Capítulo 6

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Na segunda feira, Sherazade foi a empresa como o combinado, com o homem que ela achava ser Kerem.
– Bom dia! – ela fala calmamente.
– Bom dia, a senhora é Sherazade Eyvidiaoglú, não é? – pergunta a simpática senhora que trabalhava como a secretária de Onur e Kerem.
– Sim, sou eu mesma. – ela sorrir meigamente.
– Pode entrar, o Sr. Onur e o Sr. Kerem estão à sua espera. – a secretaria abre a porta da sala de Onur.
– Obrigada. – Sherazade entra na sala.
– Bom dia! – ela fala com humildade.

Onur continuava sentado, porém não escondeu seu agrado pela postura profissional daquela mulher, já Kerem foi logo se levantando e indo em sua direção.
– Então você é a Sherazade? A arquiteta premiada? – pergunta Kerem todo oferecido.
– Sim, sou eu mesma. – ela aperta a mão dele.
– Prazer, eu sou Kerem Iceoglú. – ele apertava forte a sua mão, e olhava em seus olhos, olhos maliciosos.
– Espera... o senhor é Kerem? E ele é... – ela olhava para Onur que sentado, continuava a estudando em silêncio.
– Ele é o Onur, que foi? Ele não se apresentou para você? – pergunta Kerem confuso.
Onur apenas sorriu.
– Kerem, deixe a senhorita se sentar. – Onur faz um gesto para que Sherazade se sentasse.
– É verdade, sente-se. – Kerem afasta a cadeira para ela e ela se senta.
Sherazade seguia confusa com os dois homens à sua frente.
– Desculpe Sherazade, é porque naquele dia acabei esquecendo de me apresentar.– ele se ajeitou na cadeira, e prossegui: – Me chamo Onur Aksal. – ele estende a mão para ela.
Ela estende a mão para ele e a aperta com delicadeza, Onur sente uma sensação estranha perpassar seu braço, depois desfaz-se o aperto de mão.
– Então o Onur, não se apresentou a você? – pergunta Kerem surpreso. – Ele por acaso usou meu nome?
– Não, não foi isso é porque eu tenho uma amiga que trabalha na empresa e quando eu falei que o senhor havia me chamando para trabalhar aqui, ela pensou que tivesse sido o senhor. – ela olha para Kerem.
– Ah é... e quem é a sua amiga? – Kerem era o interrogador, porém era Onur que em seu silêncio mais profundo tudo via e escutava com atenção.
– Os senhores a conhecem bem, talvez até já tenham trabalhado com ela, é Bennu Ataman. – Sherazade sorriu e Onur a continuava estudando.
– Ah você é amiga da Bennu... olha Onur... – Onur estava tão mergulhado em seus pensamentos e estudos psicológicos que meio que se assustou quando Kerem chamou seu nome.
– Oi... – ele olhou para Kerem, ainda meio perdido.
–  Onur, volta para a terra... você ouviu o que a Sherazade disse? – Sherazade olhava para ele, imaginando o que ele estava pensando ou fazendo em seus pensamentos.
– Sim, sim... – ele tentava soar o mais seguro possível.
– Se soubéssemos que a Bennu era a melhor amiga da arquiteta premiada, há muito tempo estaríamos com você aqui. – Kerem falava todo atirado.
– Temos que castigar a Bennu... – Onur deu um sorriso forçado de canto de boca.
– Na verdade, ela sempre me informava dos acontecimentos na empresa e estava esperando alguma vaga para arquitetos aparecer, para que ela pudesse me chamar.
– Entendo... pois a vaga surgiu e aqui está o contrato. – Onur abre a gaveta e tira uma pasta prateada e entrega a Sherazade.
Ela logo reconhece a pasta e olha para ele meio sem graça. Kerem que notou algo estranho no ar, olhou para os dois com uma certa dúvida.
– Algum problema Sherazade? – ele a olha e encara Onur, como se ele fosse um criminoso.
– Não, não, ela pega o contrato da pasta e o assina e o entrega a Onur.
– Obrigado! – Onur o guarda dentro de outra pasta. – Agora você está devidamente contratada, leve sua carteira para o recursos humanos da empresa e pode vir trabalhar amanhã, aliás abriu hoje a licitação para Dubai, gostaria que amanhã, às 8h você nos apresentasse o projeto adaptado para essa licitação. Ok?! – Onur estava sério.
Sherazade ficou meio desconcertada.
– Então acho melhor eu começar a trabalhar aqui hoje mesmo...
–  Que isso Sherazade... você pode ir trabalhar em casa...
– Melhor não, vou começar hoje mesmo... – Onur dá um novo sorriso de glória.
– Pois vou procurar onde posso fazer o projeto...
– Tem a sala dos arquitetos, se quiser te acompanho até lá...
Onur continuava em silêncio, só observando.
–  Tudo bem, obrigado. Com licença Sr. Onur. – ela se vira e sai.

Quando saem Onur vira sua cadeira para a janela e fica perdido e mergulhado em seus pensamentos.

– Não ligue para o Onur, ele é assim mesmo... – Kerem a leva até a sala. –  Bem... sei que dispensam apresentações, não é? – ele se referia a Bennu que estava na sala perdida em seus trabalhos.
– Sherazade...Sr. Kerem... – ela falava contente.
–  Olha Bennu, por que não nos avisou que sua amiga era uma arquiteta? – pergunta Kerem como se a repreendesse.
– Desculpe senhor Kerem.
– Calma menina, é brincadeira, relaxa esses ombros. Bem... eu vou voltar a trabalhar... boa sorte meninas e qualquer coisa é só nos chamar... – Kerem sai da sala.
– Ai amiga, nem acredito, pior que eles, nem te deram folga.
– Pois é Bennu, eles iam me dar folga, mas o Sr. Onur pediu que eu fizesse logo o projeto adaptado dos hoteis em Dubai. – ela fala desapontada.
– Ah, ele vai ser seu chefe não é?! – pergunta Bennu desanimada.
– Por que você ficou assim? Tem algum problema com ele? – ela pergunta apreensiva.
– Bem... eu e a empresa toda, é que ele é muito azedo, digo, ele é brigão e rabugento, ai amiga, o seu chefe não é dos melhores. Todos aqui reclamam dele. – fala Bennu com preocupação.
– Que estranho, porque no dia da premiação o achei muito simpático, misterioso, mas simpático.
– Espera aí, foi ele que foi à apresentação?
– Sim, inclusive obrigado por confundir minha cabeça, o Sr. Kerem é um e o Sr. Onur é o outro e você me confundiu...
– Que culpa eu tenho? O sr. Onur nunca foi simpático, estranho que ele agora esteja sendo simpático com você.
– Bem...ele foi...
– Hum... Será que ele gostou de você? – ela põe a mão na boca.
– Tá doida? Vem, me ajuda aqui nesse projeto e deixa de bobagem.

Na hora do almoço, Onur continuava distante e pensativo.
– Onur, eu não entendi... por que você não se apresentou para a Sherazade? – Kerem limpava a boca com o lenço.
Onur que estava ainda mastigando sua comida, simplesmente olhou para Kerem, limpou sua boca, colocou o guardanapo em cima das pernas, e falou:
– Porque ela não me perguntou.
– Que estranho, você não confia nas mulheres nem para dizer seu nome? – Kerem pergunta surpreso.
– Claro que não...
– Sabe, ela é linda, você não acha? – pergunta Kerem como se tivesse sonhando acordado.
– Se eu fosse você não olharia para ela, olharia sim para o serviço dela, olha isso dá processo viu... – ele falava em tom de advertência.
– Onur, eu não estou fazendo nada de mais, só estou elogiando-a por ser uma bela mulher.
– Pois lhe aconselho que não faça isso. – Onur falava irritado.
Kerem ficou meio confuso.
– Não entendo, é sério, não entendo, se não te conhecesse diria que está com ciúmes dela. – fala Kerem surpreso.
– Por favor, você está doido? Como posso sentir ciúmes dela? Por favor Kerem, acorde, ela é apenas uma arquiteta.
– Linda arquiteta...
– Ah quer saber, cansei, vou voltar para empresa. – ele joga o guardanapo na mesa e se levanta.
– E a conta?
– Paga você, quem mandou me irritar. – ele se afasta.
– Eu ein, nunca o tinha visto tão nervoso.

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