Capítulo 11

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Sherazade ficou bastante tocada com o que Noraiate tinha contado a ela, ela chegou em sua sala ainda um tanto desconcertada. Bennu percebeu sua perturbação e se aproximou dela.
– Sherazade tem algo de errado com o Kaan? – ela toca a mão dela.
– Não, não está tudo bem com ele... – ela falava angustiada.
– Então por que você parece tão triste? – pergunta Bennu confusa.
– Bennu sei que vai parecer estranho, mas estou preocupada com o Sr. Onur. – ela fala angustiada.
– O que? Logo com ele? Você por acaso esqueceu de como ele te tratou? – pergunta Bennu confusa.
– Não é isso, é que conversando com a Noraiate, percebi que talvez possa ter acontecido algo sério com ele. – fala Sherazade.
– Como assim? Ele não veio hoje? – Bennu estava surpresa.
– Não, ela disse que ligou para casa dele e para mãe dele, mas ninguém o viu ou ouviu falar dele.
– Meu Deus, mas agora eu também me preocupei, o Sr. Onur pode ser rabugento, briguento e zangado, mas ele adora trabalhar, ele nunca faltou nem um dia, dos tempos que trabalho aqui, ele sempre esteve presente na empresa.
– O que será que aconteceu?
– Não sei.

Onur chegava em sua casa, Fierdvis foi vê-lo, ele estava trancando a porta.
– Sr. Onur que alívio, lhe ver por aqui.
– Que houve Fierdvis? – ele caminhava com um pouco de dificuldades.
– Eu é que pergunto, o que houve com o senhor? – ela falava assustada.
– Bem... é que fui esquiar um pouco e levei um tombo, nada de mais.
– Tem certeza? – ela olhava para o modo como ele estava subindo as escadas.
– Sim, Fierdvis, por favor, eu vou tomar um banho e quando eu sair do banho, me leva por favor, um café na cama. – ele prosseguia subindo devagar as escadas.
– Tudo bem Sr. Onur.
– Obrigado! – ele termina de subir e vai em direção ao seu quarto, coloca sua mala em cima do sofá, tira sua camisa e vai para o banheiro.

– Sr. Kerem, sei que não devo me meter, mas estou muito preocupada com o senhor Onur. – Noraiate estava em pé na fente da mesa de Kerem.
– Ele não veio trabalhar de novo, não foi?
– Isso mesmo e ninguém sabe nada dele, não seria melhor...
– Noraiate, sinceramente acho que o Onur deve estar fazendo drama, ele sabe que está errado e ao invés de enfrentar os problemas ele foge deles. – Kerem falava irritado.
– Mas Sr. Kerem.
– Noraiate, deixa como está, vamos ver até quando ele vai se esconder...
– Tudo bem senhor. – Noraiate vira as costas e sai desapontada.
– Onde será que ele se meteu? – Kerem pega o celular para ligar para o amigo, mas seu celular continuava na caixa postal. – Mais que droga, onde ele se meteu? – Kerem bateu o celular na mesa.

Enquanto isso Fierdvis deixava o café de Onur em seu quarto.
– Aqui está senhor Onur. – ela deixa o café dele no criado mudo ao lado de sua cama.
– Obrigada, Fierdvis.
– Sr. Onur, há algo que o senhor precisa saber... – ela falava misteriosa.
– Diga. – ele toma um gole do café.
– Na empresa todos estão preocupados e pensando que o senhor desapareceu, não acha melhor enviar alguma nota de esclarecimento para eles?
– Não, eu quero sossego e tem mais, eu preciso tomar decisões e para isso, preciso de um tempo comigo mesmo, Fierdvis. – ele toma um grande gole do café.
– Tudo bem Sr. Onur, continuarei lhe encobrindo, não se preocupe.
– Obrigado, pelo café e pela cobertura. – ele entrega o pires, a xícara e a colher.
– De nada, Sr. Onur. – ela sai do quarto e ele se deita para descansar.

Depois do expediente Sherazade foi ver seu filho juntamente com Bennu, para sua alegria, ele já estava na sala de recuperação o que era reconfortante para ela, quando entraram na sala encontraram Kaan feliz estava brincando com um carrinho daqueles de controle remoto e que custam uma bolada.
– Olha mãe, o que eu ganhei. – ele mostrava com todo prazer do mundo.
– Filho que carro bonito. – elas se entreolharam.
– Quem te deu esse carro Kaan? – Bennu perguntou observando o carrinho.
– O anjo. – o médico sorriu.
– Anjo? – Sherazade pergunta confusa.
O médico pegou o cartão e entregou a ela. Sherazade o abriu.
"Querido Kaan,

Pensei em te dar pessoalmente, mas não foi possível, então passei no seu quarto enquanto você dormia e te deixei esse presente, espero que goste. Diga a sua mãe que para mim, é um prazer ajudá-la e vê-lo saudável, espero que voltemos a nos encontrar, eu adoraria te ver brincar ou quem sabe brincar com você. Curta essa nova vida.

De seu Anjo."
– Que lindo! – Bennu falou emocionada.
Sherazade também não segurou suas lágrimas de emoção.
– Sim, muito lindo, Kaan parece que você ganhou um amigo. – Sherazade falava com emoção.
– Olha, eu não sei quem é esse homem, mas ele é bem rico e além disso, gostou mesmo do Kaan. – Bennu se aproximava do ouvido de Sherazade. – E poderia ser um ótimo marido para você.
– Bennu, – ela a repreende. – eu nem conheço esse homem, tá doida?
– Tá bom, não está mais aqui quem falou. – fala Bennu.

Dias mais tarde, lá estava Onur novamente, não em Istambul e muito menos em seu escritório, ele estava parado em pé na sacada de um prédio em frente à Torre Eiffel.
– Zaffer? Bom dia desculpa te ligar a essa hora, mas você conseguiu o que eu pedi? – Onur parecia um pouco aflito.
Sim, Onur, consegui. Bem, em todas as empresas que a Sherazade procurou emprego, tudo que ela encontrou foi a resposta negativa, e o motivo, é somente porque ela era mãe solteira. Você sabia disso? – Onur puxou de leve a pele entre suas suas sobrancelhas.
– Sim! – ele olhou para longe. – Eu descobri a pouco tempo.
Ah então agora vou poder trazê-la para a Shelik, porque você vai demiti-la, afinal ela omitiu, ou melhor mentiu sobre isso e isso você não pode aceitar filho, mas eu aceito. – Zafer sorrir.
– Não, Zafer, não será dessa vez que você levará uma arquiteta premiada para sua empresa, a Sherazade vai continuar na Binyapi.
O que? Onur, você não é assim, você não admite essas coisas, o que está havendo, ein?
– Zafer, eu simplesmente não posso cometer uma injustiça, ela mentiu, porque vergonhosamente, não a aceitaríamos na empresa, mas eu mesmo vou tratar da atualização de nosso regulamento e sim a Sherazade continua.
Onur, não tente me enganar, eu te conheço.
— Zafer, muito obrigado, eu não podia confiar em mais ninguém, só em você.
Para o que precisar é só me chamar. Adeus.
Onur desliga, ele sentou em uma cadeira e novamente pegou seu livro das 1001 noites, folheou as páginas até novamente parar em uma.
— "Ouço o coração dos enamorados cantar livremente na madrugada. Mas meu coração não canta por causa de uma bela gazela, mais ligeira que um gamo. Tenho-te presente ou ausente. E teu nome nunca deixa meus lábios. Durará ainda muito teu afastamento? O amor, de que me penetraste, tornou-se uma tortura além das minhas forças. Até quando continuarás a fugir de mim? Se teu propósito era matar-me de saudade, sinta-se feliz, pois teu desejo se cumpriu."

1001 Noites de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora