44ª Parte

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            Os clientes de Carol aumentavam em sua agenda, e ela se esforçava atender com entusiasmo seus diversos pedidos. Mas ela não admitia fazer sexo anal, e nem participar em atos masoquista. Tinha conseguido estabelecer uma ligação muito íntima com seu próprio corpo e tudo que o afligisse também afligiria sua moral. Ela tinha lido isso no livro erótico que o Mestre havia lhe dado, de uma prostituta que viveu no século 19, e que conseguiu ser mais feliz emocionalmente com essas próprias decisões que tomou enquanto exercia tal profissão.

Carol tinha uma mania de desenhar rostinhos felizes nas páginas de sua agenda, e de manter algumas poesias eróticas que se inspirava dela mesma, mas com outros personagens. Ainda mantinha contato com alguns amigos on-line pela Internet. Tinha feito amizade por uma jovem evangélica, e descobrira que ainda existiam religiões muito conservadoras. Ela sentia pena da jovem que era obrigada por seus pais a seguirem a doutrina da sua igreja, ameaçada constantemente que teria doenças graves se não recusasse a vida mundana. Carol não entendia como algumas igrejas usavam Deus como um ditador severo para intimidar pessoas fracas a serem escravos de seus sistemas religiosos. Ela tentava orientar a jovem Fabrícia a não se deixar intimidar pela sua família e pelos seus pastores, mas a garota estava com a sua mente dominada. Seus pais tinham arranjado um homem mais velho do que ela para se casar, e ela revelara não gostar dele, mas que "Deus" por intermédio da pregação no culto conscientizara com a união. Fabrícia não tinha internet em sua casa, e nem televisão, mas sua prima que fora da mesma igreja tinha computador e a ensinara a usá-lo. Ela vivia num mundo moderno a sua volta, mas dentro de uma família conservadora e distante dos prazeres terrenos. E agora estava sendo preparada para assumir uma vida que ainda não queria viver e assumir tais responsabilidades. Casar, cuidar da casa e ter filhos. Seu sonho em estudar numa faculdade para ser médica ia se perder. Carol soubera por ela que as maiorias das moças de sua igreja casavam por intermédios de seus familiares com a vontade divina, e que não podiam contrariar com a decisão tomada por "Deus". As mulheres dessa religião ainda eram conservadas para o único objetivo: dar filhos aos seus maridos e não sentir prazer no sexo, para não corromper a alma.

Carol também se inspirou desse caso para criar suas poesias a favor da liberdade das jovens evangélicas intimidadas. Ela enviara para Fabrícia algumas de suas poesias, e uma semana depois soube pela prima dela que, seus pais descobriram o relacionamento dela com ela pela internet, e a mandou para um sítio, lá se casara com o "seu" prometido marido.


Carol fenomenal - COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora