36ª Parte

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O dia seguinte mudaria tudo pra vida de Carol. E começou com a manchete no jornal local. Carol acabara de acordar e era rotina ligar a TV. O repórter cobria uma manchete ao vivo:

"... e a polícia não esclareceu se a vítima foi assassinado por vingança ou por tentar impedir a ação do roubo na propriedade..." – Carol estava parada em pé, prestando atenção no cenário ao fundo do repórter. O lugar era bem conhecido. Seu coração martelava, mas ela não podia aceitar a verdade. "Segundo as informações da viúva de Takashi, que seria pai em poucos meses, o marido foi assassinado por um outro jovem que no passado havia ofendida-na. Mas a polícia ainda está investigando e apurando os fatos. Camilo Alves, direto do canal Três".

Carol tremia toda e desabou no sofá. O Mestre tinha acabado de chegar com pãozinho e manteiga da padaria, e seu semblante era de tristeza. Ele viu o estado da jovem, e foi até ela, e tomou-a nos braços. A menina chorou, não emitindo nenhuma voz de injustiça.

Carol queria ter ido até a lanchonete onde estava a sua amiga Aline, para apoiá-la, mas o Mestre alertou que havia muitos policiais naquela área e que poderia descobri-la. E ela se rendeu. Mas no funeral do amigo não queria deixar de ir.

- Carolin... – ia argumentando o velho na tentativa de fazê-la entender que a polícia estaria lá para pegá-la e levá-la de volta pra sua cidade, mas Carol não queria entender.

- Não posso ficar aqui, ele foi uma pessoa querida por mim, eu não posso ficar aqui! Tenho que vê-lo, me despedir dele... – e desatava a chorar.

A tarde passava e ela implorava que ele a levasse ao velório onde estava sendo velado o corpo do amigo. Mas ele não queria correr o risco. Carol tinha gritado, ofendido-no e até ameaçá-lo agredi-lo se ele não cedesse, mas foi tudo em vão.

- Carolin?

- Me deixe em paz. Não quero falar com você – dizia ela deitada na cama.

O Mestre olhava aquela menina emburrada e sorria para ele mesmo.

- Guarde as lembranças vivas de Takashi em sua memória e não as enterre junto com ele... – e ele ficou em transe quando concluiu. –... e vou te visitar um dia em que se meter num sério problema.

- Não quero entender seus enigmas. ME DEIXE! – gritou ela.

Era onze e quinze da noite e Carol não conseguia dormir. Havia tomado chá para se acalmar, mas não adiantara. Pedira ao Mestre um pouco da erva do sono mas, ele não tinha mais. Carol não queria apelar para os comprimidos. Ela tinha criado um certo receio em ingerir comprimidos por causa do episódio dos gêmeos...

Quando o relógio marcou uma e vinte da manhã Carol tinha conseguido esvaziar um pouco das cenas gravadas em sua mente e dormira. Teve a sensação de que não levara meio minuto de descanso quando o apartamento onde estava foi invadido, e suas últimas palavras diante dos policiais que cercavam sua cama foram:

- Fuja Mestre!

O jornal e a imprensa de televisão cobriam o local do esconderijo usado por ela e pelo líder do esquema. Felizmente para Carol o seu Mestre não tinha sido pego no esquema armada pela polícia.

Carol tinha sido levada para a delegacia e foi ouvida pelo o delegado de plantão. Mas ela sustentou sua versão que estava de livre espontânea vontade na casa de uma amiga, e que naquela noite pousara na casa de um senhor muito gentil. Mas o delegado não engolira aquela história.

Carol passara a noite presa numa cela sozinha, e seria transferida para sua cidade.

O delegado que estava no caso dela era o mesmo que estava procurando pelo fotógrafo pedófilo Anderson, e ele tinha certeza de que ela estava mais uma vez envolvida com fotografias pornográficas.

A jovem estava de volta pra sua cidade, e quando desceu do carro da polícia foi recebida por centenas de jornalistas:

- Carol, você estava sequestrada? – indagava um repórter espremido por seus colegas que queriam ganhar um destaque junto com a mais nova celebridade.

- Por que você fugiu de casa? Estava sendo ameaçada?

Carol queria responder, rir deles, falar um monte de fatos inventados, mas o delegado Alfredo Monloim a conduzia bruscamente para entrada da delegacia.

Carol ficou imaginando se encontraria seus pais ali, no corredor daquele prédio familiar, esperando-a ansiosamente. Mas ela não avistou sua família. Imaginou que eles estivessem numa sala de espera, assim que acabasse de dar uma entrevista particular com seu admirador número 1 ela seria levada até eles.


Carol fenomenal - COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora