Capítulo 30

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Depois daquele sublime momento, Sherazade repousou sobre o peito de Onur, que beijava sua cabeça com carinho e ternura.
"Sim, ela é minha, é minha para sempre, assim como eu sou dela, somos e pertencemos inteiramente um ao outro, não há como negar, talvez meu medo se resumia em ver naquela mulher tão forte e tão irresistivelmente bela, uma mulher inalcançável, talvez eu pensasse que não a merecia e acho que ainda não a mereço, mas eu a amo e a amo tanto, que não saberia mais viver longe dela, longe de seu amor, de seu corpo, de sua pele, eu não suportaria mais nenhum minuto sem ela."
Enquanto isso Sherazade também pensava, lembrava e imaginava, ela já não sentia aquele medo, porém sentia um calorzinho bem no fundo do seu coração, ao senti-lo ali tão perto, ao sentir o coração dele batendo como um louco embaixo dela.
Ela tinha sim a certeza do amor dele, mas ela tinha se casado a princípio por pura gratidão a ele pelo que fez pelo seu filho e agora sim, ela começava a sentir algo por ele, não pelo seu nobre gesto, mas por ele, por aquele homem em cujo peito ela repousava, daqui para frente seria o futuro, o futuro do amor e do casamento deles, e esse futuro estava mais nas mãos dela, do que nas dele, na verdade ela teria que aprender a amá-lo como ele a amava.

No dia seguinte eles acordaram cedo afinal, estavam casados, mas antes de Onur e Sherazade sumirem para uma lua de mel, precisavam pelo menos darem um aviso prévio na empresa. Se arrumaram rapidamente, porém antes que descessem Onur pegou a esposa pela mão e a olhou no fundo dos olhos.
– Está feliz? – ele perguntava sorridente, um sorriso meigo e muito bonito.
– Feliz? – ela pergunta surpresa.
– Sim, eu quero saber se minha esposa está feliz...
– É o que realmente quer saber? – ela perguntava o encarando com uma falsa seriedade.
– Sim... – Onur falava meio apreensivo.
– Não Onur, eu não estou feliz. – ela fingia tão bem que o pobre acreditou.
Onur olhou meio desconcertado. Ela o pegou pelo rosto.
– Não faça essa carinha, porque eu não estou feliz, eu estou imensuravelmente feliz, você me alegra muito e eu te amo... te amo ainda mais. – ela beijou seus lábios.
Ele respirou aliviado.
– Que susto ein, você é muito mal Sherazade como me dá um susto desse, pensei tudo de ruim, e eu ia me jogar da varanda.
– Ah não, nem pense nisso... não quero ficar viúva... por favor, nem brinca com isso...
– Então não faça mais isso, porque se não, eu vou morrer. – Onur sorrir e beija sua bochecha. – Agora vamos à Binyapi...
– Eles vão tomar um grande susto... quando nos ver assim... eles nem sabiam que tínhamos um relacionamento, e agora a gente aparece casados...
– Não tem problema... agora eles se assustam, depois se acostumam, o ruim e o mais preocupante... – ele abre a porta do quarto para ela passar.
– Sua mãe...
– Ela mesma. – ele puxa a porta. – Mas eu não me importo, você é a mulher que amo, e nem minha mãe, vai me impedir de ser feliz ao seu lado.
– Espera... temos que acordar o Kaan. – Sherazade vai até o quarto do garoto.
– Ah é verdade, hoje ele tem aula. – Onur sai atrás dela.
– Kaan? _ ela entra no quarto chamando o garoto.
– Oi mãe... – Kaan sai do banheiro, eles tinham esquecido, não Kaan, o menino já estava vestido só faltavam seus sapatos.
– Ai que menino responsável, ele lembrou sozinho que hoje ele tinha aula.
– Ah, filhão... – Onur corre para colocá-lo nos braços e beijá-lo. – meu filho é um homenzinho, ele já é responsável, você é que não confia no nosso garoto Sherazade. – Onur beija a bochecha do menino.
– Eu não... vamos temos que tomar café para não nos atrasarmos.
Onur coloca Kaan no chão e o garoto ainda de mãos dadas com o pai pegou a mochila.
– Kaan e os seus sapatos? – pergunta Sherazade.
– É verdade...
– Eu te ajudo... – Onur se abaixa para ajudá-lo, mas Kaan protesta.
– Não, deixa que eu sei... – ele sorrir para o pai.
– Olha isso... você viu, tá me desprezando só porque cresceu.
– Como são birrentinhos, vocês dois... eu preciso de mais uma mulher nessa casa, para botar ordem nesses homens. – ela sorrir.
– Quem sabe... ela não está a caminho. – ele pisca o olho e beija sua bochecha.
– Não sei... se está. – Sherazade sorrir.
– Não seja tão pessimista...
– Onur, é muito cedo...
– Terminei. – Kaan coloca a mochila nas costas.
– Então agora vamos... não vou nem pegar em suas mãos, porque você não vai querer e não quero ser desprezado de novo. – Onur sai sorrindo.
– Não, eu quero que pegue na minha mão, mas quero que os dois peguem. – ele levanta as mãos.
– Tá bom. – Onur e Sherazade pegam cada um, uma mãozinha dele e vão descendo as escadas, Betül os vê.
– Bom dia, meus recém casados, estão saindo de lua de mel, é?! – pergunta Betül, quando eles chegam perto dela.
– Quem dera, tia Betül. – Onur beija a bochecha dela.
– Kaan tem escola. – fala Sherazade a cumprimentando.
– Ahhh meu garoto é muito estudioso, não é... – Betül se abaixa e beija Kaan.
– Sim ele é... –  Kaan sorrir.
–  Bem... Fierdvis preparou um bom café para vocês.

Depois do café Sherazade e Onur foram juntos ao colégio de Kaan, Sherazade apresentou à diretora o seu marido e o pai de seu filho, deixando bem claro que ele também poderia ser informado de qualquer coisa que acontecesse ao menino, Onur deixou seu filho e depois os dois foram a Binyapi, excepcionalmente hoje, eles chegaram à empresa no carro de Sherazade, mas com Onur na direção, ela fez questão que ele dirigisse seu carro e ele como um marido obediente, fez o que a esposa pediu.
Ao chegarem na empresa ele abriu a porta para ela, discretamente os seguranças olharam para os dois. Onur fechou o carro, travou-o e depois pegou na mão de sua esposa, colocou o braço dela no dele e saíram juntos, todos ficaram olhando, mas não quiseram nada comentar, subiram as escadas e por fim chegaram ao escritório de Sherazade, na verdade o novo escritório das arquitetas, que sim, ficava um andar abaixo de onde Onur trabalhava, ele a deixou na porta.
– Meu amor, eu vou subir, mas almoçamos juntos. – Ele dá um casto beijo em seus lábios.
_ Onur...
– Estamos casados, então a lei está ao meu lado. – ele mostra a aliança.
– Você é muito esperto. – ela sorrir e sai.
– Bom dia Bennu. – ele dá com a mão.
– Bom dia, Sr. Onur.
E ele a olha e depois sai.

– Hummmm...estou vendo sua cara de felicidade Sherazade, não adianta me esconder. – Bennu estava com a cara de amiga boba, que se alegra com a felicidade da outra.
– Não estou escondendo nada... por que eu esconderia minha felicidade, ein? Por quê? Ao contrário de umas amigas ou melhor falsas amigas que não me contam nada... eu conto e não escondo, sim estou muito feliz. – ela sorrir, depois guarda a bolsa e o casaco e se senta.
– Eu não escondi, mas é que foi tudo muito rápido e acabou não dando tempo.
– Sei... não deu tempo, né?!
– Para e agora me conta, como foi ontem depois que saímos, ein?! – Bennu colocou uma cadeira ao lado de Sherazade.
– Bennu... que pergunta é essa... – Sherazade fica vermelha.
– Sherazade, entenda é que tem muita coisa de seu marido, que eu desconheço. – Bennu sorrir.
– Ah, e você quer que eu te conte? Bennu... não lhe conheci assim...
– Não estou falando disso, mas é que ele às vezes é tão briguento, rabugento e... – Sherazade a olha com repreensão. – tá eu sei, ele é seu marido, mas mesmo assim... você sabe como ele é aqui na empresa.
– Pois saiba que sinto como se eu tivesse me casado com dois Onus, um é briguento, chato, insensível, rabugento, zangado e sério, mas o outro, – ela suspira e recordava os momentos. – o outro é um encanto, é um amor, Bennu, o outro Onur é encantador, romântico, atencioso, gentil, bom, honesto, lindo, fofo, um amor de pessoa, isso eu falo baseada no tempo que éramos noivos, namorados, não sei bem o que éramos, o que sei é que, esse Onur é o homem que toda mulher sonha.
– Hummm... você está louca por ele, não é?!
– Claro é meu marido... apesar de que sei, não o amo ainda, como ele merece. – ela fala com angústia.
– Eu sei... mas não entendo porque se casou...
– Não sei Bennu, ele me encanta, se bem que com o Onur como meu marido, eu ainda não tive muito contato... – fala Sherazade desanimada.
– Como assim? Você acha que ele vai mudar?
– Não é isso é só que, agora ele tem mais liberdade, do que quando... que antes. – fala Sherazade sem jeito.
– Sei... então quer dizer que ontem, vocês não estiveram juntos...
– Bennu!
– O que eu disse de demais?
– Tudo, claro que estivemos, mas agora vamos trabalhar.
– Mas, eu...
– Calada! – Sherazade sorrir.
– Tá bom... parei, até porque você é a esposa do dono... você pode me demitir. – Bennu sorrir da cara de Sherazade.

Onur chega em seu escritório.
– Bom dia, Sr. Onur. – Noraiate falava feliz.
– Muito bom dia Noraiate. – fala Onur sorridente.
– Onur? O que faz aqui? – era Kerem que estava saindo de sua sala.
– Vim trabalhar... – ele sorrir.
– O que? Não, eu não posso acreditar nisso... – Kerem fala revoltado.
– Sim, acredite, vim para trabalhar. – Onur continuava sorrindo.
– Noraiate, você que é uma pessoa vivida...
– Kerem, assim você ofende a Noraiate, Noraiate, se eu fosse você não permitiria que ele dissesse isso. – Onur interrompeu Kerem.
– Não, sr. Onur está tudo bem. – ela sorrir e ao mesmo tempo estranhava a atitude de Onur.
– Mesmo assim, Noraiate me diga, que pessoa trabalharia durante a lua de mel? – Noraiate olha confusa para os dois.
– Ninguém, eu acho... – ela ainda não estava entendendo.
– O Onur... o seu chefe, Onur Aksal está trabalhando em plena lua de mel, ao invés de estar com a esposa. – Kerem abraça Onur.
– O senhor se casou? – ela estava surpresa, ou quem sabe chocada quem imaginava que um dia Onur pudesse se casar?!
– Sim, ontem. – Kerem mostra a aliança.
– Meus parabéns Sr. Onur. – ela aperta sua mão. – Quando trará a esposa para que a gente a conheça?
– Sr. Kerem eu... – todos olham para Sherazade que estava vindo.
– O que estava dizendo mesmo, Noraiate? – pergunta Kerem sorrindo.
Onur olhava para Sherazade que não estava entendendo nada. Noraiate entendeu logo, quando viu a aliança na mão de Sherazade que segurava uma grande planta.
– Noraiate, essa é a minha esposa, Sherazade. – Onur coloca seu braço no ombro dela e sorrir.

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