Capítulo 32

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Feride se levanta muito zangada.
– O que você disse? – ela pergunta aos gritos.
– Eu me casei com a Sherazade ontem e não há nada que possa nos separar, nem a senhora e nem ninguém. – ele fala irritado.
Feride dá uma bofetada na cara do filho e Onur fica com a cabeça virada.
– Você é um desgraçado, um mau filho. – ela bate em seu peito, dando socos de mão fechada.
– Chega mãe, chega! – ele segura suas mãos. – Estou cansado de fazer sempre a sua vontade, e a minha vontade onde fica? Onde fica a minha felicidade? Em que parte de seus planos, está a parte em que eu sou feliz? – ele aproximou mais seu rosto do dela. – Em quais de seus sonhos, a senhora vê minha felicidade? Porque sempre fui infeliz e a senhora nem sequer se dava conta, não é? Aí quando finalmente estou feliz, a senhora, me abandona, não me dá apoio, a senhora não se importa... – ele apontava o dedo em riste para o chão. – Sabe por quê? Porque entre os seus planos, não existe o meu final feliz, existe apenas o que a senhora quer para mim e pronto... mas saiba que isso acabou...
– Como pode se casar escondido de mim?
– Porque a senhora tinha como objetivo me separar dela para sempre e isso eu não ia aceitar.
– Ah... já entendi tudo. Sim, é claro, como não pensei nisso antes, a Betül, os ajudou, não foi? – ela sacode Onur o puxando pelo terno.
– Não vou dizer mais nada... só vim para lhe avisar e agora vou embora. – ele se desprende da mãe.
– Onur! – ela o chama, mas ele não olha para trás. – Você já não é mais meu filho, eu te renego totalmente, eu te deserdo, eu te odeio. – ela grita mais alto e depois começa a chorar.
Ela sai apressada, abre a porta e enquanto Onur subia as escadas, ela gritava:
– Você é igual seu pai, um traidor!
– Sim eu sou igual a ele, mas não nesse sentido, sou igual a ele no sofrimento, assim como a senhora o sufocava, a senhora me sufoca, adeus. – ele sai e entra no carro e Feride acaba desmaiando na porta de casa.

Enquanto isso Sherazade chorava no colo de Bennu.
– A mesma coisa Bennu, a mesma, não sei mais o que fazer... não sei... – fala Sherazade chorando.
– Calma amiga, calma, não tome uma decisão da qual, você vai se arrepender para sempre, o Sr. Onur te ama, não se deixe vencer por essas pessoas que só querem o mal de vocês. – Bennu acariciava seu cabelo.
– É justamente por isso, ele é como o Ahmet, ele é um homem valente e sei que agora mesmo deve estar brigando com a mãe por causa de mim. E sei que ela está dizendo coisas para ele, que o magoarão, de qualquer forma, com certeza eu estou os separando, estou separando uma mãe do filho e não posso tirar a razão dela, eu faria o mesmo se fosse com o meu...
– Sherazade você não tem culpa, a culpa é da Dona Feride, ela que está exagerando.

Burhan chega atarentado, Nadide o vê chegando tão perturbado que vai atrás dele.
– Burhan querido, me espera, o que está acontecendo? – ela sai subindo as escadas atrás dele.
Ele chega ao quarto tira o terno e senta em sua cama e fica segurando seu "terço".
– Burhan que houve? – Nadide se senta ao lado dele na cama.
– Nadide querida, Sherazade se casou... – ele nem ao menos olha no rosto da esposa.
– O que? Como? – Nadide perguntava em choque.
– Sim, ela e o Sr. Onur se casaram, ontem...
– Tão rápido assim? Será que ela está grávida? – pergunta Nadide nervosa.
– Nadide, eu não sei, mas não é isso que me preocupa...
_ E o que lhe preocupa, então?
– Ela quer se divorciar dele...
– O que? Mas não se casaram ontem? O que há com ela, não entendo. – Nadide parecia perdida.
– Sabe por que Nadide?
– Não, Burhan querido, eu não sei, ela não o ama?
– Não pelo contrário, o ama tanto que sofria ao falar do divórcio...
– Então não consigo entender.
– Nadide querida, a mãe dele não a aceita por nora, e ela disse que já não aguenta mais fazer o papel de nora indesejada e tem medo que aconteça ao Sr. Onur, o mesmo que ocorreu a Ahmet.
Nadide põe a mão na boca.
– Olha eu não conheço muito do marido dela, o Sr. Onur, mas daquela vez que o vi, ele me pareceu muito apaixonado por ela, duvido que permita que se separe dele.

– Betül você é uma traidora, como pode fazer isso comigo? – pergunta Feride zangada.
– Ah, então você me acha uma traidora só porque eu desejo o melhor ao meu sobrinho, é isso?
– Não, você não deseja o melhor para ele, você deseja é ver a minha destruição, você gostaria de ter uma vida como a que eu tive, ter tido um marido e um filho, mas você não pode e agora quer sabotar minha vida. – fala Feride com raiva.
Betül se levantou e bateu no rosto de Feride.
– Nunca mais fale isso... eu se tivesse um filho, como o seu, ia pensar mais na felicidade dele, que em um sobrenome. Seu filho está feliz e você quer destruir a felicidade dele, você prefere vê-lo infeliz ao vê-lo bem, ao vê-lo sorrir, ele ama a esposa e o filho...
– Aquele menino não é filho dele...
– Como você é pobre de sentimentos, Feride Aksal, filhos não são definidos apenas pelo sangue, mas sim pelo coração.
– Não me venha com essa, eu quero um neto com o meu sangue e não um menino, com um sangue de um homenzinho desprezível que morreu sabe-se lá em que condição.
– E por acaso eles são inférteis? Eles podem lhe dar seu neto, mas se você os separar, você não os terá, pare de ser soberba, aceite seu filho e sua nora.
– Ela não é minha nora. – ela sai furiosa.

Onur chega na empresa e vai à procura da esposa na sala dos arquitetos, ele chega e a encontra com a cabeça no ombro de Bennu.
– Oi! – ele chega perto dela.
– Onde você foi, ein? – perguntava aflita.
– Fui tentar resolver nosso problema... – ele pega sua mão e a acaricia.
– Onur, eu não quero isso de novo, eu vejo em você o Ahmet, e não vejo um futuro feliz, vejo um futuro conturbado e incerto, sua mãe está certa, nós não podemos ficar juntos, não podemos... – ela chorava.
– Meu amor, vê se entende, se você me deixar eu morrerei mais rápido. Sherazade, não vê que é isso que minha mãe quer?
– É inevitável, era assim que o Ahmet falava. Eu não posso destruir sua vida Onur, não posso.
– Sherazade, por favor não faça isso, eu te imploro. – ele beija a mão dela, mas o celular dele começa a tocar.

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