Capítulo 5

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Mel.

Hoje é domingo, mas como temos hospedes agora me sinto na obrigação de levantar cedo e preparar o café. Na verdade isso é obrigação da Ana, mas eu quero ajudar!

Qual o problema?

Sempre tem muita coisa para fazer por aqui, de repente se eu faço tudo cedo pode sobrar mais tempo para eu estudar depois.

Eu nunca fui de ser muito vaidosa. Visto o que vejo pela frente e pronto. Acho que vou me arrumar um pouco mais hoje. Não por um motivo especial. Não mesmo! Apenas por mim. Talvez um blush, talvez um rímel, talvez um vestido mais bonito, talvez eu solte os cabelos. É soltar os cabelos, uma ótima ideia.

Depois de alguns minutos – que em outros dias podiam até serem taxados de desperdiçados, - em frente ao espelho. Estou bonita. Bem, pelo menos eu acho. Meus cabelos caem como andas por meus ombros e por um momento eu sou levada ao passado. Há uma época onde minha mçae penteva meus cabelos.

Já são oito e meia da manhã, Ana já deve estar na cozinha, preparando o café.

[...]

– Bom dia Ana. – Digo dando um beijo estalado em sua bochecha.

Ela me olha espantada, como se tivesse nascido chifres ou alguma coisa do tipo em minha cabeça.

– É educado responder sabia! – Retruco brincalhona. Estou especialmente contente hoje.

– Bom dia – ela diz depois de se recuperar. – O que deu em você? Acordada há essa hora, e eu nem precisei te arrancar da cama. - Ela está com os olhos estreitos.

Parece até que eu acabei de fazer uma travessura.

– Não seja tão dramática. – digo dando um tapa leve em seu ombro. – Achei que você ia precisar de ajuda aqui embaixo. Vim ajudar!

– Mel, você está bem? – ela está testando minha temperatura. Típico! - Está doente? Teve febre a noite?

– Estou muito bem. – Digo me afastando.

Ela me encara por mais alguns minutos, mas parece desistir de sua confusão interna.

– Tudo bem. Temos que arrumar umas das mesas lá fora, já que temos hospedes. – Diz ela mudando de assunto.

– Há é mesmo, tinha até me esquecido. – Digo com indiferença.

Ninguém precisa saber da minha noite mal dormida.

– Sei. Esqueceu mesmo? – ela me testa. Tem um sorriso brincando em seus lábios.

O que tem de errado em eu querer dar uma ajudinha aqui, cedo, no meu dia de folga e num domingo?

– Você é muito desconfiada. - Digo fitando-a. - Eu apenas estava sem sono. Quis fazer alguma coisa de útil, e aliás, estava muito quente no meu quarto. O sol está muito forte hoje. 

– Só fico desconfiada quando algo chama a minha atenção. Fi que sabendo disso, mocinha! - Conheço esse tom de voz. - Agora vai logo arrumar a mesa lá fora. Eles vão acordar com fome. – Ela diz enquanto volta a sua atenção para o café.

– Já estou a caminho mandona. – Digo brincando.

– Essa menina! – a ouço sussurrar enquanto balança a cabeça.

Abro as janelas do restaurante, abro a porta principal. Enquanto estou arrumando à mesa, me pego pensando em como ele passou a noite. Ele não, quer dizer, os dois. São dois hospedes. Eu não deveria pensar em apenas um.

Sob Minha PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora