Capítulo 44

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Mel.

Algum tempo depois...

O tempo vem passando rápido. Mais rápido do que eu imaginava. O tempo agora está mais frio, e o meu bebê vem crescendo a cada dia mais.

Todos na cidade já sabem que eu vou ter um filho. Algumas pessoas me apoiam, e outras simplesmente torcem o nariz para mim quando me veem na rua. Eu não gosto nem de pensar no que devem falar a meu respeito pelas costas. Porém, eu não deixo que essas coisas me abalem. Eu estou tão feliz. Feliz que está cada vez mais próximo o dia em que eu finalmente irei ver o rostinho do meu bebê.

Falta tão pouco.

Mateo nunca mais apareceu por aqui, e nem me dirigiu qualquer palavra. Acho que ele precisa de tempo, já que eu deixei bem claro que eu não me casaria com ele e nem com ninguém.

No dia vinte de julho. Meu aniversário. Meu avô, Ana e Julia, fizeram uma festa surpresa. O que realmente foi uma surpresa. Tinha muitas pessoas. E a parte legal é que o aniversário era meu, mas quem ganhou a maioria dos presentes foi o Max. O que me deixou muito feliz. Meu avô está se saindo um belo de um bisavô coruja. Sempre que ele sai à cidade para jogar baralho ou dominó com seus amigos ele sempre volta com uma coisa nova. Semana passada foi com um caminhão de brinquedo gigante, já ontem foi com um boneco do Batman. Eu me alegro muito em perceber que o meu bebê é muito esperado por todos.

Julia é outra compradora compulsiva. Max já tem tantas coisas que eu nem sei onde guardá-las. Eu estava em dúvida entre comprar um berço ou apenas trocar a minha cama, já que meu quarto seria também o quarto do meu bebê, bom, pelo menos até ele estar grande o suficiente para querer seu próprio quarto. O que vai demorar um pouco...

Até lá eu vou mimá-lo muito...

Optei então por comprar uma cama de casal para que ele fique bem perto de mim, para que eu possa ficar de olho nele a qualquer hora. Como mãe de primeira viagem eu não posso negar que junto com a ansiedade de poder vê-lo, também vem o medo de fazer alguma coisa errada. Afinal, bebês recém-nascidos são tão frágeis, e precisam de tantos cuidados. Eu venho me preparando muito para não precisar muito da ajuda dos outros. Parece meio bobo, mas eu quero ser a primeira a fazer tudo. A primeira a dar banho, a trocar a fralda, a colocar para dormir. Mal posso esperar por tudo isso.

Ana estava tricotando um suéter azul minúsculo para ele. O que me deixa toda boba. Mal posso esperar até ele começar a usar suas coisas.

Da última vez em que passei no médico mês passado meu avô fez questão de me acompanhar. E eu nem preciso dizer o quanto ele ficou emocionado durante a ultrassom. Max já está tão grande. E eu me surpreendo sempre a cada ultrassom nova. Adoro vê-lo brincar dentro da minha barriga. Adoro vê-lo mexendo os dedinhos, adoro vê-lo mexer os minúsculos pés. Eu até conseguir vê-lo tocando o narizinho, chorei feito uma boba. Por que aquele pequeno serzinho tão frágil que estava guardado dentro de mim era meu filho, meu menino, e ele era perfeito.

Contei ao Rafael o nome que eu havia escolhido para o meu bebê, e ele simplesmente amou, tanto que no outro dia ele veio me visitar, e trouxe um presente. Um quadro com a minha última ultrassonografia. A moldura azul era toda decorada com pequenos ursinhos, e com seu nome em letras enormes.

MAXIMILIAN.

Eu não tive palavras para agradecer. E a fotografia ficou linda na parede. Junto com as outras coisas do Max.

Eu e Julia já conseguimos organizar todo o quarto, e tudo está perfeito, apenas o esperando. Estão todos muito ansiosos.

Eu fiz sete meses de gravidez no dia vinte e nove de setembro. No outro dia foi o aniversário de John, ele estava completando vinte e seis anos, e lembrar disso me deixou um pouco deprimida. Me sinto mal por esconder. Sei que é uma coisa terrível, mas de certo modo é necessário. Será melhor para nós dois. Assim nenhum de nós irá magoar o outro de novo, e assim meu filho não terá que viver no meio de toda confusão que existe entre nós dois.

Sob Minha PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora