Uma semana depois, Carol foi convidada a ir a um culto numa igreja evangélica, a uns dez quarteirões da sua casa.
Ela foi a pedido de uma amiga de classe, que achava que ela precisava de uma palavra amiga, e de uma chegada mais próxima com a sua espiritualidade.
O culto era presidido por um pastor. Seu nome: Mendonça.
- Amada igreja, eu convido os visitantes a receber a benção de Jesus. Por favor, venham até aqui na frente para juntos orarmos – dissera ele.
Valéria puxou Carol contra sua vontade. Ela ia sendo conduzida para frente, sob olhares de toda a congregação presente. Ela sentiu uma sensação estranha quando estava indo à fila com os outros visitantes naquela noite. Estava com uma roupa não adequada para ir a uma igreja.
O pastor sorriu com desprezo quando viu a jovem Carol, e aproveitou para dar um sermão para igreja, usando Carol como ponto de partida.
- Veja querida igreja! Uma jovem tão linda e cheia de vaidade. Não sabe ela que seu corpo não precisa desses enfeites? Que tudo isso não passa de artimanhas de satanás? – Carol sentia uma ardência lhe tomar a face. Mas não sabia se era de vergonha ou de raiva daquele sujeito mal encarado. Ela fez um movimento para se retirar, mas a amiga a segurou pelo braço e cochichou:
- Por favor, espere, o pastor sabe o que está fazendo. É pro seu próprio bem, Carol.
- Ah, é?E se ele não maneirar no discurso vai ser pro seu próprio mal, escute o que estou te dizendo – a avisou olhando para a amiga que a estranhou.
O pastor exercia mais vigor na sua pregação, e os irmãos apoiavam-no jubilosos. Carol e o resto da fila estavam parados, de costas pra igreja.
O velho pastor ficou de frente para Carol, e ela estava tão ferrada da vida com ele que não quis encarar seus olhos de peixe morto. O homem punha a mão pesada sobre a cabeça dela, e ela sentiu que ele fazia força para lhe derrubar no chão.
- Em nome de Jesus Cristo, eu expulso esse espírito de Jezabel! – e a irmandade da congregação exaltava em clamor a Deus.
- O que está fazendo? – a indagou sustentando a força que o velho fazia em sua cabeça.
- Fique calada. Deus vai te libertar desse espírito imundo! – falou ele pra todos ouvirem. Carol tirou a mão dele sobre ela, e disse ríspida:
- O único espírito imundo que está me possuindo aqui é o senhor!
O efeito de suas palavras causou um silêncio constrangedor ali, em todos. Valéria ficara atônita. O pastor recuara em passos pra trás, como se tivesse diante do próprio Diabo. O silêncio foi quebrado por uma exclamação de uma irmã evangélica que se levantou do banco, apontando:
- Ela está endemoninhada! Sinto que o diabo está ao seu lado!
Carol virou para ela gargalhando, fazendo uma cena de possessa.
- Estou mesmo ao lado do diabo – e apontou o dedo na direção do pastor.
Um homem que estava no meio da irmandade riu, e sua esposa o beliscou, repreendendo.
Valéria tentava com muito esforço acalmar a amiga, mas Carol não a ouvia.
E ela girou o corpo, dando as costas para o velho humilhado no púlpito e começou a se retirar. Mas parou bruscamente, porque o pastor a segurou pelo seu longo cabelo.
- Não vou deixar o diabo rir da cara de um servo de Deus... – e mal acabara de falar quando ela virou e lhe meteu o joelho entre suas pernas, acertando em cheio o seu órgão.
Houve um uníssono de lamentação de todos que viram o velho perder a cor do rosto, substituindo para a palidez, junto com uma cara distorcida de dor. O velho pastor até perdera a força de gemer de dor, e tombou pra trás com as mãos entre as pernas. "Ai, essa doeu até em mim..." – comentou o sujeito no banco e desatou a rir, sem se importar com a esposa que tentava controlá-lo.
Carol olhou para a amiga horrorizada num canto, e comentou radiante:
- Sabe, eu até que gostei de sua igreja... Vou ser evangélica um dia.
E saiu toda feliz pelo corredor, como se desfilasse numa passarela de moda, sob olhares de muitos que, não teriam simpatia caso ela viesse um dia ser uma evangélica daquela congregação.
Quando Valéria via Carol na escola, a cumprimentava formalmente, mas cuidando em estabelecer uma distância dela. E com certeza a menina estava jejuando e fazendo votos a Deus pra que nunca mais Carol retornasse a sua igreja. Mas para o alivio dela, Carol nunca mais retornaria para aquele lugar.
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RomansaDesiludida com uma paixão juvenil ela promete se tornar a profissional número 1 do Brasil e nunca mais voltar a se apaixonar... Muitas aventuras prazerosas e loucuras aguardam por você! Autora: Por favor, se você for ler, comente, vote...