Capítulo 63 (Falta revisão no texto)

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E de novo Sherazade esperou mais duas semanas para poder ver o resultado do esforço deles. Quando se passaram as duas semanas para ver o resultado, Sherazade novamente foi fazer o teste, mas ao terminar percebeu que mais uma vez, nada tinha acontecido. Onur não estava em casa, por isso Sherazade resolveu jogar em um lixo bem longe dali, seu marido e Kerem estavam em uma viagem de negócios para Ancara, por isso ela estava ansiosa para que o resultado tivesse sido positivo, pois assim ela poderia surpreender Onur e seria uma ótima forma de dar as boas vindas para ele, mas isso não seria possível e à noite quando ele chegasse provavelmente, ela estaria triste e isso o faria ficar mal, mal por vê-la daquela maneira.

Quando Onur chegou à noite, Sherazade e Kaan o esperavam na porta de casa, ele ficou todo contente de ver sua esposa e seu filho.
— Olá, meu campeão. — Onur se abaixa e Kaan corre para abraçá-lo.
— Pai! — ele grita e se joga em seus braços e Onur o coloca no colo, Kaan se sentia todo feliz quando Onur o colocava em seu trono, em seu lugar, ou seja no colo do papai.
— Meu filho, que saudades de você. — ele o enche de beijos.
Sherazade os observava e aquilo aumentava sua angústia, porque ela desejava muito outro filho, principalmente com um pai tão carinhoso como Onur, aí é que ela desejava mesmo.
— Meu amor, por que não veio me abraçar? — ele se aproxima de Sherazade e beija sua bochecha.
— Bem vindo minha vida. — ela o abraçou, sua voz não estava muito animada, essa é a verdade.
— Sinceramente não senti umas boas vindas verdadeiras não. Meu amor o que você tem? — ele havia notado a tristeza em Sherazade, ainda que ela insistisse em omitir e esboçar falsos sorrisos.
— Nada meu amor, nada, é o frio. — ela sorrir, um falso sorriso.
Mas se ela pensa que Onur se convenceu com aquilo, ela se enganou, essa é uma das muitas vantagens de amar alguém verdadeiramente, você conhece o ser amado, e sabe quando ele está mentindo ou omitindo e Onur sabia que Sherazade não estava bem e muito menos feliz. Ele coloca Kaan no chão e tira seu casaco.
— Pois se é só o frio, pois vou colocar isso. — ele bota seu casaco, em cima dela. — Agora me dá um sorriso, me dê o prazer de vê-la sorrir. — ele sorrir e ela dá um risinho falso.
Onur percebe, mas finge que acreditou.
— Vamos entrar, meu campeão. — ele o colca no colo de novo e eles entram, Onur prosseguia pensando em Sherazade e no que havia acontecido em sua ausência.

Depois do jantar, Onur foi colocar Kaan para dormir, enquanto Sherazade foi para o quarto, chegando lá, ela se arrumou no banheiro, depois ela se deitou, se embrulhou e nem ao menos esperou seu marido, quando ele chegou e a viu, ele tomou um susto, mas se aproximou dela e acariciou seus cabelos.
— Minha Sherazade. — ele beijava sua cabeça.
Ela continuava fingindo que estava dormindo.
— O que você está me escondendo? E por que está fingindo que está dormindo? Ein? — ele começou a fazer cosquinhas nela.
Ela acabou se virando.
— Onur, por que me acordou?-pergunta Sherazade revoltada.
— Ah e agora você vai querer me enganar dizendo que estava dormindo? Meu amor, eu sei muito bem que você não estava dormindo, por isso não se esforce para me enganar, eu sei de toda a verdade.
— Onur, eu não estava fingindo. — ela protesta.
— E eu não me chamo Onur, meu nome é Mehmet, muito prazer. — ele fala com ironia.
Sherazade o olha de esguelha.
— Não se esforce para me enganar Sherazade, sei muito bem a diferença de quando alguém está dormindo para quando alguém está fingindo.
— Ah é, e qual é essa diferença? — pergunta Sherazade.
— Um mágico nunca revela seus truques. — ele sorrir.
— Pois eu também não vou dizer nada. — ela cruza os braços parecendo uma menina birrenta.
— Olha o que você tem que saber, é que em minha infância, muitas e muitas noites tive que fingir que dormia, para poder suportar os choros da minha mãe, ou as discussões entre ela e meu pai, minha infância toda, foi assim 3 dias de choro da minha mãe e no quarto dia quando meu pai chegava da casa da amante, eles sempre discutiam e para não ouvir aquilo, que me cortava a alma, eu preferia fingir que dormia, tive que aprender a fingir bem, para que eu não ouvisse. — Sherazade começou a lacrimejar e o abraçou, ele se aconchegou nos braços da esposa e ela acariciou seus cabelos, ou melhor seus "mini" cabelos.
— Meu amor, me desculpa ter te perguntado algo assim. — ela beija sua cabeça.
— Eu vou desculpar, mas se você me contar porque está tão triste. — ele acaricia seu rosto.
— Amor, eu não quero falar disso. — ela fala desanimada.
— Sherazade eu conheço essa cara, não deu certo de novo, não foi?! — naquele exato momento, Sherazade percebeu que até um livro aberto podia esconder seus escritos, mas ela era muito transparente, ou Onur tinha logrado saber tudo a seu respeito, talvez ele a conhecia até melhor que ela imaginava, ele lia cada uma de suas expressões e parecia ler até seu pensamento, ela se assustou com aquela possibilidade.
— Onur, como você pode dizer com tanta certeza? — ela pergunta chocada.
— Sherazade, o amor tudo consegue e quando você ama alguém, você passa a estudá-lo, nada que o ser amado faça, escapa da vista do outro ser que ama, então tudo em você eu observo com atenção, assim aprendi a te conhecer melhor e cada vez que te conheço, te amo mais, então não me enrole, foi isso não foi?!
Ela respirou fundo.
— Foi... — ela fala desanimada.
— Meu amor...somos jovens, por que sofrer assim?! Olha, não se sinta mal, eu e você vamos conseguir, você vai ver, basta a gente, tentar e tentar, aproveitemos a saudade, que estamos um do outro, afinal Ancara é longe, então porque perder tempo com lágrimas se podemos ganhá-lo com amor?! — ele sorrir para ela.
— Obrigado meu amor, obrigado. — Sherazade o abraça forte. — Eu estava tão mal, mas você me recuperou a vontade de sorrir e agora estou até com esperanças.
— É isso aí meu amor. — ele a abraça mais forte e a beija no ombro.

E novamente eles tentaram, mas novamente não deu certo e de novo tentaram e de novo não deu certo, mais uma vez tentaram e mais uma vez falhou. Sherazade já não suportava mais aquela situação. Em um certo dia ela chegou na empresa cabisbaixa, Bennu logo notou que Sherazade não estava nada bem.
— Amiga que há contigo? — pergunta Bennu preocupada.
— Nada... — ela fala desanimada.
— Como, nada? — ela pergunta com indignação.
— Nada, Bennu, nada. — ela já estava se irritando.
— Sherazade, deixa de mentira, é claro que você tem algo.
— Tá bem, tá bem. — ela fala com agonia.
— Fala.
— Eu e Onur estamos há semanas tentando ter um bebê, mas até agora nada. — ela fala com desânimo.
— Sério?
— Hum rum.
— Amiga será que seu marido, não é estéril? — Bennu pergunta olhando para Sherazade que parecia estar em choque.
— Bennu, pelo amor de Deus, não diga isso. — fala Sherazade quase chorando.
— Sherazade, de vocês dois só quem não tem filhos para provar sua fertilidade, é ele.
— Mas Bennu, por favor isso não pode ser verdade. — ela chora.
— Amiga, você precisa levá-lo a um médico, você precisa falar com ele e convencê-lo a ir, se for detectado agora, com certeza o médico passará um remédio para ele que pode ajudá-lo, tem algumas infertilidades que são reversíveis, as vezes é problema fisiológico, as vezes métodos alternativos podem ajudar, amiga, o que não faltam são métodos, quem sabe um desses não pode ajudar vocês, por isso pare de chorar e vá falar com ele. — fala Bennu.
— Você está certa, eu vou falar com ele. — ela levanta e sai, enxugando as lágrimas.

Ela sai em direção à sala de Onur.
— Noraiate, bom dia!
— Bom dia, Dona Sherazade!
— O Onur está na sala dele?-ela pergunta apreensiva.
— Sim, está. — Sherazade entra.
Ao entrar, ela o encontra de cabeça baixa lendo uma pilha de papéis.
— Onur, precisamos conversar. — ela fala com seriedade.
Ele levanta a cabeça.
— Oi meu amor, que bom que veio me ver. — ele se levanta.
— Onur, nós precisamos ir a um médico. — ela fala sem titubear.
Ele fica preocupado.
— Você está doente meu amor? — ele chega perto dela.
— Não, não é isso, é que eu gostaria que você fosse a um médico de fertilidade comigo. — ele levanta uma das sobrancelhas e respira fundo. — Meu amor, nós temos que ir para saber o que está acontecendo. — ela pega na mão dele, mas ele retira a mão dele da dela devagar. — Amor, é sério, meu sonho é ser mãe, ser mãe de um filho seu, mas para isso eu preciso saber o que há com você.
Ele prosseguia em silêncio e olhava com frieza para ela.
— Onur, por favor. — ela acaricia o rosto dele, mas ele o vira para que ela não o tocasse. — Onur, fala alguma coisa, por Deus. — ela implorava.
Onur fastou um pouco a manga do seu terno e depois olhou para o relógio.
— Tenho um almoço de negócios e já estou atrasado. — ele sai pisando firme.
Sherazade respirou fundo.
— Ele está zangado comigo, zangado. — ela se senta e começa a chorar.

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