9 - Prometida

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Deitada na margem do rio que corria no meio da floresta perto do castelo eu estava completamente entediada. O sol ainda estava no meio do céu, bem acima da minha cabeça. Os pássaros cantavam e voavam de um lado para o outro, um esquilo parou do meu lado e depois correu para o alto de uma árvore. Juvel pastava tranquilamente e eu estava morrendo de tédio.

- E eu pensei que ficar sem aulas ia ser o máximo. – resmunguei pegando uma pedrinha e jogando no rio.

Ouvi passos se aproximarem e rapidamente me levantei fazendo meu anel virar uma espada. Preparei-me para me defender de qualquer um que estivesse atrás de mim. Virei na direção de onde os passos vinham e observei tensa, a pessoa se aproximar. Assim que vi Guilherme se aproximar entre as árvores suspirei aliviada e transformei a espada em anel outra vez.

- Sou só eu. – falou erguendo as mãos.

- Na próxima vez me avise que está vindo para cá. – falei e sentei outra vez.

- O que está fazendo aqui? – perguntou sentando do meu lado.

- Esperando que alguém me ataque e tirei esse meu tédio.

- Não tem graça, Alie. – repreendeu.

- Se alguém me atacasse pelo menos eu teria o que fazer. Já faz dois meses que as aulas acabaram e eu não tenho mais o que fazer.

- Pense em algo.

- Eu já fiz tudo que tinha em mente. Até arrumar meus quartos, eu arrumei.

- É, seu tédio está bem grande, hein?

- Você nem imagina.

- O que eu posso fazer para matar seu tédio?

- Me leve para fazer alguma coisa. – pedi levantando.

- Tudo bem, tenho uma ideia.

- Aonde vamos? – perguntei animada.

- A aldeia.

- Aldeia?

- Isso. Você já esteve no comercio da aldeia?

- Não.

- Então vá se trocar e eu a levo.

- Não posso ir assim?

- Você precisa estar vestida como uma princesa.

- Isso quer dizer que vou ter que usar longos vestidos, cheios de babados e um espartilho apertado.

- Isso mesmo, meu amor.

- Tudo bem, estou indo me vestir. – falei montando no Juvel e indo para o castelo.

Entrei apressada no meu quarto e agarrei o primeiro vestido de encontrei.

Coloquei o vestido rosa claro que tinha a saia feita de tule, vesti o espartilho de rendas pretas por cima e peguei as luvas curtas pretas que estavam penduradas junto com o vestido no armário. Calcei os sapatos de salto do mesmo tom que o vestido e amarrei meus cabelos em um rabo de cavalo na altura da nuca de lado, coloquei a coroa e saí do meu quarto. Desci as escadas com pressa e quase atropelei papai e mais um homem.

- Onde é o ataque? – brincou papai quando me segurou pelos braços para não cair.

- Desculpe, papai. – respondi me endireitando e alisando o vestido.

- Declan, essa é minha filha Alicia. – apresentou papai se dirigindo ao homem ao seu lado.

- É um imenso prazer conhecê-la, Alteza. – cumprimentou pegando minha mão e beijando-a.

Coração AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora