7ª Parte

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A cada chamada da ligação era uma forte pontada em meu coração. Estava agindo conforme a vontade de um homem pirado? Achava que estava ainda sobre o efeito do álcool e que tudo aquilo ia passar depois. A ligação foi concluída e a voz áspera indagou:

- Quem fala? – eu olhava para aquele homem ainda sobre mim, mas agora controlando seu peso sobre minha cintura. A voz de Mendonça se alterou muito facilmente: - Que tipo de engraçadinho é você assim de ligar e não falar, hein?!

Apertei bem a saída de voz do celular no meu ouvido e depois de ouvir um palavrão do Pastor, seguido pela ligação rompida, disse normalmente:

- Alô? Mendonça? Sim, sou eu... – e o Victor fez uma cara de alivio e continuei agora tentando não me concentrar muito em seus olhos. – Infelizmente não poderei me encontrar com você essa noite... o quê? Ah, você teria que sair essa noite? Então está bem, ligo para você amanhã. Um beijo, até mais. – desliguei o celular e entreguei para ele. Sua mão roçou na minha e acho que ele notou que minha mão estava gelada de nervosismo. Ele saiu de cima de mim e pude vê-lo levantar nu da cama e ir para um canto do quarto onde minha bolsa se encontrava pousada na poltrona. Fiquei ainda mais espantada quando o vi vasculhar dentro da minha bolsa e gritei se levantando da cama:

- Largue ela! – ele se fez de surdo e me paralisei quando percebi do que estava acontecendo comigo. Estava sendo assaltada! Ou pior, sequestrada. Ele queria ver se eu carregava uma arma e só depois que certificasse de que eu não possuía nenhuma aí era que ele ia agir realmente. Não foi falta de aviso para tomar cuidado com ladrões ou sequestradores, pois uma amiga minha havia me aconselhado nunca fazer programa na casa do cliente, e só aceitar se encontrar num motel. Então tive que abolir essa prevenção porque muito dos meus clientes não tinham lá essas coisas para bancar motel e prostituta, como às vezes costumo me considerar. Agora eu estava mesmo enroscada, e só depois percebi que aquela casa chamativa mais se parecia para chamar atenção de crianças do que de adultos. Ele era um pedófilo. Fiquei tão congelada que não sabia se corria para tentar fugir ou se simplesmente tentaria implorar para me deixar em paz. Dei uma vacilada e recuei para o lado discretamente, mas antes que pudesse dar outro passo em direção a porta ele de costas falou:

- Não adianta seguir com esse plano por duas razões. A primeira é que minha casa é de segurança total e está tudo trancado automaticamente e segunda é que meus cachorros não gostam muito de estranhos. – e depois se virou lentamente para mim segurando minha agenda em mãos.

- Não tenho dinheiro... Então por favor, me deixe ir. – disse com a boca seca.

Victor voltou para minha direção. Ele era forte e provavelmente não teria chances nenhuma para iniciar um confronto corpo-a-corpo. Ele parou na minha frente e entregou novamente o seu celular, dizendo:

- Volte para cama e ligue novamente para esse cara. A última ligação não me convenceu muito. – eu tremi, agora pensava o que realmente ele era. Não era ladrão, nem sequestrador, tão pouco um pedófilo. Com essa reação calma e estranha ele só podia ser mesmo um psicopata. Eu ia morrer na mão dele e ninguém poderia detê-lo. Se gritasse, podia ser estrangulada e se corresse para fora seus cães me rasgaria igual a Jezabel da bíblia. Comecei a mergulhar nas lembranças das noites com o Pr. Mendonça em motéis onde depois de ele gozar, sempre fora de mim, já que não permitia usar camisinha, pregava palavras proféticas a meu respeito. Ainda lembro da preferida que eu tinha. Era assim:



Carol fenomenal - COMPLETO NA AMAZONOnde histórias criam vida. Descubra agora