Capítulo 44

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Os dias se passam e Onur estava conseguindo disfarçar sua preocupação, talvez porque as cartas pararam de chegar, ou simplesmente porque ele começou a pensar que aquilo fosse apenas uma brincadeira de mal gosto, de algum de seus muitos desafetos.
– Onur, creio que na próxima semana saía o resultado da licitação. – fala Zafer se levantando do sofá.
– Estou esperando ansioso esse resultado. – fala Kerem.
– E você Onur? – Zafer o olhava com preocupação.
– Bem... não gosto muito de criar expectativas, sou mais esperar os resultados. – ele falava com seriedade.
– Meu Deus, o que esse homem viu? Ele andava tão otimista, bem humurado e agora voltou a ser o mesmo de antes, que houve? Você brigou com a Sherazade? – pergunta Kerem o analisando.
Onur o olhou sério.
– Kerem, o que meu casamento tem a ver com a empresa?
– Eu não sei, é isso que quero que me diga, porque você já tinha esquecido esse mau humor quando casou com ela, mas agora tá voltando a ser mau humorado de novo. – fala Kerem chateado.
– Não estou mau humorado, e não é porque me casei que deixei de ser um realista e pé no chão, mas pelo contrário, quando se casar, que não vai mais demorar... você vai me entender, e entre mim e Sherazade, está tudo as 1001 maravilhas. – ele se levanta do sofá sorrindo.
– É verdade, eu concordo com o Onur, o casamento lhe torna mais sério. – Zafer falava calmamente.
– Viu...?! Se prepare, para se tornar um novo Kerem a partir desse sábado, principalmente, depois que os filhos chegam. – Onur parecia o guru do casamento.
– Ah, falando assim vocês me assustam. – – Kerem faz uma expressão de temor.
– Ah... quer fugir é?! – pergunta Zafer sorridente.
– Se quer fugir, não quer casar, essa é minha opinião. E se me dão licença, vou voltar à minha sala. – Onur sorrir, dá a volta e sai.
– Não quer casar, não?! – Zafer o encarava.
– Claro que quero, estou brincando com vocês. A Bennu é a melhor mulher para um homem como eu, que busca tranquilidade, equilíbrio e paz. – Kerem sorrir satisfeito.
– Ah, então nesse caso, você a ama, o segredo de um casamento duradouro, é confiar acima de tudo, dialogar sempre e amar com todos os defeitos, se você pratica isso, seu casamento, só terá fim com a morte.
– Obrigado pelo conselho de ouro. – Kerem levanta e aperta sua mão.
– Não há de que, vocês são quase meus filhos, meus irmãos e os quero feliz. – ele aperta a mão dele de volta.

– Ai amiga, estou tão ansiosa. – falava Bennu eufórica.
– Calma menina, fique calma, porque o nervosismo não ajuda. – Sherazade sorrir.
– Ah você fala isso, porque já casou duas vezes, eu vou me casar pela primeira vez e com o homem que amo. – fala Bennu nervosa.
– Ah e você acha que é assim fácil, eu só estava calma, por fora, mas por dentro, eu estava cheia de dúvidas e incertezas, não queira saber como. – fala Sherazade relembrando as horas antes e depois de seu casamento.
– E agora? – pergunta Bennu a observando.
– Ah, agora está tudo ótimo, já não me restam dúvidas, o Onur é um excelente marido, os defeitos dele, às vezes me causam até risos... – ela lembrava e fazia uma cara de boba que só vendo para crer.
– Humm... é mesmo e quais são esses defeitos?
– Olha, outro dia ele contratou, motorista, seguranças e etc, para mim e o Kaan, está muito preocupado com a gente, ele cuida tanto da gente, que espero o dia em que ele vai mandar tirar as pedras do meu caminho, para que eu não tropesse em nenhuna, sei que ele agiu mal, em não me avisar e chamei a atenção dele, mas ao mesmo tempo, acho fofo, esse cuidado dele.
– Isso é fofo mesmo. – Bennu sorrir. – Mas também é assustador.
– Eu sei, mas também sei que esse é o modo dele de com atitudes dizer que me ama e não tenho medo, pelo contrário, sei que com ele, eu e o Kaan estaremos muito bem protegido.
– Isso é.
– Ai, – ela suspirou. – de tanto falar do meu marido, fiquei com saudades dele. – ela se levanta.
– Estou vendo. – Bennu sorrir.
– Acho que hoje quero almoçar, com meu maridinho, até mais tarde Bennu. – o brilho no olhar de Sherazade, só perdia para o brilho de um diamante.
Ela pegou a bolsa e o casaco e saiu para vê-lo, seu coração, estava tão feliz, feliz por poder estar com ele, e nenhum arrependimento, os dois a cada dia que passava, se amavam mais, os dias só fazia crescer aquele amor, aquele lindo amor.
– Noraiate, bom dia! – fala Sherazade com um belo sorriso estampado no rosto.
– Muito bom dia, sra. Sherazade! – Noraiate sorrir de volta para ela.
– Será que meu marido, está aqui? – ela falava com muito orgulho e ternura.
– Sim, ele acabou de sair de uma reunião com Sr. Kerem e Sr. Zafer, ele está na sala dele.
– Obrigada. – ela se vira para a porta, abre o trinco e entra, quando olha para ele, nota que ele está debruçado sobre algo e parecia sombrio e aéreo, Sherazade se aproxima devagar, ela ver um papel, porém, ele escuta o barulho de seus saltos e levanta a cabeça.
– Sherazade? – pergunta surpreso.
– Por que a surpresa? Eu por acaso tenho que marcar hora para ver meu esposo? – ela pergunta com uma das sobrancelhas levantada.
Onur compreende, que aquela sobrancelha quer dizer: Exijo um explicação, viável para o que fez.
– Não é isso, é apenas que é uma surpresa muito boa, você vir a minha sala. – ele tenta disfarçar a carta com o jornal, mas o que Onur não sabe, é que a visão feminina, é panorâmica e tudo vê à sua frente e dos lados, excluindo as costas.
– Sei... Onur, o que você está escondendo? – ela o encara, como se ele fosse um réu e ela o promotor.
– Nada, eu juro. – ele se levanta.
– É mesmo? –ela pergunta incrédula.
– Eu juro, não escondi nada, é só um desses contratos. – fala Onur indo em direção a ela.
– Tem certeza Onur? – ela continuava o analisando.
– Claro que sim, meu amor. – ele sorrir e beija sua bochecha.
– Onur, antigamente, digo há algumas semanas atrás, você podia me enganar sem problemas, porque eu ainda não te conhecia muito, mas agora, você se engana, se acha que está me enganando, eu vejo que você está me escondendo algo e principalmente, eu vejo que você está muito nervosinho. – ela continuava o encarando.
– Meu amor, eu... – ela o interrompe.
– Onur, o que está me escondendo, por acaso isso aí é uma carta, uma carta de sua amante? – ela pergunta zangada.
– Sherazade? Você está com ciúmes? – ele pergunta surpreso.
– Não, não é ciúmes, é apenas preocupação, e você está despistando, então é verdade, não é?! – ela pergunta revoltada.
– Calminha aí Sherazade, eu não disse que sim, eu não tenho amantes, nem amante, eu tenho um amor, que é você. – ele pega o rosto dela e a olha com ternura.
– Então por que me escondeu?
– Sherazade, por que não confia em mim? – ele continuava a olhando com ternura.
– Onur, como posso confiar em você, se você não cumpre suas promessas, você diz que vai parar de ser impulsivo, mas quando tem uma oportunidade, lá está você de novo tomando decisões, sem me avisar. – fala Sherazade fazendo bico.
– Meu amor, eu sei que errei, mas eu prometo que vou me esforçar para mudar isso e quanto a esse papel, não se preocupe. Inclusive, acabei de me lembrar que o pessoal de Dubai, está pedindo para que a gente viaje para lá, o mais rápido possível, porém eu pedi que eles nos esperem nessa segunda feira, que aí sim iremos para lá. – fala Onur sorridente.
– Olha... tá vendo, outra decisão, sem me consultar.
– Amor, mas não fui eu que decidi, os árabes há dias querem que a gente vá para lá, mas infelizmente eu ainda não tinha tido muito tempo.
– Tudo bem, tudo bem, só te perdoo, porque é a terra das 1001 noites. – ela joga seus braços ao redor do pescoço dele.
– Então, estaremos em casa, concorda comigo? – ele sorrir.
– Claro que sim, meu Sahzeriah. – ela beija seus lábios rapidamente.
– Gosto quando me chama assim. – ele a abraça e fala em seu ouvido.
Ela dá um pequeno sorriso.
– Mas realmente, eu não entendi, o que veio fazer, ein? – ele beija próximo a sua orelha.
– Bem... eu fiquei com saudade e vim ver como estava meu marido, natural, você não acha?! – ela o olhava nos olhos.
– Claro que sim. – ele beija sua testa.
– E também, gostaria de almoçar com você. – ele continuava abraçado com ela, ela ajeitava o terno dele, ou fingia quê.
– Então vamos. – ele soltou seu corpo e a pega pela mão. – E onde você quer almoçar? – ele abre a porta com a outra mão.
– Bem... para mim tanto faz. – ela sorrir.
– Noraiate, vou almoçar com minha dama, depois volto. – ele sorrir.
– Pode deixar, senhor Onur. – Noraiate falava calmamente.
– Obrigado. – ele sai.
– Bom apetite, Noraiate. – fala Sherazade gentilmente.
– Então, você, não quer escolher nenhum lugar, Sherazade... – ele pergunta sorrindo.
– Onur, eu conheço essa cara, quando, você a faz, eu sei que ou vai aprontar, ou já aprontou, de qualquer forma, não me agrada, nenhuma das opções. – ela sorrir.
– Falando assim, faz seu marido, parecer seu filho de 1 ano. – ele sorrir.
– Mas eu estou mentindo... sabe o que me aprontou com essa carinha aí, eu vou dizer: um anel de noivado, uma casa, um carro, um enxoval de casamento e agora não sei o que será, sinceramente, não sei.
– Nem eu... – ele sorrir.
– Palhaço. – ela bate de leve em seu ombro, enquanto eles desciam as escadas, ela tirou a mão da mão dele.
– O que tá fazendo? – ele pergunta confuso.
Ela fica em silêncio, agarra o abraço dele e encosta a cabeça em seu ombro.
– Quero ficar mais perto de você. – ela sorrir.
Ele beija sua cabeça.

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