4ª Parte

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Passado:


Eu havia percebido que estava grávida depois de alguns enjoos constante a cada dia seguinte, mas só foi com o aparecimento da barriga que crescia ao passar dos meses que entrei mesmo em desespero, pois estava mesma grávida e não tinha como esconder isso até aos noves meses. Ao terceiro mês da minha gravidez fui com minha prima fazer um teste, é claro que não duvidava mais se estava ou não, só fiz isso para acalmar ansiedade da minha prima que não parava de me alfinetar com duvidas. Minha prima era bem mais velha do que eu, mas tinha a mentalidade de uma jovem pop e radicalista. Fiz o teste e depois de alguns dias fomos ao laboratório pegar o exame. Estava grávida. Eram gêmeos! O desespero multiplicou mais do que eu achava que era possível multiplicar e a única coisa que pensei na hora foi me mandar e nunca mais aparecer, ou pelo menos até que meus pais morressem. Eram pensamentos em vãos e isso não nutria nenhuma esperança ou saída para esse problema. Aliás, para uma garota que tinha acabada de completar 14 anos de idade era um abismo encarar seus pais e dizer: "Estou grávida de gêmeos!".

Minha prima e confidente desse segredo aconselhou-me a conversar com o Gustavo sobre isso. Era outro obstáculo para ultrapassar, como teria coragem de dizer a ele que seria pai de gêmeos? Antes de decidir revelar aos meus pais sobre minha gravidez resolvi anunciar ao pai dos bebês primeiro. Era nesse dia um dia triste e cinzento, mais não tão triste quanto eu estava, que se fosse levar isso adiante, teria que abrir mão da minha juventude para entrar numa área que ainda não conhecia e não compreendia muito bem: ser adulta e responsável por seus atos. Claro que minha mãe sempre me aconselhava a nunca roubar, matar ou aceitar caronas de estranhos, pois teria que pagar por esses delitos. Mas isso não ia acontecer, nunca roubei, bem... sem contar aquela vez em que meu pai deixou um real cair do bolso e peguei para mim, mas isso era de menos, pois se ele gastava mais de trinta reais por mês com cigarros, porque não podia pegar um sem avisar? Também nunca matei! Aceitar caronas de pessoas que nunca vi? Era pior. Mas por que em vez disso, ou acrescentasse também algo sobre sexo? Como: "Nunca faça sexo sem preservativo, camisinha é o mais exato. A gravidez acontece sem o uso da camisinha". Será que ela não tinha coragem de falar isso para mim? Ou será que ela imaginava que garotas como eu na nossa época de colégio não sabia o que era namorar, beijar? Não, não posso culpá-la, mas também não posso tê-la como a tal mãe aconselhadora da filha no momento da fase sexual.

A casa de Gustavo teve uma vista como se eu nunca tivesse visto ou tivesse ido ali antes, e quando cheguei perto dele era como se eu o não conhecesse. Minha vontade era de chorar e pedir para voltar ao passado para evitar todo aquele confronto. Estava ficando sem noção de tudo em minha volta, como podia uma garota como eu enfrentar uma situação em que muitas das vezes até mulheres com formação corporal e mental não a suportavam? Ainda mais sem apoio de alguém. Olhei para Gustavo e comecei a chorar, ele sorriu e perguntou:

- Eu sei o que está acontecendo.

Na hora nem pude ligar coisa com coisa. Só depois assustada que pensei que minha prima havia soltado a língua e a escola toda estivesse sabendo.

- Do que... você e-está sabendo?- gaguejei.

Ele havia virado e caminhava para o fogão onde o leite fervia numa caneca. Sua irmãzinha estava tagarelando na cadeirinha de grade, numa linguagem de bebê. Ele pegou o guardanapo e enrolou na mão e despejou o leite na mamadeira, enquanto o deixava esfriar na pia. Havia voltado para mim e me abraçou. Pensei que ele havia descoberto sobre minha gravidez, então o abracei e conclui que ele estava contente por saber que eu tinha um filho dele na barriga. Percebi também que o fato de ter que cuidar da irmãzinha caçula durante tanto tempo despertou o sentimento de ser pai e cuidar do próprio filho. Com esse pensamento em mente havia me deixada mais tranquila e com luz para encontrar um jeito de driblar essa situação. Com ele ao meu lado apoiando-me durante todo esse processo, eu não me preocuparia se os meus pais iriam se escabelar diante da minha gravidez. Gustavo deu a mamadeira a sua irmãzinha e a levou ao quarto infantil, onde a pôs no berço. Em seguida pegou-me no colo e me levou ao quarto dos seus pais, e depositou-me na cama. Despiu-se na minha frente e estranhou que eu ainda não havia começado a tirar minha roupa. Eu sim havia estranhado, pois não imaginava que ele ia comemorar a notícia fazendo mais filhos.

- O que você tem? – olhou me desconfiado.

Eu me senti quente de vergonha, não sabia por quê. E então tirei minha camisa e depois a calça-jeans, os sapatos, a calcinha. Ele deitou ao meu lado e rolou por cima de mim, beijando minha boca e depois passando as mãos na minha vagina. Fiquei fria, esquisita e ele havia notado.

- O que diabo está acontecendo com você hoje, hein? – o jeito que ele perguntou me deixou profundamente atordoada e sem fala. Ele olhou para minha barriga e fez um carinho nela, sorrindo e insinuando. – Está apenas um pouco mais gordinha, não precisa ter vergonha meu benzinho. Você terá o sexo comigo sempre que quiser.

Meu estômago doeu como se tivesse levado um soco de boxeador e na hora nem percebi o que estava dizendo para ele.

- Então não sabe que estou grávida de você?... – aí eu conto só depois, porque o novo cliente retornou com as bebidas...





Carol fenomenal - COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora