Capítulo 40

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Mel.

Eu estou assustada. Acho que nunca estive tão assustada em toda minha vida. Estou com medo de perder meu filho antes mesmo de conhecê-lo. Eu não quero perde-lo. Eu não suportaria.

A dor continua sem me dar trégua, mas mesmo assim eu consigo senti-lo. Ele ainda está agitado. Ele deve estar assustado assim como eu. Eu tento não fazer muitos sons por medo de acordar meu avô. Tenho medo de que ele me veja deste jeito. Não é assim que eu quero que ele saiba.

Levo minha mão ao meu ventre, acariciando meu bebê. Implorando internamente, em silêncio, para que ele não me deixe. Tentando passar calma para ele. Dizem que os bebês sentem tudo o que a mãe sente. Sendo assim eu não quero que ele se assuste ou fique com medo.

Mamãe vai te proteger!

Sempre.

Ana está me puxando para o carro que está estacionado em frente ao restaurante. Eu não consigo cessar minhas lágrimas. Eu só vou ficar tranquila quando eu ouvir do médico que está tudo bem. Que meu bebê está bem. Que nada de ruim aconteceu. Que foi apenas um susto.

Eu quero tanto você. Eu quero tanto ver seu rostinho. Suas mãozinhas. Apesar de como tudo aconteceu, eu sei que este bebê é um presente. É alguém que vai precisar de mim para sempre. É alguém que eu vou amar e cuidar incondicionalmente. É um pedaço de mim, e um pedaço da pessoa que eu mais amo no mundo. É uma prova de tudo que de mais bonito houve entre mim e John.

Ele é nosso!

Como eu queria que ele estivesse aqui!

Eu queria tanto dividir isso com ele!

Queria ouvir sua voz dizendo que vai ficar tudo bem. Que nosso filho vai ficar bem. Eu me sinto tão sozinha. Não dividir isso com ele está me matando. Ele saberia o que fazer, saberia o que dizer para me acalmar.

Ele sempre sabia.

Este bebê é tão meu, quanto dele!

Ele é nosso!

Nosso bebezinho!

Eu estou tentando ser forte. Tentando não chorar muito. Tentando suportar o máximo que eu consigo, mas está tão difícil. As dores estão mais controladas agora, mas mesmo assim o medo está emaranhado dentro de mim. Me sufocando.

— Sente-se aqui Mel. – Diz Ana baixinho me colocando no banco traseiro do carro. – Tente não se preocupar muito, é pior.

Eu nem ao menos estava me dando conta de que estava andando. Meu pensamento está no meu bebê. E em seu bem estar.

Sinto uma pontada o que me faz gemer e segurar seu braço com força.

— Calma. – Ela diz acariciando meu cabelo. – Vai ficar tudo bem. Já vamos para o hospital.

Aceno afirmando que eu estou ouvindo o que ela está dizendo.

Eu confio nela. Ela sempre cuidou de mim. Ela vai cuidar do meu anjinho também.

— O doutor Rafael já está esperando. – Diz Julia aflita segurando o celular com força. – Eu dirijo. – Diz se encaminhando para o banco do motorista.

Entretanto Ana segura seu braço.

— É melhor você ficar. – Diz Ana calmamente.

— O quê? – Grita Julia incrédula. – Não tia, eu preciso ir com ela. Ela precisa de mim. Eu não vou conseguir ficar aqui sem noticias. Por favor, não faça isso comigo. Não me peça para ficar! – Julia está quase chorando.

Sob Minha PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora