31 - Tato

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Quando terminamos de comer, Guilherme me levou por um tour na casa e me deixou ainda mais encantada com o lugar com suas enormes paredes de vidro que eu não havia reparado do lado de fora e a forma como todo o ambiente pedia por um dia preguiçoso de pijama do lado de uma pessoa agradável.

Ao voltarmos para o primeiro cômodo em que visitei, a sala de estar, Guilherme acendeu a lareira e puxou uma manta grossa de flanela sobre nós. Usando aquela parte magica que ele não conseguia desligar mesmo quando queria fingir que era um cara normal, ele encheu duas taças com vinho e colocou uma nas minhas mãos.

- Não veja isso como uma reclamação, está bem? – falei enrolando os dedos na haste da taça. – Você sabe que eu não posso beber, não é?

- Sim, eu sei. – respondeu abrindo um sorriso travesso.

- E mesmo assim você continua me dando bebidas alcoólicas mesmo eu sendo uma menor. – acusei bebericando o vinho.

- Nós dois sabemos que você bebe. – acusou ele imitando meu gesto.

- Bem, você como o mais velho de nós, como o único maior de idade aqui, deveria ser o mais responsável e me manter longe dessa droga conhecida como álcool.

- Vamos dizer que eu não sou a pessoa mais indicada para manter você longe de alguns prazeres da vida.

- Ah, é?

- E um pouco de álcool pode deixar você mais relaxada. – comentou tirando a taça da minha mão e pousando-a no chão aos pés do sofá.

- Eu preciso relaxar?

- Você está um pouco tensa aqui. – ele beijou meu pescoço fazendo minha pele se arrepiar.

- Mais algum lugar? – perguntei me deixando ser levada pelos lábios dele.

- Aqui também. – e beijou mais alguns pontos do meu pescoço.

Os lábios dele começaram a passear pelo meu pescoço lançando choques pelo meu corpo que descia até o centro do meu corpo. Suas mãos desciam pela lateral do meu corpo, encaixando nossos corpos de uma forma que só podia ser descrito como perfeita.

Todo o meu corpo correspondia a cada toque dele e minhas mãos haviam tomado conta sem que meu cérebro desse ordem alguma. Eu vi minhas mãos afastando os smoking dele e tornando nosso contado ainda mais intimo, mais imediato. Eu podia esquecer de tudo nos braços dele.

Eu podia esquecer de tudo, mas eu não havia esquecido.

Sem pensar duas vezes, minhas mãos afastaram os ombros de Guilherme. Ele se desequilibrou do sofá e caiu no chão com um estrondo. A reação havia sido automática, eu queria mais que tudo que ele estivesse com as mãos em mim e que nós avançássemos aquele passo que prometia ser magnifico, mas para um ato físico com tamanha importância, meu ser emocional não estava preparado. Eu não tinha a confiança necessária em Guilherme e em mim.

Levantei do sofá arrumando meu vestido e peguei minha taça que estava pela metade no chão. Virei todo o conteúdo para dentro do meu corpo e me afastei do sofá e de Guilherme.

- Está tudo bem? – perguntou ele aproximando-se e tocando meu ombro.

- Desculpe. – murmurei por trás da taça vazia.

- Por me derrubar no chão? Está tudo bem. – disse esfregando meu braço com delicadeza. – Acho que eu que tenho de pedir desculpas.

- Não, não precisa. Você não fez nada de errado.

- Não sei quanto a errado, mas deixei me levar. – ele passou os braços pela minha cintura e me virou para ele. – Preciso ter mais tato com você.

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