18ª Parte

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Isso já estava me irritando. Já não eram poucas minhas ideias sobre o sonho que estava quebrando a cabeça para desvendar seu significado e agora teria que desvendar também quem era o autor desses bilhetinhos. Seria o Gustavo? Se tudo começou foi graças a ele, eu não estaria aqui decidida a viver por prazer como garota de programa se ele tivesse dito a verdade, que ia me assumir grávida e juntos formar uma família. Mas de onde tiraria ele tanto dinheiro assim para comprar isso?E como assim não voltaria a me ver jamais? Iria embora? De repente me passou um terrível pensamento na cabeça, que cheguei me encolher como se de repente o ar a minha volta estivesse zero grau abaixo. E olha que era uma manhã quente.

Resolvi tirar aquilo a limpo e depois do almoço (meus pais almoçaram normal, isso é, não mencionaram nenhuma palavra sobre minha festa ontem, muito menos comigo, a única coisa que minha mãe perguntou foi de quem era aqueles presentes que ela recolheu da porta, assim que acordou e eu terminando de almoçar me levantei respondendo sinceramente: - Meus. Saí com a consciência tranquila, pois havia respondido aquilo que ela havia perguntado. Se tivesse perguntado quem dera os presentes, mesmo assim não poderia responder, não sabia) e rumei para a casa de Gustavo. Fazia tempo que eu o não via, fazia outros caminhos para não cruzar com ele no caminho. Apertei a campainha de sua casa com o coração batendo a mil e a porta se abriu. No momento que se passou pensei que tivesse errado de casa, mas olhando para aquela senhora de cara comprida e estufada para os lados, perguntei tremendo, já que ela me olhava furiosa:

- Com licença... O-o Gustavo está?

Ela ficou me encarando parada. Meu Deus ela não se mexia! Será que tinha morrido em pé? Se pelo menos piscasse e desse algum movimento com o seu corpaço eu saberia que estava viva. Aquilo me deixou nervosa e então comecei a me afastar em passos leves, encolhendo o corpo como se não quisesse ser visto pelos vizinhos. Só faltava essa agora na minha vida, imaginou o que a vizinhança iria pensar de mim ao me ver ao lado do corpo daquela senhora? Pude vislumbrar uma manchete exclusiva no jornal em toda a cidade, em todo o país!

"Garota que provocou a morte dos gêmeos no seu ventre ataca novamente e mata uma senhora idosa".

Foi quando virei às costas bem devagarzinho para ela que ouvi um grito estridente e aí sim me congelei. Ela acabara de morrer.

- O que você está fazendo aí sua menina?! – a ouvi gritar isso para mim, e mesmo agora tendo a certeza de que não estava morta ainda estava assustada com sua reação. Confesso que até queria que ela morresse para que eu pudesse sair dali correndo antes que os vizinhos dos lados botassem suas cabeças curiosas para fora das portas e janelas. Olhei para ela, e ela estava lívida de raiva. – Te perguntei, não ouviu não? O que pensa que está fazendo aqui nesse quintal, heim? Está querendo roubar alguma coisa! Eu sei que está! Espere aí – e eu absurdamente fiquei ali na sua frente parada feito uma estátua de pavor, vendo ela voltar a cabeça para dentro da porta e gritar mais alto ainda. – Filho! Venha cá, filho! Corre antes que ela fuja!

Estava me derretendo de medo e notei que algumas pessoas estavam saindo de suas casas para espiar e ver o que estava acontecendo. Engoli em seco quando um homem de rosto perplexo e de olhos arregalados veio se aproximando rápido para nós. O que aconteceria agora? Tudo o que eu queria era só perguntar se o Gustavo estava em casa.

O homem olhou bem para aquela senhora lívida de raiva e olhou para mim, desconfiado. Antes que pudesse dizer alguma coisa, antes que alguém pudesse chamar a polícia, aquela velha apontou o dedo para mim.

- Essa menina queria me matar! Apontou uma faca para mim e disse que queria dinheiro! – meu Deus! Ela ia acabar despertando atenção da cidade toda com seus gritos horripilantes!

Carol fenomenal - COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora