Capítulo 50

490 21 11
                                    

– Por que está me olhando assim? – ele pergunta com agressividade.
– Calma senhor, fique calmo. – o rapaz disca um número.
– Rapaz me diga, onde estou? – ele puxa o jaleco do enfermeiro.
– Se-senhor fique calmo. – o enfermeiro tira a mão de Onur de sua roupa.
Onur o olhava desconfiado. O rapaz pegou o telefone e discretamente, falou:
– Doutor, venha rápido, o Sr. Onur acordou. – ele fala baixo.
– Ô rapaz, o que você está falando aí, eu posso saber? Você não me respondeu, onde estou? O que estou fazendo aqui? – ele estava confuso, seus olhos azuis, não conseguiam assimilar aquele ambiente.
– Senhor, olha fica calmo tá?! Aqui é apenas um hospital, você passou mal e precisou vir para cá com urgência.
– Tá bem, tá bem.
O médico adentra no quarto e ao vê-lo encostado na cama, fica feliz.
– Senhor Onur, que bom vê-lo acordado.
– Quem é você? E por que vocês ficam falando de "Onur", quem é esse homem? – ele falava com irritação.
O médico ficou atarentado, olhou para o enfermeiro que fez que sim com a cabeça.
– Ah... desculpe, eu realmente esqueci que seu nome, não é esse. – ele fala se aproximando dele devagar.
– O que estou fazendo aqui? Eu perguntei, mas ele não me disse. O que faço aqui? – ele estava atarentado e tentava se levantar da cama. – Aiii! – seu braço doía.
– Olha, fique calmo, você ficou doente e foi o jeito lhe trazer para cá.
– Não entendo... quem é o senhor? – pergunta Onur confuso.

Naquele exato momento Bennu e Sherazade estavam chegando, quando se aproximaram da porta, Sherazade escutou a voz de Onur, seu coração palpitou forte no peito, ela entrou no quarto de uma vez e antes que o médico a impedisse, ela morta de saudades se aproximou dele para o beijar, mas ele a empurrou e tirou o rosto.
Sherazade ficou em choque, ela ia falar, mas o médico a pegou pelo braço e a levou para fora do quarto.
Bennu estava estupefata e para completar o horror, Kerem estava chegando com Feride e Seval.
O médico levou Sherazade para frente do quarto de Onur.
– Doutor, o que aconteceu? Por que ele me empurrou daquele jeito? – ela chorava.
– Não leve para o lado pessoal, ele nem sabe quem é.
– O que? – ela estava pasma.
– Ele perdeu a memória, era a consequência que eu menos esperava, mas foi justamente essa a que ele ganhou, infelizmente.
– Não pode ser, não pode... – Sherazade chorava desesperada.

– Senhores, eu sei que vocês são parentes dele, mas ele não pode receber visitas agora. – o enfermeiro barrou a passagem de Kerem, Feride e Seval, Bennu estava ainda tentando acreditar no que viu, ela havia saído do quarto.

– E por quanto tempo? – ela perguntava chorando.
– Não sei, tudo que posso dizer é que você precisa ser paciente com ele.
– O senhor tem ideia, de como vou sofrer? Como vou olhar para meu marido, como vou poder estar com ele? Ele vai me desprezar... doutor, isso é muito doloroso. – ela chorava desesperada.
– Eu sei... eu sei... mas entenda, ele sofreu um grande trauma, ele não tem culpa e se a senhora o ama, e sei que o ama, a senhora pode ajudá-lo, não esqueça do juramento que fez a ele, na saúde e na doença e ele precisa da senhora, agora mais que nunca. – o médico tenta tranquilizá-la.
Sherazade respira fundo.
– O senhor tem razão, não posso abandoná-lo agora, seria horrível, seria um ato covarde de minha parte...
– Pois então... lute com ele.
– E como devo agir, me explique, como faço, como falo... não sei o que fazer...
– Olha, primeiramente procure não falar muito no passado dele.
– Como assim?
– Não fale o nome dele, não diga que é esposa dele, se tiver filhos procure pedir a eles que evitem chamá-lo de pai. – fala o médico.
– Então, com isso o senhor sugere, que a gente conviva com ele, como se fôssemos estranhos? Doutor, como quer que eu faça isso? – ela estava desesperada.
– Sra. Aksal, se vocês ficarem dizendo para ele quem ele é, ele não lembrará e ainda por cima, ele vai se irritar, entenda, ele não sabe quem é, ele se sente deslocado e se você ainda ficar fazendo ele se confundir, ele vai se sentir mal, tão mal, que vai querer fugir, vai querer ir embora, é isso que a senhora quer? Ver o seu marido fugindo ou desaparecido, no estado em que ele está? – pergunta o médico.
– Não, eu não quero, mas não sei o que fazer para ajudá-lo. – fala Sherazade chorando.
– Tudo bem, venha comigo, vou lhe apresentar a uma pessoa que vai ajudá-los. – ele a abraça pelos ombros e sai caminhando com ela.

1001 Noites de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora