Capítulo 15

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– Sherazade como isso aconteceu? – Bennu pergunta ainda em choque.
– Ontem, encontrei a mãe do Sr. Onur na Associação das Crianças com Leucemia.
– A Dona Feride? – ela perguntava surpresa.
– Sim, mas eu não sabia que ela era a mãe dele, a presidente nos apresentou e ela disse que ela é uma das benfeitoras da associação, e hoje quando fui deixar o CD para o Sr. Kerem, dei de cara com ela e ela falou para ele que eu tinha um filho e logo depois falou para o Sr. Onur, acho que é agora que vou para a rua. – ela chorava.
– Não Sherazade, você não irá para rua, não se preocupe. – fala Kerem da porta da sala.
Sherazade e Bennu olham para ele.
– Seria uma falta de humanidade muito grande com você e uma grande perda para nós, então não é um bom negócio para ninguém. – ele fala sorridente.
Sherazade respira aliviada.

Dias mais tarde Kerem havia conseguido se aproximar de Sherazade se aproveitando da situação entre ela e Onur, principalmente depois que sua mãe a desmascarou na frente dele e de Kerem.
Kerem estava curtindo tanto aquela situação que passou a trabalhar quase todos os dias integralmente com ela, Onur estava cada hora mais incomodado com aquilo, mas infelizmente estava de pés e mãos atados, o que ele poderia fazer se Sherazade nem ao menos conseguia vê-lo, o que se diga ouvi-lo, ele já estava se desesperando novamente, mas tentava manter a calma.
– Olha Sherazade e se melhorássemos um pouco mais aqui? – ele perguntava olhando para ela e aproximando seu rosto do dela.
Sherazade que estava olhando para o papel, nem se quer percebia o perigo.
– É, eu acho que se arredondássemos aqui, talvez o ambiente ficasse maior e mais arejado. – Sherazade olhou para ele e quando se deu conta Kerem a estava beijando, Sherazade o tentava empurrar, inultilmente.

Onur que já estava incomodado, enciumado e muito mais, saiu de sua sala zangado e entrou na sala de Kerem, ao ver que Kerem beijava Sherazade a força, ele nem pensou duas vezes, andou rapidamente em sua direção e o puxou de perto dela.
– O que está fazendo? – ele o agarra pelo terno.
Sherazade olha assustada para Kerem e sai chorando.
– Como se atreve a forçá-la a te beijar? – Onur o sacodia com força.
– Desculpa Onur, não sei o que deu em mim...
– Pois eu sei o que deu em você, seu safado. – Onur dá um soco no rosto de Kerem e ele quase cai. – Seu porco! – Onur grita com ele. – Se afaste dela, está ouvindo, se afaste dela. – Onur sai da sala de Kerem.
Noraiate não estava entendendo nada, mas ficou com medo de como Onur saiu da sala.

Sherazade saiu correndo pelas escadas da empresa. Onur a avistou e desceu rapidamente atrás dela e conseguiu alcançá-la.
– Sherazade! – ele a chama.
– Me deixa. – ela saiu correndo pelo saguão de entrada da empresa, Onur correu atrás dela.
Quando ela chegou ao lado de fora ele a alcançou e a abraçou, ela chorava muito. – Calma, calma! – ele acariava seus cabelos. – Não fica assim...
– Me solta! – ela o empurra. – Você também quer se aproveitar de mim, nessa empresa só tem aproveitadores. – ela o empurra para mais longe.
Ele fica pasmo com o que ela disse, ele estava a cada hora mais confuso e mais louco.

Onur entrou na empresa muito zangado, subiu as escadas quase correndo, quando chegou ao seu andar, Noraiate o abordou.
– Sr. Onur, o que está havendo?
– Noraiate, agora não. – ele se desvia dela e entra na sala de Kerem.
Porém ele já não estava mais lá.
– Noraiate onde está o Kerem? – Onur pergunta zangado.
– Ele saiu, senhor.
– Maldito! – Onur bate na mesa zangado.

No dia seguinte Sherazade, estava tentada a pedir sua demissão, mas o medo de perder o único emprego que tinha lhe aceitado mesmo sendo mãe, lhe dava temor de não encontrar outro que lhe aceitasse, com isso ela desistiu de fazer o pedido, porém mesmo Kerem tendo lhe pedido desculpas Sherazade não quis nem ouvi-lo e com Onur, ela só falava o essencial e indispensável.

Alguns dias após aquele incidente Onur continuava atormentado, sem saber como provaria que a amava e como demonstraria a ela, que o sentimento dele era verdadeiro e o quanto ela significava para ele.

Em uma noite, Sherazade estava saindo da empresa para pegar um táxi, ela precisava chegar cedo em casa, porque a cuidadora de seu filho, precisava sair mais cedo e Sherazade estava desesperada para chegar logo e cuidar de Kaan.
Por coincidência Onur também estava saindo, sua tia tinha chegado de Paris e ele que tem muito apreço por ela, resolveu que iria para casa mais cedo, assim poderia se arrumar e ir para a casa de sua mãe e assim poder vê-la e pedir conselhos a ela.
Quando seu carro saiu da empresa, o motorista teve de parar na entrada da mesma, pois o fluxo de carros estava muito grande, quando Onur olhou para o lado, avistou Sherazade e logo viu que um homem puxava sua bolsa com força e ela resistia em entregá-la, Onur nem pensou duas vezes, abriu a porta do carro, saiu correndo e chegou empurrando o bandido, ele derrubou o homem no chão e começou a esbofeteá-lo com muita raiva, Sherazade não sabia se o olhava como um heroi ou como um louco.
– Seu desgraçado, como se atreve a fazer isso com uma mulher, por que não assalta um homem? – ele o sacudia no chão.
Depois que o bandido caiu desmaiado, Onur saiu de cima dele e foi para onde estava Sherazade.
– Está tudo bem com você? Esse bandido lhe fez algum mal? Te feriu? – ele olhava preocupado para ela.
– Não, não me feriu, muito obrigada. – ela falava sem jeito e ainda em choque pelo acontecido.
– Está indo para casa? – ele pergunta calmamente e os dois saem andando juntos.
– Sim. – ela falava apreensiva.
– Então deixe que eu te dê uma carona, assim evita que você sofra coisas desse tipo.
Onur e Sherazade saíram caminhando pela calçada, porém antes que pudessem chegar a entrar no carro, ouviu-se um disparo e um grito.

– Sr. Onur, Sr. Onur, ajudem! – Sherazade gritava.
Os seguranças da empresa e o motorista de Onur o acudiram, da guarita chamaram uma ambulância, ele tinha sido baleado pelo bandido que ele batera para proteger Sherazade.
A verdade é que o bandido havia fingido um desmaio e se aproveitando disso, esperou Onur virar as costas para poder atirar nele, Sherazade estava ajoelhada no chão próxima a ele, apreensiva e nervosa, sem querer sua mente foi fazendo com que ela lembrasse das coisas que ele havia dito há algumas semanas atrás, de como ele a amava e do quanto ela significava para ele, que se apaixonou por ela desde a primeira vez que a viu, ela chorava no chão próximo a ele, quando a ambulância chegou levou-o e ela o acompanhou.

1001 Noites de AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora