XXXIX - One Million Bullets

180 26 76
                                    

Em situações de perigo, existem dois tipos de pessoas: As que reagem rápido e as que travam.

Qual delas você é?

É meio óbvio que sou do tipo que reage, então o que aconteceu com o meu corpo e a minha mente me surpreendeu.

É como se os meus pés e o chão fossem uma coisa só. Não consigo dá um passo sequer.

Minha audição desligou para o resto do mundo e a única coisa que ouço é o meu coração.

Minha mente ficou tão vazia que não escuto minha voz dentro dela.

A sensação é de que meu corpo, alma e espírito se desconectaram e a única prova de que ainda estou viva é o som das batidas no meu peito.

— BECK! 

Minha visão focou e aos poucos o borrão escuro foi ficando nítido.

— EI... O QUE ESTÁ FAZENDO? — Senti um calor no rosto — VOLTE PRA REALIDADE! AGORA! BECK... 

Foquei naquela voz e não sei explicar de outra forma, mas foi como se minha alma tivesse voltado pro seu devido lugar.

Caí em mim.

O senhor Park segurava meu rosto com as duas mãos enquanto me chamava alto.

— Vamos atrás dele!

— Beck — O olhar do senhor Park era de desespero. Nunca o vi assim antes — Você ta’ bem? 

— Eu voltei! 

Ele assentiu — Cho, leva o Taehyung pra casa e fica com ele até segunda ordem. A polícia já foi acionada — O nosso carro chegou — Vamos!

— Preciso de algo mais rápido — Abri meu celular pra rastrear o garoto.

— Eu tenho uma moto, posso emprestar — Um dos seguranças se dispôs.

— Preciso dela agora! 

Ele correu.

— Beck, nosso carro é blindado. Vamos juntos nele.

— Desconecte todos os pontos e deixe apenas o nosso online. Vamos precisar nos comunicar.

O segurança voltou com a moto e mais que depressa subi nela.

Prendi o celular entre a minha orelha e o capacete e dei partida.

— Ligar para CodeMystic.

— Ligando para CodeMystic.

— Oi, Beck — Atendeu no quarto toque.

— Levaram o garoto. Estou em uma perseguição.

— Deus... Ok... Do que você precisa.

— O seu aplicativo, estou rastreando o garoto pelo celular, mas to' de moto. Preciso que me guie.

— Já to' entrando.

— Vamos tentar conduzir a perseguição pra um local favorável.

— Sem câmera de trânsito ou estabelecimentos próximos.

— Isso! O senhor Park está em um carro, vai me ouvir falar com ele, mas ele não pode te ouvir.

— Entrei. Consegui a sua localização e a do garoto. Acelerem, vocês conseguirão alcançá-los.

— Certo, pra onde?

— Continua reto, mas se prepara pra dobrar para direita.

Acelerei mais ainda — Senhor Park? — Chamei no ponto.

A Guarda Costas Onde histórias criam vida. Descubra agora