Capítulo 6

931 102 18
                                    

Mel.

Eles saíram á mais de cinco horas. Ajudei meu avô a arrumar as coisas para sua pescaria. Ele disse que tentaria não voltar muito tarde. Vamos ficar apenas eu e Ana. Mas como hoje é domingo, o restaurante é fechado. Mesmo estando fechado há muita coisa a se fazer. Como: Cardápios para a próxima semana. Checar se está tudo certo nos banheiros. Se as toalhas estão limpas.

No momento eu estou checando a dispensa. Ainda faltam guardar algumas das coisas das compras do outro dia. Como estava tarde, eu e meu avô guardamos apenas os mais leves.

Vou até a dispensa que fica do lado de fora de casa. Tem quatro caixas enormes. E estão pesadas tenho que dar um jeito de leva-las para dentro.

Tento levantar uma e não dá muito certo!

Talvez eu leve de dois em dois até lá dentro.

E é claro que isso vai levar o dia todo.

Me agacho e me posiciono para tentar levantar a maldita caixa. Faço força, mas ela está muito pesada. Bufo frustrada. Mas que saco!

Talvez se eu pegar um carrinho.

– Quer ajuda? – conheço essa voz. 

Quando ele voltou? Melhor! Há quanto tempo ele está ai?

– Não. – Digo tirando os cabelos que estão grudados no meu rosto por causa do suor, e do esforço. – Eu dou conta.

Volto a minha missão impossível!

– Certeza? – ele pergunta – elas parecem estar pesadas. Eu não me importo em ajudar.

Olho em sua direção e John está encostado na parede com as duas mãos enfiadas no bolso. Ele me encara de uma forma diferente. Ele parece estar se divertindo com a cena.

– Já disse que eu dou conta. – Digo meio sem graça por estar em um momento atrapalhado em frente a ele.

Por favor! Me deixa fazer isso em paz. Já está difícil o bastante, e com você aqui vai ficar muito pior.

Faço força mais uma vez e ISSO!! Consigo levantar a caixa. Passo um completo. Passo dois. Não deixar a caixa cair. Passo Três. Não dar um jeito na coluna. Sinto-me forte, e muito feliz, por poder mostrar para ele que eu posso aparentar ser uma menina fraquinha, mas na verdade eu sou muito forte.

Dou dois passos e isso nunca foi tão difícil. Talvez quando eu ainda tinha um ano. Tropeço em um dos troféus de boliche do meu avô, e para não me espatifar no chão, largo a caixa.

Meus cabelos estão caídos para frente.

Acho que eu tenho que me dar por vencida agora!

– É. Eu não dou conta. – Digo derrotada.

Eu rio. Ele ri. Nós rimos juntos.

– Eu pego isso para você. – Ele se abaixa e enquanto ele levanta a caixa eu tenho tempo de reparar em seus bíceps por sob a camiseta. O jeito que a calça cai em seus quadris. Sinto minhas bochechas esquentarem.

– Obrigada. – Agradeço sem graça.

– De nada. Estou a postos. – Ele está sempre com esse sorriso estampado no rosto.

Incrível como ele segura a caixa sem nenhum esforço.

Após quatro viagens finalmente tudo está na cozinha. Já posso respirar em paz.

Ele é muito solicito. Um cara muito legal, não é qualquer um que se ofereceria para ajudar.

– Você merece uma recompensa. – Digo para ele. Seus olhos verdes brilham de divertimento, e algo a mais que eu não consigo identificar. Ele tira uma mecha de cabelo castanho que estava caída sobre o seu olho.

Sob Minha PeleOnde histórias criam vida. Descubra agora