Capítulo 37

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UM MÊS SE PASSA...

Sherazade estava engajada na preparação da festa para tornar pública a sua união com Onur. Ela e Feride estavam trabalhando juntas para deixar tudo lindo e muito bem organizado.
– Eu sempre sonhei que uma noiva do meu filho, tivesse uma festa muito bela e elegante, como os dois merecessem. – falava Feride com emoção.
– Fico contente, mas para mim a mais simples de todas as festas me faria feliz, contudo se lhe agrada, eu aceito, porém isso para que a senhora fique contente. – Sherazade estava deslumbrante no belo vestido que Feride escolheu para ela.
– Sherazade esse vestido, lhe caiu bem como uma luva. – ela olhava encantada para a nora.
– Obrigada, Dona Feride, com certeza são apenas seus olhos. – Sherazade falava com modéstia.
– Não mesmo, eu falo sério, mas a verdade é que com um corpo como o seu, não haveria como, não ficar tão bela.
– Obrigada, mas a senhora também é muito bela Sra. Feride.
– Sherazade, sei que você é muito generosa, mas não tente me enganar, sei muito bem do meu verdadeiro estado.
– Ah, pare com isso, a senhora tem elegância, porte e além do mais, nem parece que tem a idade que tem, se me perguntasse, eu diria que a senhora tem 48 anos. – Sherazade sorrir enquanto a costureira fazia os ajustes do vestido.
– Não exagere Sherazade, mas eu preciso da sua ajuda para escolher ainda hoje o meu vestido, uma bela sandália para você e para mim, também temos que ir ao cabelereiro e ver um elegante e belo penteado para nós duas.
– Verdade, hoje vai ser trabalhoso. — Sherazade falava com ternura.

Enquanto isso Onur, Zafer e Kerem aproveitavam o tempo para finalizarem o projeto do grande Shopping em Izmir.
– Quem foi mesmo o arquiteto desse projeto? – pergunta Zafer sorrindo.
– Não é arquiteto, são arquitetas, as duas fizeram juntas. – fala Kerem sorridente.
– Muito lindo vocês dois, a noiva e a esposa, olha, isso é ilegal, cadê os outros arquitetos, nessa holding só tem duas arquitetas é?! – ele finge os repreender.
– Não, Zafer, aqui tem 4 arquitetos e os outros dois estão no momento ocupados com outros projetos, mas não minto, quando é algo mais importante... – fala Onur.
– ...aí a gente chama as mais competentes, como no projeto de Dubai, que ganhamos graças ao prêmio da Sherazade, quando os indianos viram o Hally de Muna, eles nem pararam para pensar e nos deram logo, sob a condição de Sherazade mandar em tudo e em todos. – Kerem completa.
– Sem falar em Ancara, os donos do complexo, ficaram encantados com o projeto genial da Bennu. – Onur sorria para Zafer.
– Ah, muito bonito, Onur, você não tem vergonha de explorar sua esposa desse jeito, ein? Não se sente mal, por fazê-la trabalhar tanto?
– Zafer, é o que ela quer, eu tenho que acatar, não gosto de brigas e muito menos com minha esposa, ela exigiu que continuasse trabalhando e que eu não desse moleza a ela por ser minha esposa, e ela deixou bem claro que só era para mim pagar a ela, os dias que ela viesse e nada de tratá-la com regalias ou privilégios, estou fazendo exatamente como ela disse. – ele falava com orgulho. – Olha... eu já sabia que a Sherazade era excepcional, mas vejo que me enganei, enganei-me rendondamente, ela é uma pessoa que não existe, realmente não existe. – fala Zafer impressionado.
– O que você esperava Zafer, o Onur casou com ela, para ele se casar com uma mulher, essa mulher tem que ser praticamente uma mulher perfeitamente reta. – fala Kerem zombeteiro.
– É aí que se engana Kerem, a Sherazade é uma mulher excelente. Eu a amo justamente por esse jeito dela de ser – os olhos dele brilhavam. – ela quer crescer por ela mesma, quer ser auto suficiente, independente e não quer ser sustentada por mim, não mesmo – ele riu sozinho como um bobo apaixonado. – eu posso presenteá-la, mas de vez em quando, ela odeia que eu me intrometa em seus assuntos de trabalho, e eu a amo bem assim, como ela é. – ele falava com encanto e amor.

– Sua sugestão foi excelente, Sherazade. – Feride e Sherazade se sentavam.
As duas estavam em um chique restaurante.
– Claro que sim, Dona Feride, porque a gente precisa abastecer o corpo, ninguém é de ferro. – ela ajeitava o guardanapo na perna.
– Verdade, ninguém é de ferro... – Feride começou a olhar para um ponto fixo, ela estava muito pensativa.
– Que houve, Dona Feride? – Sherazade havia notado e agora olhava para a sogra como se ela estivesse em um divã e Sherazade fosse sua psicóloga.
– Eu estava aqui pensando Sherazade, eu sempre quis que meu filho se casasse e se casasse para ser feliz, mas sabe ao mesmo tempo, eu tenho um medo, um medo muito grande e que eu acho que já está se concretizando. – fala Feride com tristeza.
– Qual é seu medo? Me diga, talvez eu possa ajudá-la ou convencê-la que esse medo não se concretizou. – Sherazade a olhava com ternura.
– Sherazade, digamos que meu filho, nunca foi o filho super presente, isso não, pelo contrário, ele sempre me visitou pouco, uma vez por semana, era o tempo que dedicava para mim, mas agora nem isso. – ela parecia ainda mais triste. – Eu sei que não é culpa sua e talvez você nem saiba, mas o Onur não me visita há um mês. – uma lágrima surgia no canto de seus olhos.
Sherazade olhou séria para Feride.
– Dona Feride, não fique assim, eu imagino que seja por conta da licitação que eles estão tentando concorrer, juntamente com a Shelik e a verdade, é que a gente tem tido muito trabalho. – ela tentava tranquilizá-la.
– Não, Sherazade, eu sei que você quer evitar que eu me sinta mal, mas sei que não é trabalho, pois você trabalha na mesma empresa, e anda dando mais atenção a mim, que ele, você tem me levado para passear, tem conversado comigo. – ela olhava com carinho para Sherazade. – Depois que você chegou e fizemos as pases, não tenho me sentido mais tão solitária, graças a você que me faz tão bem. – ela segura a mão de Sherazade.
– Obrigada, Dona Feride, para mim é sempre muito bom está em sua presença. – ela beija a mão da sogra.

– Pronto meus amigos, o projeto já foi mandado, agora é esperar o resultado. – fala Zafer brindando com Onur e Kerem.
– Esperar? Só se for para você, Zafer, eu já sei que esse projeto é nosso. – fala Kerem com otimismo.
– Você tem razão. – fala Zafer sorrindo e tomando um gole do champanhe.
– Pois é... agora que terminamos mais esse projeto, Bennu e Kerem já podem continuar os preparativos do casamento deles. – fala Onur bebendo um gole de seu champanhe.
– Ah é verdade, está chegando o grande dia, não é? – fala Zafer sorridente.
– Sim é verdade, e eu estou ficando nervoso, mas antes do meu, tem um mais perto, o do Onur, que já é nesse domingo à noite. – fala Kerem zombando de Onur.
– Graças a Deus, estou muito feliz e ansioso. – fala Onur sorridente.
– Lembrei... é verdade, me mandaram o convite, porém será só a festa, não é?!
– Sim Zafer, só a festa e você é meu convidado de honra, aliás os dois, que muito me ajudaram a concretizar esse sonho.
– Sim eu sei. Por isso não vi a Sherazade, na empresa e agora entendo o motivo, é porque ela está preparando tudo. – fala Zafer.
– Isso aí, e minha mãe a está ajudando. – fala Onur com orgulho.
– Olha só, quem diria que Dona Feride, também ia cair no canto de Sherazade? – pergunta Kerem sorridente.
– Então está tudo bem com as duas? – pergunta Zafer.
– Sim, tudo e graças aos sogros dela, os pais do Ahmet, o marido falecido dela.
– Nossa Onur, agora sim vejo sentido ao ditado: "Quando tem que ser, até os ventos contra, conspiram a favor." – fala Zafer contente – Saúde e vida longa a nós e nossas mulheres e filhos. – eles brindaram.

Mais tarde, Sherazade e Feride estavam no salão de beleza vendo os penteados.
– Olha esse Sherazade, achei a sua cara. – fala Feride mostrando um belo penteado à sua nora.
– É muito bonito, mas não sei, eu não gosto muito desse estilo, acho que não combina muito com minha personalidade. – fala Sherazade meigamente.
– Tudo bem, então vamos continuar. – Feride continuava folheando as páginas de uma revista, enquanto Sherazade folheava outra. – O que a senhora acha desse? – ela mostra o penteado da revista que ela estava folheando.
– Hummm... eu gostei, é simples, elegante e muito belo, esse sim parece com você, simples e chique. – fala Feride feliz.
– Obrigada. – ela sorrir.
– Agora vamos ver o meu. – fala Feride trocando de revista.
– Sim, vamos, vou lhe ajudar a escolher... – o celular dela chama. – meu celular. – ela pega a bolsa e tira o celular de lá e olha o visor.
– Pode ir atender, filha. – fala Feride com calma.
– É o meu marido, acho que deu saudades, com licença.
– Manda um abraço para ele. – Feride falava com ternura.
– Pode deixar, que eu vou mandar sim. – ela deixa a bolsa na mesinha de centro e levanta, levando com ela somente o celular, ao chegar ao lado de fora, ela o atende. – Alô, meu amor! – ela falava com um tom de voz sarcástico.
Meu amor, fiquei com saudades, você nem me ligou hoje, parece que nem lembra mais de seu marido.  – ele falava com um pouquinho de angústia.
– Não é isso, meu bem, pelo contrário, eu te amo.
Então preciso de uma boa explicação, para você deixar de me ligar, ou esquecer de me ligar.
– Pois vou lhe dar uma ótima explicação, eu não liguei porque eu e minha sogra, estamos muito ocupadas com os preparativos da festa. E à propósito sua mãe, lhe mandou um abraço. – ela levanta uma das sobrancelhas.
Ah, mande outro para ela.

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