18 - Um novo lar

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Do lado de fora do castelo uma carruagem estava a minha espera.

Declan esperava encostado na carruagem de braços cruzados conversando com papai. Aproximei-me da mamãe que estava ainda no portão e a abracei. Ela me apertou nos seus braços e sussurrou que sentiria minha falta em casa e depois me soltou. Despedi-me de tia Bea com um abraço e depois me dirigi para onde a Clara estava e a abracei.

- Mesmo te odiando, vou sentir sua falta. – murmurou me abraçando.

- Me promete uma coisa? – perguntei perto do seu ouvido para que somente ela ouvisse.

- O quê?

- Faça Guilherme ficar bem. – pedi.

- Não precisava me fazer prometer. – respondeu me soltando e segurando meus ombros. – Vou cuidar bem dele para você.

- Obrigado, Clara. – agradeci e depois fui para onde Declan esperava.

- Está pronta, querida? – perguntou papai virando para mim.

- As malas já estão na carruagem? – perguntei.

- Sim. Se partirmos agora nós chegaremos a Squamaeigrae ao nascer do sol. – informou Declan.

- Então vamos de uma vez. – respondi me despedido de papai e depois aceitando a ajuda de Declan para entrar na carruagem.

Sentei perto da janela e encostei minha cabeça no banco. Declan entrou na carruagem e sentou de frente para mim. A carruagem partiu e vi o castelo de Fantasiverden ficar para trás. Vi toda a minha vida recém-adquirida ficar para trás e as lágrimas se acumularam nos meus olhos.

Andamos por horas.

Eu poderia jurar que havíamos atravessado toda Fantasiverden, até que a carruagem parou em um lugar onde havia somente pedras enormes. Coloquei a cabeça para fora da janela e tentei achar alguma coisa mais do que pedras ali, mas foi impossível. A única coisa que tinha no lugar era pedras.

- O que estamos fazendo aqui? – perguntei quando quem conduzia a carruagem abriu a porta para nós.

- Vamos para Squamaeigrae agora. – respondeu Declan saindo da carruagem de onde eu fiquei olhando desconfiada pela janela. – Você não vem?

- Você não vai me jogar no meio das pedras? – questionei desconfiada.

- Você é minha esposa, não quero que nada de ruim aconteça com você. – respondeu e estendeu a mão para mim. – Vamos?

Um pouco hesitante, coloquei minha mão sobre a dele que se fechou com firmeza sobre a minha. Desci da carruagem e olhei desconfiada a minha volta. Nada ali dava a impressão de nos levar a algum lugar. Mas como sempre acontecia, Fantasiverden me surpreendeu. Perguntei-me porque não havíamos aberto a esfera mesmo no castelo e ido para Squamaeigrae direto, sem ter que andar horas e horas, sentados em uma carruagem, que passou a ficar desconfortável depois das duas primeiras horas.

- Por que não abrimos a esfera no castelo e fomos para Squamaeigrae? – vocalizei minha pergunta interna quando Declan me puxou para perto do seu corpo e eu resisti.

- Por ser uma Dimensão diferente, temos um modo diferente de viajar para Squamaeigrae. – respondeu ignorando minha intenção de distância entre nós e me erguendo nos braços.

- O que está fazendo? – gritei me preparando para derrubá-lo no chão caso ele tentasse alguma coisa.

- Você vai precisar ficar próxima de mim para encontrar o caminho pelo portal. – explicou apertando meu corpo contra o seu. – Fique parada, preciso encontrar a pedra que abre o portal.

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