22ª Parte

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Presente:


A segunda-feira passou deprimente para mim. Desliguei o celular afim de não receber nenhuma ligação naquela noite, a fim de conseguir dormir, mas a razão do qual desliguei o celular foi para não ver o número do telefone de Victor gravado no meu celular e não queria falar com ele...

Acordei na bela e gloriosa manhã de terça-feira e tomei uma ducha de água bem quente e me vesti. Fui para cozinha e fiz umas panquecas salgadas e devorei. Tinha muito que agradecer a Deus, pois podia comer de tudo e não saia da minha ótima forma, enquanto minha mãe lutava entre sua vontade e seu desejo de comer um pouco de massas sem se lamentar pelas consequências no fim de semana. Minha origem tinha mais o lado da família do papai, pois éramos magros de natureza e saudáveis, o contrário da família da mamãe.

Verifiquei os recados na minha secretária-eletrônica e tinha uma mensagem para mim:

Estou bastante magoado com sua falta ontem à noite, Carol... Poderia ter tido ligado para avisar, sabia? E sabe da pior? Eu iria levá-la ao teatro daquela peça do qual você falava que eu deveria assistir... me ligue assim que chegar, estou querendo você aqui comigo.

O pastor Mendonça estava fazendo teatro com aquela rouca e sonora voz. Eu sabia que ele detestava teatro e que seria um verdadeiro "lamento para mim que tenhamos perdido o teatro."

Liguei o celular e disquei para a casa dele a fim de esclarecer logo a coisa antes que ele entupiria a minha secretária-eletrônica com suas mensagens aterradoras. Pelas longas chamadas suspeitei que estivesse ainda dormindo aquele saco de estrume. E estava mesmo.

- Alô! – ele estava de péssimo humor.

- Sou eu querido... – ia falando quando ele se exaltou do outro lado da linha.

- Onde diabo você esteve?!

Soltei um riso de felicidade, pois estava mais uma vez na minha velha e normal vida.

- Que maneira mais romântica de desejar um 'bom dia' para sua Jezabel, hein?

- Não me venha com suas desculpazinhas, onde esteve ontem à noite? – ele inquira em saber como se fosse meu maridão.

- Estive na cama...

- Com quem?! – vociferou.

- Com a febre e a dor de cabeça, meu anjo. Estava enferma e aposto que você nem orou para mim quando ia deitar não é?

Ele ficara mudo por algum tempo e ressaltou:

- O que aconteceu que não consegui ligar pra você?

- A bateria do meu celular estava descarregada, e estava ardentemente com febre, mal podia abrir minha boca.

Ele suspirou longamente, sabia que tinha acalmado seu instinto de fúria. Ele então disse apaixonadamente:

- Oh Madalena... eu senti muita falta do seu consolo...

Era assim em diante, ele sempre me comparava com prostitutas bíblicas. Eu era Jezabel quando ele fodia comigo e era Madalena quando fazia uma de 'vítima'.

- Podemos nos ver quarta-feira? – mandei ele esperar um pouco e corri no quarto e peguei minha agenda. Verifiquei-a e havia três programas para aquele dia, mas acabei encaixando-o no período da noite. Espero que eu possa dar conta...

- Tudo bem ser for à noite... o que acha?

- Então está bem minha querida Tamar... o seu Amnom estará esperando por você.

Me estendi no sofá e comecei explorar a minha agenda, ia ter para amanhã a tarde um encontro com Joyce Mary. Joyce Mary era uma mulher bem madura, embora tivesse seus quarenta e se anos ainda disfarçava-se muito bem com suas plásticas e tratamentos de beleza. Era uma mulher excêntrica e famosa.

Fechei minha agenda e resolvi dar uma volta pelo centro da cidade. Troquei de roupa e pensei em usar uma peruca de cabelos castanhos e usar óculos escuros a fim de despistar Victor se caso tombasse com ele por aí. A peruca cabia perfeitamente bem em mim e eu tinha ganhado do meu cliente mais infeliz de todos os outros. Ele era gay assumido e tinha um desvio de sentimentos que o culpava por ter nascido homossexual. Seu nome era Roger e tinha trinta anos, era baixo e tinha um rosto cheio de marcas de tesouras que segundo eu, torturava-se arranhando seu rosto com elas. Roger era cabeleireiro e tinha uma clientela de dar inveja para as concorrentes locais. Roger era doce e atencioso com qualquer um e não ia à igreja de jeito nenhum. Fiquei sabendo alguns anos atrás que ele frequentava a mesma igreja que presidia o meu cliente pastor Mendonça. Será que fora expulso pelo pastor Mendonça por ser gay? Mas isso não justificaria, por causa do relacionamento que Mendonça tinha comigo há anos. Eu nunca perguntei a ele porque deixara de seguir os caminhos de Jesus Cristo e acho que podia imaginar bem o por que.



Carol fenomenal - COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora