Eu estava mesmo ferrada. O doutor estava me castigando pra valer... Agora eu tinha que usar uniformes como uma daquelas loucas... comer só verduras cozidas... tomar banho gelado, gelado por sinal.
Contei pra Antonia a minha lembrança de ontem e ela disse que era um progresso e que eu tinha que falar pro doutor.
- Ele tem que saber Carol, ele é o seu médico! – disse pra mim quando disse que não ia. – Quer ficar aqui a vida toda, é?
Enchi de coragem e controlei minha raiva e bati na sua porta. Ele abriu e se afastou pra eu entrar.
- Sente-se.
- Não obrigada eu...
Ele me olhou daquele jeito e tive que sentar.
- Aconteceu alguma coisa? – perguntou ele disfarçando sua graça.
- Ontem à tarde tive uma recordação... – comecei.
Ele abriu um bloco de notas e pegou uma caneta e começou a escrever rápido.
- A que horas foi isso?
- No momento daquela confusão no refeitório.
- Eu perguntei a que horas. – voltou a perguntar sem olhar pra mim.
Respirei fundo e controlei minha calma. Ele estava começando a me provocar.
- Eu não estava com nenhum relógio e no seu refeitório não tem relógio!
- Está nervosa? – perguntou ele olhando pra mim calmamente.
- Não estou – respondi firme.
Ele escrevia tão rápido que acho que nem ele mesmo ia entender o que estava escrevendo.
- E o que era a lembrança, você recorda? – ele estava tirando uma da minha cara. Como eu poderia esquecer?
- Claro.
- Acho que você está nervosa.
Fechei os punhos das mãos e cruzei as pernas debaixo da cadeira.
- Eu não estou não, senhor... – disse tão suavemente que até me assustei.
Ele me fez relatar com detalhes a minha lembrança por diversas vezes, como se procurasse ali um alfinete escondido. Mas é claro que ele estava fazendo de propósito, só para eu gritar e ofendê-lo para me punir mais em alguma coisa.
Depois de uma hora ele me liberou e chamou a enfermeira Roberta. Conversou com ela e eu não sei sobre o que.
Comecei a andar pelos corredores do térreo e entrei por um que só tinha uma única sala, e ficava no fundo. Olhei pra ver se tinha alguém e não vi nada e bateu aquela curiosidade. Fui de encontro a ela, imaginando ser uma sala grande, ou um laboratório. Espiei pelo vidro da porta de aço. Era um quarto, o que pude ver muito bonito. Mas quem dormia ali? Talvez o doutor Tadeu ou um dos enfermeiros... ou uma paciente especial? Fiquei tentando ver mais e gritei.
- O que você está fazendo aí? Desculpe se assustei, mas você não pode ficar aqui – disse o enfermeiro Igor que apareceu por trás de mim e me tocou o ombro.
- Me desculpe! Eu... eu só tava andando e vi essa porta, e... – nossa como eu estava sem graça!
- Tudo bem, a curiosidade está em todos nós – disse sorrindo.
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Carol fenomenal - COMPLETO NA AMAZON
RomanceDesiludida com uma paixão juvenil ela promete se tornar a profissional número 1 do Brasil e nunca mais voltar a se apaixonar... Muitas aventuras prazerosas e loucuras aguardam por você! Autora: Por favor, se você for ler, comente, vote...