7 - Mamãe?

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- Nossa. – murmurei sorrindo.

- Como você está se sentindo hoje? – perguntou colocando sua testa junto a minha.

- Está falando sobre o rastreador? Ainda estou chateada, mas não há nada que eu possa fazer. – respondi dando de ombros.- O que o carro da mamãe está fazendo a essa hora em casa?

- Também não entendi direito. Quando cheguei, ela já estava aqui.

- Será que aconteceu alguma coisa? – questionei o puxando para dentro de casa.

- Olá, querida. – disse mamãe quando entrei na cozinha.

- O que está fazendo em casa a essa hora, mamãe? – perguntei sentando à mesa.

- Só vim fazer algo que não fiz de manhã. – respondeu mexendo em alguma coisa dentro da pia.

- O quê?

- Isso. – ela se virou na minha direção com uma faca na mão e o ataque foi tão rápido que quase não tive tempo de me desviar. A lamina afiada afundou na minha pele no momento em que levantei com um pulo e bati contra o peito de Guilherme.

Guilherme agarrou meu tronco e inverteu nossas posições de modo que seu corpo protegesse o meu.

- O que você está fazendo, Carla? – perguntou entrando na defensiva e segurando o braço dela quando tentou me acertar por cima do ombro de Guilherme.

- Estou fazendo o que é preciso. – respondeu se livrando da mão de Guilherme de forma violenta e vindo na minha direção.

Sem perceber, eu havia ativado a espada do meu anel e quando mamãe arremessou Guilherme para o lado como se ele não fosse mais do que um peso de papel, minha espada se chocou contra a faca dela fazendo um som metálico ressoar pela cozinha. Ela me atacou mais uma vez de uma forma rápida demais para uma mulher do seu tamanho e minha espada voou da minha mão quando a lâmina afiada da faca acertou meus dedos.

- Mamãe, o que deu em você?! Pare com isso! – gritei desviando da faca e me afastando da cozinha.

Em resposta, ela jogou a faca na minha direção. Abaixei-me a tempo de não ser acertada na testa por uma faca feita para cortar carne. Nesse tempo, Guilherme já havia se recuperado do choque de ser arremessado por uma mulher com metade do seu tamanho e agarrou o corpo dela por trás. Mamãe deslizou para fora dos braços dele como se fosse feita de manteiga e se jogou na minha direção.

Eu não sei em que momento ela havia pegado mais facas, não havia notado que havia outras facas nas suas mãos, mas aquilo não era um fato importante no momento. Tudo que importava era fazê-la parar antes que uma de nós se machucasse seriamente e só restasse culpa.

- Mamãe, pare! Não quero te machucar! – falei desviando de duas facas que ela jogou.

- Alicia, ela não é sua mãe. – falou Guilherme tentando segura-la mais uma vez e sendo repelido por um forte empurrou.

- Se ela não é minha mãe, quem ela é? – perguntei caindo por cima do sofá e empurrando ele para cima dela que o partiu ao meio com o facão. – Ah não, o sofá não. – choraminguei quando desviei mais um golpe do facão.

- Não sei quem ela é, mas não é sua mãe.

- Mas ela é igual à mamãe, fala como ela, até age como ela.

- Sua mãe não tentaria te matar. – pontuou Guilherme segurando ela mais uma vez, mas ela cortou seu braço com o facão e Guilherme tirou o braço de perto dela sangrando.

- E o que eu faço com ela?

- Mate-a! – respondeu rasgando um pedaço da sua camiseta e amarrando envolta do corte.

Coração AzulOnde histórias criam vida. Descubra agora