Capítulo 55

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– Veio matar a saudade de seu pai? – Feride acariciava o cabelo dele.
– Hum rum... – Onur somente os olhava.
–  Meu netinho lindo. – ela beija suas bochechas. – Sua outra avó está aqui, vá falar com ela, enquanto eu falo com seu pai.
– Tá. – ele sai de perto de Feride e vai para onde estavam Sherazade e Nadide.
– Vovó! – ela se abaixa e ele o abraça.
– Como vai meu amor? – ela beija a bochecha dele.
– Vou bem, muito bem, agora que meu pai está melhor. – ele só ajudou Nadide a se sentir pior do que ela já estava.
– Ah... claro que sim, é muito bom ver que seu... – Kaan a interrompeu, já que até essa altura do campeonato, Nadide ainda não conseguia dizer que o Onur era o pai dele.
– Meu pai, está bem, ele está muito bem, eu sentia muita falta dele, muita mesmo. – Kaan estava corretíssimo.
– Meu pequeno... – Sherazade acaricia sua bochecha.
– Mãe, quando o meu pai, vai voltar para casa? – ele estava eufórico.
– Só quando o médico permitir, meu amor. – ela o olhava com ternura.
– Ah, mas eu queria ver meu papai em casa, estou com saudades dele. – ele falava tristonho.
– Mas eu pensei que já estivesse matado essa danada, e não matou ainda não?! – Sherazade aperta o nariz do pequeno.
– Não, matei só um tiquinho assim. – ele fez o gesto de poquinho, tão fofinho com seus dois dedinhos pequeninhos.
– Não se preocupe meu amor, você terá um mês inteirinho, para cuidar de seu pai. – os olhos de Kaan brilharam quando Sherazade disse aquilo.
– É sério? – ele pareceu nem acreditar.
– Sim, ele vai estar de licença. – Sherazade explica e Nadide continuava só olhando seu neto.
– O que é isso?
– Quando alguém está como ele, doente ou acidentado, a empresa dá um período para a pessoa descansar e se recuperar, entendeu meu amor?! – pergunta Nadide.
– Hum rum. – ele faz que sim com a cabeça.

– Onur meu filho, que bom que você voltou. – Feride estava contente por ver o filho de volta.
– Obrigado mamãe, eu também estou contente de estar de volta. – ele sorrir.
– Que medo eu tive de te perder meu amor. – ela acariciava os cabelos dele.
– Por que temer mamãe? Eu estava bem.
– Você só pode estar brincando comigo, você não estava nada bem, você estava para morrer, eu me desesperei, me desesperei de verdade, não sabe como foi difícil, foi muito difícil ver meu filho naquele estado, nem sei como não infartei e morri. – ela chorava.
– Mamãe, tenha calma, para que continuar sofrendo com isso? – ele continuava sorrindo, ele queria acalmá-la.
– Você tem razão, vamos esquecer dessa tragédia e seguir com nossa vida.

Dias mais tarde...

Onur saía do hospital, mas como ele era uma das celebridades turcas, os repórteres, jornalistas e cenegrafistas e fotógrafos do país, o estavam aguardando ao lado de fora, ele simplesmente passou por eles, mas não quis responder nada, Sherazade estava ao seu lado, ela a todo momento pedia a imprensa que se afastasse para que eles pudessem passar.
A verdade é que ele estava melhor, mas não totalmente recuperado, na saída do hospital, ele estava vestindo um terno cinza, uma camisa social azul e uma calça jeans e um ténis, seu terno só estava vestido no lado esquerdo, porque o direito ainda estava na tipoia, por isso mesmo digo, ele não estava totalmente recuperado e para piorar, ainda haviam suas seções de fisioterapia, que demorariam um pouco, já que a luxação, demoraria pelo menos mais uma semana.
Sherazade o ajudou a entrar no carro, lá dentro Kaan já o aguardava.

Quando entrou em casa a festa foi das maiores, Fierdvis foi ao seu encontro, o abraçou forte, ele pediu que ela se acalmasse que estava tudo bem, ela não precisava ficar triste, já que agora ele estava com saúde e feliz.
– Vem meu amor, vamos para o quarto, assim você poderá descansar. – Sherazade colocou a mão em sua cintura e foi o guiando até seu quarto.
– A verdade é que não estou cansado... — ele sorrir.
– Mesmo assim é bom que você fique quieto ou quer piorar?
– Não, ele não pode piorar, não se preocupa mãe, eu vou cuidar dele, não o deixarei sozinho, nem um só instante, vou ser como um vigia para ele. – fala Kaan o encarando com repreensão.
– Kaan, pensei que você me apoiasse sempre, e agora está contra mim? – ele falava fingindo está pasmo.
– Agora estou, porque quero lhe ver bem e curado.
– Bem... agora vamos entrar no quarto. –  Sherazade abre a porta enquanto sorrir dos dois.
– Pode entrar, eu vou ficar vigiando. – Kaan entrou junto com ele.
– E agora eu tenho um mini segurança me dando ordens? Que legal. – ele sorrir.
– Eu acho é bom, assim você obedece. – fala Sherazade sorrindo.

– Hoje o Sr. Onur vai sair do hospital, não é? – era Burhan que falava, enquanto arrumava seus sapatos.
– Isso mesmo, ele sai hoje. – Nadide continuava chateada.
– Nadide, por que sempre que toco no nome do Sr. Onur, você fala dessa maneira? – Burhan a olhava.
– Nada Burhan querido, levante-se e pegue sua capa, porque se não você vai se atrasar. – ela segurava a capa dele.
– Nadide, o que o Sr. Onur fez a você, diga, por favor, você sabe que não há segredos entre nós. – ele a fitava no fundo dos olhos.
– É que ele... ele e o Kaan se dão muito bem e isso me incomoda, isso me incomoda muito. – fala Nadide com tristeza.
– Como assim Nadide?
– Bem... no dia que fui visitá-lo, eu ouvi o menino dizer que amava o Sr. Onur até mais que amou Ahmet, porque ele é o único pai que ele teve, agora me diga se isso não é motivo suficiente? – ela estava revoltada.
– Nadide querida, você não deve se sentir assim, que bom que Kaan é feliz com o Sr. Onur, oxalá que o ame mais que a Ahmet, porque isso é sinal que o Sr. Onur é um homem bom e que o trata bem, apesar de saber que esse menino não tem o sangue dele, assim eu sei que quando ele e Sherazade tiverem os deles, Kaan não será deixado de lado, será amado como todos os outros, Nadide esse é um motivo de se alegrar, não de ficar triste, os 3 são uma família e se amam como tal, nosso neto se sente bem com ele, graças a Deus.
– Burhan não é só isso, tem algo que não me sai da cabeça. – fala Nadide pensativa.
– O que querida? – Burhan a olhava atento.
– Lembro de algo que Sherazade falou: "Eu sei sim Dona Feride, por muitas e muitas noites durante 5 anos, essa dor, esse perigo de ver meu único filho morrer, me rondou, mas foi justamente por causa de seu filho, que eu já não sinto mais isso...
– O que você quer insinuar Nadide? – pergunta Burhan intrigado.
– Burhan, entenda Sherazade falava a respeito da doença de Kaan, da leucemia dele...
– Sim, eu entendi isso, o que não entendo, é o que há de errado nessa frase?
– As entrelinhas, Burhan querido.
– Como assim? – ele estava confuso.
– Burhan querido, me diga em que o Sr. Onur contribuiu para que o Kaan fosse curado, como ele pode ter contribuído?
– Com o dinheiro, talvez ele tenha emprestado para ela, não sei. – fala Burhan ainda confuso.
– Ou talvez ele tenha dado a ela...
– Nadide, o que está insinuando, por favor, parece que você não conhece a Sherazade.
– De outro modo, por que ela se casaria com ele? E tão rápido daquele jeito... Burhan isso não faz sentido. – ela falava surpresa com suas próprias conclusões.
– Nadide, acho que o ciúmes do seu neto, está lhe deixando um tanto injusta e muito alucinada, por favor pare de pensar essas coisas.
– Mas Burhan, ela estava desesperada, vai saber o que ele a obrigou a fazer... eu não sei se ele é o homem que aparenta, veja o que os desafetos dele fizeram, vai saber que mal, ele fez a essas pessoas. – Nadide estava assustada.
– Nadide, você realmente está exagerando, o Sr. Onur, não é uma má pessoa, você acha que se ele fosse esse monstro que você está pintando, a Sherazade teria se casado com ele? Por favor Nadide, a Sherazade é uma mulher muito sábia e inteligente, sem falar de correta e direita, não acho que ela passaria 5 anos sozinha, para depois casar com um patrão sem escrúpulos, por favor.
– Quem sabe se ela não está grávida dele e por isso casaram...
–  Nadide querida, eu realmente irei trabalhar, não vou ficar ouvindo mais essas histórias. Tenha um bom dia e um bom trabalho e por favor, esqueça esses achismos, porque o Sr. Onur é uma boa pessoa, você só está assim, porque está com ciúmes de seu neto e nada mais que isso, então por favor não fique mais pensando nisso. – ele beija sua testa.
– Tudo bem.
– Adeus, querida. – ele sai.
Nadide o vê sair e fica o olhando e acenando para ele, ela ainda estava muito confusa e não tirava da cabeça que realmente Onur e Sherazade escondiam algum segredo e que esse segredo era a chave para aquele casamento tão repetino.

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