Minhas ações em campo são tão naturais quanto respirar e eu nunca aponto a minha arma se não for pra atirar.

Meu joelho vai pro chão, deixo minha perna direita flexionada e a frente do meu corpo como base pra eu levantar rápido.

— Eu vou te matar! — Ele repete e escancara a porta entrando na casa de uma vez.

Burro!

Minha bala atravessa pelo joelho dele assim que os pés pisam na casa.

— AAAAAAAAAAA — Ele grita caindo no chão.

Um taco de basebol que o desgraçado segura é jogado no chão e ele pressiona o ferimento com as duas mãos enquanto agoniza.

Um tiro no joelho dói pra caralho.

Pego o taco do chão e fecho a porta.

Guardo a arma na cintura e acerto uma tacada no saco dele.

— AAAA…. VADIA! — Grita sem saber se segura o joelho ou o saco.

— Detesto que gritem! — Acerto com a ponta mais fina do taco em seu queixo e ele desmaia.

Revisto o infeliz enquanto ele está apagado.

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