- Qual o seu nome? – perguntei enquanto andávamos em direção a biblioteca.
- Marguerite. – respondeu andando a minha frente com passos apressados e tímidos.
- Um nome bonito. – comentei tentando acompanhar seus passos.
- Obrigada, Majestade. – agradeceu o elogiou sorrindo um pouco.
- Todos vocês são obrigados a me chamar de Majestade? – perguntei quando viramos um corredor.
- Você é nossa Rainha, devemos respeito.
- E se eu ordenasse que parassem de me chamasse assim? Iria adiantar alguma coisa?
- Talvez. Na verdade, desde que trabalho aqui nunca vi um nobre que não gostasse de ser chamado pelo titulo. – observou quando abriu a porta da biblioteca e me deu passagem.
- Para tudo se tem a primeira vez. – respondi entrando na biblioteca e sentindo um aperto no coração ao me lembrar de quem costumava cuidar da biblioteca de Fantasiverden.
- Nos dê licença, por favor, Marguerite. – pediu Declan sem se virar para nós.
- Vossas Majestades. – ela fez uma reverência para mim e se retirou apressadamente.
- Queria falar comigo? – perguntei dando as costas para ele e olhando os títulos dos livros na estante.
- Você está bem? – perguntou e, pelo canto do olho, pude perceber que ele virou para onde eu estava.
- Por que não estaria? – perguntei sem me virar para ele.
- Depois do almoço você rapidamente se retirou.
- Não estava a fim de ouvir sua mãe me reprovar por tudo que faço. – respondi dando de ombros e pegando um livro qualquer da estante.
- Mamãe não faz por mal.
- Tenho certeza de que não. – concordei com o tom cético.
- É, serio. – ressaltou e o ouvi dar um passo na minha direção.
- Tanto faz.
- Tem certeza de que seu único problema era mamãe? – perguntou aproximando-se e me afastei sem olhá-lo.
- Acho que sim. Ela poderia ser mais sutil ao me reprovar. – comentei pegando outro livro e colocando-o no lugar outra vez.
- Não está com saudades de casa?
- Um dia não faz com que eu fique com saudade. Já passei muito mais tempo sem ir para minha casa.
- Não sente saudades de ninguém? – perguntou tocando meu ombro de leve, mas tirei sua mão com um dar de ombros e fui em direção a outra estante. – Sente?
- Claro que sim.
- De quem?
- Quer mesmo saber? – perguntei virando para ele pela primeira vez desde que entrei na biblioteca.
- Quero. – respondeu dando um passo da minha direção.
- Sinto saudades da mamãe, tia Bea, Clara, papai, Damen, Leo, Brina, Otavio, Revin, Luiz Otavio, Kris, Guilherme e muitos outros.
- Leo? Brina? Otavio? Revin? Luiz Otavio? Kris? Acho que não conheço esses. – comentou parando na minha frente com as mãos no bolso.
- São da Terra, nenhum deles estava no casamento, ou ao menos sabem que me casei. – contei sentando em uma cadeira.
- De quem sente mais falta?
- Guilherme e Damen. – respondi automaticamente.
- Era de se esperar. Não sei porque me dou ao trabalho de perguntar.
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Coração Azul
FantasíaA vida era normal para Alicia Faller, os contos de fadas eram apenas contos. Bruxas e magia eram frutos de pessoas com imaginações férteis. Ter os dois pés no chão e ignorar toda essa baboseira sobre lugares distantes e poderes mágicos era algo natu...